Doses da CoronaVac para crianças deve ter intervalo de 28 dias

Cientistas demonstraram que dentro deste período a eficácia do imunizante do Butantan é ainda maior para crianças acima de seis anos

As duas doses da CoronaVac para crianças e adolescentes deve ter intervalo de 28 dias, segundo cientistas. Isto vale tanto para o imunizante do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, segundo recomendação do Instituto Butantan. Os ensaios clínicos realizados com a vacina no Brasil mostraram que é seguro e sua eficácia é maior nesse caso.

De fato, o intervalo de 28 dias foi aplicado com crianças na China e em países como África do Sul, Malásia e Filipinas. Também é executado no Chile, onde a CoronaVac já é usada na população acima dos três anos. Ademais, no país andino, mais de 1,5 milhão de crianças já foram imunizadas com a vacina do Butantan.

De acordo com o artigo científico dos resultados dos estudos da fase 3 no país, a eficácia global da CoronaVac para casos sintomáticos é de 50,7% com 14 dias de intervalo entre as doses. Se o intervalo for de 21 dias ou mais, a eficácia global é de 62,3%. Enquanto isso, o esquema posológico da CoronaVac foi avaliado com intervalo entre 14 a 28 dias.

Por que não há diferença no intervalo de doses da Coronavac entre adultos e crianças?

De acordo com o Instituto, porque a vacina das crianças é a mesma dos adultos. Em princípio, uma das grandes vantagens da CoronaVac é que ela é feita com a tecnologia de vírus inativado, uma das mais tradicionais e estudadas pela ciência. Ademais, imunizantes desse tipo têm altos perfis de segurança e são bem tolerados pelo organismo tanto de adultos, quanto de crianças. Por isso, nos ensaios clínicos com crianças usou-se a mesma dose de vacina usada em adultos com resultados ainda melhores e menos efeitos adversos.

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Foto: Artem Podrez

A CoronaVac é segura e eficaz para o público pediátrico?

Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina do Butantan tem demonstrado ser segura, eficaz e eficiente para o público pediátrico.

A vacina é produzida com vírus inativados do coronavírus, ou seja, não oferece nenhum risco de infecção pela doença. Então, o vírus é cultivado para se multiplicar e depois é inativado. Aliás, esta é a mesma tecnologia usada na vacina da gripe que a população recebe há anos.

 

Finalmente, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiram parecer favorável a CoronaVac para crianças e adolescentes de seis a 17 anos. Segundo os órgãos, o imunizante tem altas taxas de proteção para conter a letalidade da Covid-19 neste público. 

A Sociedade Brasileira de Imunologia também demonstrou apoio à vacinação. “Dadas as circunstâncias epidemiológicas, a falta de estudos nesta faixa etária e a presumível segurança de uma vacina inativada parece razoável recomendar a aprovação emergencial”.

CoronaVac é altamente imunogênica em crianças

Ainda de acordo com a nota conjunta, os especialistas destacam os resultados dos estudos internacionais de efetividade da CoronaVac em crianças. Assim, mais de 211 milhões de doses já foram aplicadas em ao menos seis países. “Existem estudos em crianças e adolescentes que mostram que taxas de soroconversão de anticorpos neutralizantes foram superiores a 96% após duas doses da CoronaVac”.

Logo, de acordo com os estudos, entre crianças e adolescentes de três a 17 anos que receberam duas doses houve 100% de soroconversão, tão boa quanto em adultos.

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A vacina também foi considerada segura segundo estudos (Fonte: Agência Brasil)

CoronaVac pode evitar hospitalizações e mortes

Estudos destacam também a necessidade de frear o adoecimento e mortes por Covid-19 em crianças no país. Porque o Brasil tem uma das maiores taxas de mortalidade infantil por Covid-19 do mundo, mais de 1.400 crianças de até 11 anos mortas pela doença desde o início da pandemia. Além disso, a doença já é a segunda causa mais frequente de mortalidade infantil no Brasil entre cinco e 11 anos.

Informações obtidas com o Ministério da Saúde e Sivep-Gripe, plataforma da Fiocruz que notifica os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave por Covid-19 (SRAG).

“A carga da doença na população brasileira de crianças e adolescentes é relevante, com taxas de letalidade e de mortalidade superiores às registradas em países da Europa ou América do Norte”, descreve a nota. “Isso inclui até o momento milhares de hospitalizações e de mortes pela Covid-19”.

CoronaVac pode evitar sequelas pós-Covid

Inegavelmente, especialistas são unânimes ao afirmar que com a CoronaVac, a incidência de sequelas pós-Covid em crianças e adolescentes pelo país são raros.

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