Infecções urinárias recorrentes na pós menopausa causam alterações no microbioma urogenital; veja pesquisa
A infecção urinária é um tema de grande relevância, pois entre as pessoas que adoecem com ela, 50% são mulheres, afirmam os pesquisadores.
A pesquisa em questão buscou entender a relação da terapia hormonal de estrogênio com as alterações da flora microbiana urogenital que levam às Infecções do Trato Urinário (ITU) na pós menopausa. Por serem recorrentes, a infecção urinária é um tema de grande relevância, pois entre as pessoas que adoecem com ela, 50% são mulheres, afirmam os pesquisadores. Confira os detalhes aqui no SaúdeLAB.
O estrogênio é um hormônio que desempenha várias funções no corpo da mulher e do homem. No caso das mulheres ele é produzido pelos ovários e regulam, por exemplo, o ciclo reprodutivo, menstruação, a lubrificação vaginal e muito mais. Nos homens, ele é produzido pelos testículos em menor quantidade e, atua na libido, função erétil, produção de espermatozoides, entre outros.
Infecção Urinária pós menopausa
A menopausa é um período na vida das mulheres que traz muitos desconfortos. Normalmente ele acontece a partir dos 50 anos e seu término varia de acordo com cada organismo feminino. As alterações hormonais são marcadores dessa fase e desiquilibram as funções dos órgãos. Muitas vezes é preciso fazer reposição desses hormônios
As infecções urinárias são muito frequentes ao longo da vida das mulheres e uma das principais causas é a anatomia genital. Sua proximidade com a região anal pode facilitar a contaminação da uretra ao se higienizarem levando bactérias de uma parte a outra. Uma pesquisa publicada hoje (30) no CELL Reports Medicine aponta que essa situação se mantém marcante na pós menopausa com ITU recorrentes modificando a flora bacteriana.
Os pesquisadores apontam estatísticas de que a infecção urinária pós menopausa acontecem em média uma a duas vezes a cada seis meses e três vezes em um ano. Muitas mulheres são sintomáticas. A doença recorrente causa transtornos mentais, emocionais e físicos.
Uso de antibióticos e hormônios são controversos
Mesmo tratando preventivamente com D-manose, estrogênio vaginal e metenamina, o antibiótico da infecção urinária ativa depende do uso de antibióticos para eliminar as bactérias patogênicas. Porém, essa ação compromete a flora bacteriana, que vai se modificando e ficando cada vez mais resistente ao antimicrobianos.
A intenção do estudo é encontrar um contraponto em terapias para infecções urinárias pós menopausa que remodelem e restaurem o microbioma urogenital feminino.
Os pesquisadores afirmam que “o microbioma urogenital feminino é relatado estar interligado com o microbioma vaginal. Por exemplo, os lactobacilos produtores de d(-)lactato, conhecidos por acidificar a vagina e protegê-la da colonização por patógenos bacterianos e fúngicos, têm sido consistentemente observados no microbioma urogenital feminino em múltiplos estudos independentes.
Ademais, há uma necessidade de se avançar nas pesquisas e confirmar essas descobertas. Mesmo o estudo sendo com mulheres na pós menopausa, a pesquisa tem subsídios para afirmar ‘que lactobacilos apoiam a saúde do trato urinário. Estudos também começaram a estabelecer uma relação entre a hormonioterapia de estrogênio (EHT) e as populações urogenitais de lactobacilos’, concluem Neeugent e seus colaboradores.
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