O uso de máscara, seja descartável ou de tecido, não afeta a prática de exercícios em pessoas saudáveis, diz o estudo promovido pela University of Saskatchewan, Saskatoon, Canadá. O uso de máscaras faciais é recomendado para a prevenção da COVID-19 e seu uso durante atividades físicas é controversa.
A fisioterapeuta e instrutora de Pilates, Alessandra Trindade de Paula, defende que a máscara prejudica o fluxo de ar durante a atividade física. “Ao praticar exercícios aeróbicos como corrida, por exemplo, o desempenho é prejudicado em pelo menos 30% com o uso da máscara”, explica.
“Porém, durante a pandemia, muitas pessoas suspenderam seus treinos e a resistência física regride muito rápido, dando a sensação de cansaço rapidamente. Uma alternativa é treinar fora da academia, em local isolado, para executá-lo sem máscara”, sugere.

O estudo de prática esportiva com máscara
O estudo foi feito avaliando a prática esportiva com o uso de máscara cirúrgica, máscara de pano ou sem máscara em 14 participantes (7 homens e 7 mulheres).
Primeiramente é feito um teste de cicloergometria, ou também conhecido como teste ergométrico, que é um eletrocardiograma de esforço realizado em esteira rolante ou bicicleta ergométrica, até a exaustão.
Foram medidos a saturação arterial de oxigênio (oximetria de pulso) e o índice de oxigenação tecidual (indicador de saturação / dessaturação de hemoglobina). Surpreendentemente, o uso de máscaras faciais não afetou o desempenho de forma significativa.
O tempo médio de exaustão, sem máscara, foi de aproximadamente 141 segundos; de máscara cirúrgica, em média 158 segundos e com máscara de tecido mais ou menos 153 segundos.
Assim, o uso de máscara facial durante exercícios vigorosos não teve efeito prejudicial perceptível na oxigenação sanguínea ou muscular e no desempenho do exercício em particular.
O estudo não encontrou nenhum efeito prejudicial do uso de um pano não descartável ou de uma máscara cirúrgica de descarte durante os exercícios.
“Para pessoas saudáveis e ativas, o uso de máscara facial durante exercícios tem efeito mínimo sobre os níveis de oxigênio arterial ou muscular e nenhum efeito sobre o desempenho do exercício”, informam os estudiosos. Ou seja, o resultado com pessoas sedentárias pode ser diferentes.
Sedentarismo e atividade física
Conforme avaliado pela fisioterapeuta, a capacidade de brasileiros sedentários realizarem atividade física ficou bastante prejudicada com a pausa da pandemia.
“O corpo regride muito rápido, mas quando os exercícios são retomados, a tendência é uma resposta rápida”, explica Alessandra.
Semelhantemente, se a pessoa estiver com a saúde boa e não for sedentária, pode caminhar até três quilômetros sem sentir fadiga ou dificuldade para respirar. Para um sedentário, nas mesmas condições do exemplo, a parte muscular, cardiovascular ou pulmonar têm de trabalhar além do limite considerado normal, que varia em função da idade, da massa corporal, da altura, do sexo e do nível de atividade física.
“Se o esforço permanece por um período prolongado, de cinco a dez anos, pode colocar em risco a saúde e provocar, por exemplo, danos nas artérias do coração ou levar a uma falta de ar mais intensa que limita a capacidade de realizar atividades físicas”, conclui.

Pilates para respiração
O método Pilates tem sido adotado por diversas pessoas ao redor do mundo, e tem se desenvolvido muito, dando uma grande quantidade de estilos e aplicações diferentes, principalmente na respiração.
No Pilates os movimentos são conscientes e diretamente conectados com a respiração, com movimentos lentos e contínuos.