Pandemia eleva o número de pessoas sedentárias no mundo todo

O Banco Mundial publicou uma análise na semana passada (26/08), apontando sobre a queda nas atividades físicas, ocasionando uma elevação na quantidade de pessoas sedentárias que possivelmente está relacionado com a pandemia do novo Coronavírus.

A prática regular de exercícios físicos está entre as principais recomendações para manter a saúde em dia e prevenir doenças. Mas pouco se sabe ainda sobre a relação entre as atividades físicas e os efeitos do novo coronavírus no organismo.

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pessoas sedentárias
O número de pessoas sedentárias aumentou durante a pandemia. Foto: Freepik.

Aumento de pessoas sedentárias na pandemia

Na pesquisa, considerada a mais abrangente até agora, a fabricante de monitores de atividade física Fitbit analisou os dados de 4 milhões de usuários em todo o mundo em março e em junho.

O número médio de passos dados por dia durante o isolamento caiu drasticamente em comparação com os mesmos períodos em 2019.

E, olhando para os dados de junho, os cientistas descobriram que as pessoas ainda não haviam atingido os mesmos níveis de atividade do ano passado, mesmo onde o isolamento foi afrouxado ou suspenso.

No entanto, foi constatado que os mais jovens (entre 18 e 29 anos) foram os que apresentaram menor nível de atividade, ou seja, maior índice de inatividade.

O diretor da Sociedade Britânica de Medicina de Estilo de Vida, Punam Krishan, explica como esta baixa nos níveis de atividade pode afetar outras áreas da vida das pessoas.

“Altos níveis de estresse podem afetar nosso sono e nos fazer sentir lentos e cansados, reduzir nossos níveis de energia e nos tornar menos propensos a fazer exercícios. Quando não nos exercitamos, fazemos escolhas alimentares piores intuitivamente, o que nos prende em um ciclo negativo que acaba afetando nossa saúde física e nosso bem-estar emocional e mental”, explicou.

Sedentarismo por Covid em todo o mundo

Entretanto, vários países relataram que as medidas de isolamento levaram ao ganho de peso em sua população em algum momento. No Brasil, por exemplo, uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que quase quatro em cada dez pessoas engordaram durante o pandemia.

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Outros países como Itália, França, Reino Unido e Israel também relataram aumentos no peso de sua população durante o período de isolamento.

Pesquisa de níveis de atividade, comparada ao mesmo período do ano passado / Fonte: Fitbit
Pesquisa de níveis de atividade, comparada ao mesmo período do ano passado / Fonte: Fitbit

Embora haja muito debate sobre a contagem de passos como medida de condicionamento físico e conselhos médicos mais recentes sugiram que a intensidade do exercício é mais importante do que a quantidade, estudos têm mostrado que uma contagem de passos mais alta está associada a uma saúde melhor.

Algumas dessas condições também tornam as pessoas mais propensas a sofrer os efeitos graves da covid-19, em meio a relatos de segundas ondas de contágio em várias partes do globo.

Exemplo de sedentarismo do México

Recentemente, o México teve uma das quedas mais dramáticas na contagem de passos entre as nações pesquisadas pela Fitbit, de quase 80% em junho de 2020, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Porém, infelizmente, o país tem atualmente o terceiro maior número de mortes por covid-19 (mais de 62,5 mil até 28 de agosto). Mais de 70% dos mortos tinham condições pré-existentes, como hipertensão, diabetes ou obesidade.

Há uma especial preocupação com o número de casos e mortes entre crianças, já que os casos aumentaram de 84 para mais de 2,6 mil apenas entre 12 de abril e 8 de junho, segundo o Ministério da Saúde do país.

De acordo com o nutricionista do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Mauro Barero, “o México já estava entre os países com altas taxas de obesidade em crianças e adolescentes antes da pandemia. Agora, as coisas podem piorar e deixar mais jovens vulneráveis”, explicou.

Por fim, o estudo da Fitibit mostrou que mesmo os países que não realizaram um isolamento total registraram uma queda na contagem de passos, como foi o caso do Japão, por exemplo.

Baixa atividade no Japão / Fonte: BBC
Baixa atividade no Japão / Fonte: BBC

Voltar à vida ativa também é difícil

Recomeços são sempre mais difíceis. E romper com a “rotina do isolamento” não tem sido muito fácil, para muitas pessoas.

A professora de taekwondo e instrutora de fitness, Abueng Sekgwelea, de Joanesburgo, na África do Sul, disse à BBC que é fácil para as pessoas perderem a motivação em tempos como estes.

“As pessoas não estão bem emocionalmente. Alguns de meus alunos precisam se conseguir uma alimentação adequada antes de realmente pensarem em se exercitar. Mas é importante que cuidemos uns dos outros”, diz Sekgwelea.

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