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Os 3 vilões da dor lombar na menopausa (e o que você pode fazer para se proteger)
A dor lombar na menopausa está se tornando um problema de saúde cada vez mais comum em todo o mundo.
Um estudo publicado na revista científica Frontiers in Endocrinology mostrou que, entre 1990 e 2021, os casos dessa condição praticamente dobraram entre mulheres acima dos 55 anos.
O levantamento analisou dados de 204 países e revelou que o envelhecimento populacional e o aumento da obesidade estão entre os principais fatores associados a esse crescimento.
O que explica o aumento da dor lombar na menopausa
De acordo com os pesquisadores, a queda dos níveis de estrogênio (hormônio que diminui após a menopausa) é um dos principais fatores que tornam as mulheres mais vulneráveis à dor lombar na menopausa.
O estrogênio é essencial para a saúde dos ossos e dos discos intervertebrais, estruturas que sustentam a coluna e garantem sua flexibilidade.
Com a redução desse hormônio, ocorre uma aceleração na perda óssea (osteoporose) e no desgaste dos discos da coluna, o que favorece dores, rigidez e até fraturas vertebrais.
Além disso, outras condições comuns nessa fase, como acúmulo de gordura abdominal, perda de massa muscular (sarcopenia) e distúrbios do sono, também aumentam o risco de desenvolver dor crônica nas costas.
Fatores de risco que podem ser evitados
O estudo apontou três fatores que mais contribuem para o aumento da dor lombar na menopausa. Todos podem ser prevenidos ou controlados com mudanças no estilo de vida:
- Excesso de peso:
O sobrepeso (muitas vezes associado ao sedentarismo e à má alimentação) aumenta a sobrecarga sobre a coluna e acelera o desgaste das articulações.
Em regiões mais desenvolvidas, como América do Norte e Europa, ele foi o fator predominante.
- Riscos ocupacionais:
Envolvem má postura, longos períodos sentada, levantamento de peso ou esforço físico repetitivo.
Em países de baixa e média renda, onde as condições de trabalho são mais intensas e menos protegidas, esses fatores são os que mais pesam para o aumento dos casos.
- Tabagismo:
Embora menos impactante que os outros dois, fumar reduz a circulação e dificulta a regeneração dos tecidos da coluna, favorecendo inflamações e piorando quadros de dor crônica.
Em resumo, o estudo mostra que, nas regiões mais desenvolvidas, o excesso de peso é o principal vilão; já nos países com menos recursos, os riscos ocupacionais têm peso maior na dor lombar entre mulheres na menopausa.
Impacto crescente entre mulheres
O levantamento mostrou ainda que a dor lombar é quase duas vezes mais comum em mulheres do que em homens da mesma faixa etária.
Em 2021, foram registrados mais de 70 milhões de novos casos entre mulheres, contra 39 milhões entre homens.
As faixas etárias mais afetadas foram as de 55 a 59 anos, no início da menopausa, e as de 80 a 84 anos, quando o envelhecimento e as doenças crônicas tornam o quadro mais severo.
Os autores destacam que o impacto dessa condição vai além da dor física.
A dor lombar é uma das principais causas de afastamento do trabalho e de perda de qualidade de vida, gerando custos elevados para os sistemas de saúde e para as famílias.
Caminhos para prevenir e cuidar
Os especialistas reforçam que grande parte dos casos de dor lombar na menopausa pode ser evitada com mudanças simples no estilo de vida. Pequenas atitudes diárias fazem diferença na saúde da coluna:
- Mantenha o peso adequado: o excesso de peso sobrecarrega a coluna e aumenta o risco de inflamações e desgaste dos discos vertebrais.
- Pratique atividade física regularmente: caminhadas, alongamentos e exercícios de fortalecimento do abdômen e das costas ajudam a estabilizar a coluna e reduzir o desconforto.
- Evite o cigarro: parar de fumar melhora a circulação e a regeneração dos tecidos, favorecendo a recuperação e o alívio da dor.
- Adote uma boa postura: evite longos períodos na mesma posição e ajuste o ambiente de trabalho para proteger a lombar.
- Cuide do sono e do bem-estar emocional: noites mal dormidas e o estresse aumentam a percepção da dor e dificultam a recuperação.
Além das ações individuais, o estudo destaca a importância de políticas públicas voltadas à saúde da mulher, especialmente em regiões com menos recursos, onde o acesso ao diagnóstico e ao tratamento ainda é limitado.
Reforça, portanto, a necessidade de olhar com mais atenção para a dor lombar na menopausa, uma condição que cresce silenciosamente, mas que pode ser controlada com informação, prevenção e cuidados adequados.
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