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Quais os tipos de gastrite? Entenda as diferenças e sintomas
Quando o médico diz que uma pessoa tem gastrite, é comum surgir mais dúvida do que certeza. Afinal, quais os tipos de gastrite e o que cada um deles significa?
Entender as diferenças entre os tipos ajuda a compreender a causa, a gravidade e a forma correta de tratamento.
A gastrite é uma inflamação do revestimento interno do estômago, e pode ter várias origens — desde infecções por bactérias até uso de medicamentos, consumo de álcool ou fatores emocionais.
Dependendo da causa e da duração da inflamação, o quadro é classificado em diferentes tipos, cada um com características e riscos específicos.
Hoje, você vai entender quais são os principais tipos de gastrite, como o médico faz o diagnóstico e o que muda em relação aos sintomas e cuidados.
O que é gastrite e por que ela pode ter diferentes tipos
A gastrite é uma inflamação da mucosa gástrica, o tecido que reveste internamente o estômago e o protege da acidez. Quando essa camada é agredida por medicamentos, infecções, álcool ou até pelo estresse, ocorre irritação e inflamação.
Os diferentes tipos de gastrite surgem conforme a causa e o tempo de duração da inflamação. Uma gastrite de início súbito, por exemplo, é chamada de aguda. Já quando a inflamação persiste por meses ou anos, o quadro é classificado como crônico.
Compreender essa diferença é importante porque cada tipo exige um tratamento específico, e alguns podem causar complicações se não forem tratados corretamente.
Principais tipos de gastrite
A seguir, conheça os principais tipos de gastrite e suas características clínicas.
1. Gastrite aguda
A gastrite aguda é uma inflamação súbita e intensa da mucosa do estômago. Geralmente, está relacionada ao uso de anti-inflamatórios, álcool, alimentos muito condimentados ou situações de estresse físico extremo, como cirurgias ou infecções graves.
Os sintomas aparecem de forma rápida e podem incluir dor abdominal forte, queimação, náuseas, vômitos e sensação de estômago cheio. Apesar do desconforto, costuma ser um quadro temporário e reversível quando as causas são tratadas e a alimentação é ajustada.
2. Gastrite crônica
A gastrite crônica é caracterizada por uma inflamação contínua, que se desenvolve lentamente ao longo do tempo. A causa mais comum é a infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), que enfraquece a proteção natural da mucosa gástrica.
Outros fatores, como uso prolongado de medicamentos, doenças autoimunes e consumo excessivo de álcool, também podem contribuir.
Com o passar dos anos, a inflamação constante pode levar à atrofia da mucosa e ao risco de úlcera ou até alterações pré-cancerosas. Por isso, é um tipo que requer acompanhamento médico e tratamento adequado.
3. Gastrite erosiva
Na gastrite erosiva, a inflamação provoca pequenas lesões ou erosões na parede do estômago, que podem sangrar. É comum em pessoas que usam regularmente anti-inflamatórios, tomam bebidas alcoólicas com frequência ou enfrentam muito estresse.
Os sintomas podem incluir dor intensa, náuseas e presença de sangue no vômito ou nas fezes. Quando diagnosticada precocemente, responde bem ao tratamento, mas precisa de atenção médica para evitar complicações.
4. Gastrite enantemática (ou superficial)
A gastrite enantemática, também conhecida como superficial, é considerada uma forma leve e inicial de inflamação da mucosa gástrica.
É frequentemente detectada durante uma endoscopia, mesmo em pessoas com sintomas discretos. Suas causas mais comuns incluem a presença de H. pylori, má alimentação e uso frequente de medicamentos irritantes para o estômago.
Embora seja menos grave, pode evoluir para outras formas de gastrite se as causas não forem tratadas.
5. Gastrite atrófica
A gastrite atrófica é um tipo crônico e mais delicado, no qual há perda progressiva das células protetoras da mucosa do estômago. Essa condição pode ser consequência de uma infecção prolongada por H. pylori ou de processos autoimunes, em que o corpo ataca as próprias células gástricas.
Com o tempo, a gastrite atrófica pode causar deficiência de vitamina B12, anemia perniciosa e aumento do risco de câncer gástrico. Por isso, o acompanhamento regular com gastroenterologista é fundamental.
6. Gastrite nervosa (ou funcional)
Apesar do nome, a gastrite nervosa não é uma inflamação real do estômago, mas uma condição funcional que causa sintomas semelhantes, como dor, queimação e náuseas.
Ela está associada ao estresse emocional, ansiedade e desequilíbrios do sistema nervoso autônomo, que alteram a produção de ácido gástrico e a motilidade do estômago.
O tratamento envolve mudanças de estilo de vida, manejo do estresse e, em alguns casos, acompanhamento psicológico. Embora os sintomas sejam incômodos, essa forma não causa lesões no estômago.
Como o médico identifica o tipo de gastrite
O diagnóstico preciso do tipo de gastrite é feito por endoscopia digestiva alta, exame que permite visualizar o revestimento do estômago. Durante o procedimento, o médico pode coletar uma amostra (biópsia) para confirmar a presença de inflamação, erosões, atrofia ou infecção por H. pylori.
Em alguns casos, testes respiratórios ou de fezes também ajudam a identificar a bactéria. Somente com esses resultados é possível saber qual o tipo de gastrite e o tratamento mais adequado.
Por isso, é importante não se autodiagnosticar e procurar atendimento médico diante de sintomas persistentes.
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Diferenças entre os tipos: qual é mais grave?
Nem toda gastrite é igual, e entender as diferenças ajuda a reconhecer quando o quadro exige mais atenção.
- Gastrite aguda: geralmente leve e passageira.
- Gastrite crônica: exige tratamento prolongado e controle da H. pylori.
- Gastrite erosiva: pode causar sangramentos e precisa de monitoramento.
- Gastrite atrófica: requer vigilância médica por risco de complicações.
- Gastrite nervosa: não é grave, mas afeta muito a qualidade de vida.
A gravidade depende da causa e da duração da inflamação, reforçando a importância de diagnóstico precoce e acompanhamento médico.
Cuidados gerais e prevenção
Embora o tratamento varie conforme o tipo, alguns cuidados gerais ajudam a controlar os sintomas e prevenir agravamentos:
- Evitar álcool, cigarro e o uso prolongado de anti-inflamatórios.
- Fazer refeições leves, regulares e evitar longos períodos em jejum.
- Reduzir o consumo de café, frituras e alimentos muito ácidos.
- Controlar o estresse e priorizar o sono.
- Seguir corretamente o tratamento prescrito pelo médico.
Essas medidas fortalecem o sistema digestivo e ajudam na recuperação da mucosa gástrica.
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Gastrite tem relação com o câncer de estômago?
Em alguns casos, a gastrite pode sim ter relação indireta com o câncer de estômago, especialmente quando o processo inflamatório é crônico e prolongado. O principal fator de risco é a infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), uma das causas mais frequentes de gastrite no mundo.
Quando a infecção não é tratada, pode provocar atrofia da mucosa gástrica e alterações celulares que aumentam a probabilidade de desenvolver lesões pré-cancerosas ao longo dos anos. Esse processo é mais comum em pessoas com gastrite atrófica crônica e gastrite autoimune.
É importante destacar que ter gastrite não significa ter ou desenvolver câncer, mas que o acompanhamento médico regular e o tratamento adequado da H. pylori reduzem significativamente o risco.
Um estudo publicado reforça essa relação ao observar que a erradicação precoce da H. pylori diminui a incidência de câncer gástrico em populações com infecção ativa.
Por isso, manter o acompanhamento com o gastroenterologista, realizar os exames indicados e tratar infecções bacterianas é fundamental para prevenir complicações a longo prazo.
Saber quais os tipos de gastrite é fundamental para compreender o próprio diagnóstico e seguir o tratamento adequado. Embora alguns quadros sejam leves e passageiros, outros podem evoluir e causar complicações se não forem acompanhados de perto.
Com orientação médica, hábitos saudáveis e alimentação equilibrada, é possível controlar a gastrite e manter a saúde do estômago em dia. Buscar informação confiável e agir com prevenção é sempre o melhor caminho para cuidar do bem-estar digestivo.
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