Dor na frente do joelho? Pode ser condromalácia patelar — entenda os sintomas e quando se preocupar

A dor na frente do joelho é uma das queixas mais comuns em consultórios ortopédicos e fisioterapêuticos. Muitas vezes, ela começa de forma discreta, aparece ao subir escadas, agachar ou ficar muito tempo sentado e, com o tempo, passa a incomodar nas atividades mais simples.

Esse desconforto pode estar relacionado à condromalácia patelar, uma condição que afeta a cartilagem da patela e pode causar dor persistente e limitação de movimento.

Entender os sintomas da condromalácia patelar é o primeiro passo para identificar o problema precocemente e buscar o tratamento adequado.

Hoje, você vai descobrir como reconhecer os sinais, o que causa o desgaste da cartilagem e quando é o momento certo de procurar ajuda médica.

O que é condromalácia patelar

A condromalácia patelar é o amolecimento ou desgaste da cartilagem localizada na parte de trás da patela, o osso que conhecemos como “rótula”. Essa cartilagem tem a função de proteger o joelho e permitir que a patela deslize suavemente sobre o fêmur durante os movimentos.

Quando ela sofre desgaste, surge o atrito, levando à dor e à inflamação local.

É uma das causas mais comuns de dor anterior no joelho, especialmente em jovens ativos, mulheres e pessoas que praticam exercícios de impacto. O problema também pode surgir após quedas, desalinhamento da patela, sedentarismo prolongado ou sobrecarga nas articulações.

Principais sintomas da condromalácia patelar

Os sintomas podem variar de intensidade e nem sempre aparecem de forma repentina. Em muitos casos, o desconforto começa leve e vai se agravando com o tempo. Os sinais mais característicos incluem:

Dor na frente do joelho: é o sintoma mais comum. A dor costuma piorar ao subir ou descer escadas, agachar, correr ou permanecer muito tempo sentado com o joelho dobrado, como durante uma viagem ou sessão de cinema.

Sensação de estalos ou rangidos: alguns pacientes relatam um som de “creque” ou “estalo” ao movimentar o joelho. Esse ruído é resultado do atrito entre a patela e o fêmur.

Desconforto ao permanecer sentado: ficar muito tempo com o joelho dobrado pode causar dor ou sensação de pressão, aliviada ao esticar a perna.

Inchaço leve ou sensação de peso: a inflamação local pode provocar leve edema e sensação de que o joelho está “carregado”.

Fraqueza ou instabilidade: algumas pessoas sentem o joelho “ceder” ao subir escadas ou após longos períodos em pé, reflexo da falta de força muscular e do desgaste da cartilagem.

A dor geralmente é mais perceptível durante atividades que exigem flexão do joelho. Nos estágios iniciais, o desconforto pode ser apenas um incômodo leve; porém, sem tratamento, tende a se tornar mais frequente e limitar as atividades diárias.

Diferença entre dor comum e condromalácia patelar

Nem toda dor no joelho significa condromalácia. Lesões musculares, tendinites ou sobrecargas temporárias também podem causar desconforto.

A diferença principal está na localização e na frequência da dor.

Na condromalácia, o incômodo é anterior, ou seja, na parte da frente do joelho, bem abaixo ou atrás da patela. Ele costuma piorar com o movimento e melhorar com o repouso, mas retorna ao retomar as atividades.

Enquanto uma dor muscular tende a desaparecer em poucos dias, a dor causada pela condromalácia persiste ou se repete em situações específicas — como subir escadas, correr ou permanecer sentado por longos períodos.

Esse padrão recorrente é um dos sinais de alerta mais importantes e justifica a avaliação de um ortopedista.

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Causas e fatores de risco

Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da condromalácia patelar. Entre os principais estão:

  • Desalinhamento da patela: quando a rótula não se movimenta de forma correta sobre o fêmur, há maior atrito e desgaste.
  • Fraqueza muscular, especialmente dos músculos do quadríceps e glúteos, que ajudam a estabilizar o joelho.
  • Treinos intensos ou sobrecarga articular, comuns em corredores e praticantes de atividades de impacto.
  • Alterações anatômicas, como joelhos valgos (voltados para dentro).
  • Sedentarismo prolongado, que reduz o suporte muscular e favorece o desgaste.
  • Histórico de traumas ou cirurgias no joelho, que alteram o alinhamento e a mecânica articular.

Esses fatores explicam por que a condromalácia pode afetar tanto atletas quanto pessoas que passam longas horas sentadas, mostrando que o equilíbrio entre movimento e fortalecimento é essencial.

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Diagnóstico: como saber se é condromalácia

O diagnóstico deve ser feito por um médico ortopedista ou fisioterapeuta especializado em articulações.

A avaliação inclui exame físico, análise do histórico clínico e, quando necessário, exames de imagem. A ressonância magnética é o principal exame complementar, pois permite visualizar o grau de desgaste da cartilagem.

Os graus de condromalácia variam de 1 a 4, indo desde o amolecimento leve da cartilagem até o desgaste mais profundo que expõe o osso. Essa classificação ajuda o profissional a definir o tratamento mais adequado para cada caso.

É importante destacar que o diagnóstico precoce aumenta muito as chances de recuperação completa, evitando a progressão para lesões mais graves.

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Tratamento e cuidados iniciais

A boa notícia é que a maioria dos casos de condromalácia patelar não exige cirurgia. O tratamento é conservador e visa reduzir a dor, corrigir o desalinhamento e fortalecer os músculos que sustentam o joelho.

Entre as principais medidas estão:

  • Fisioterapia: o fortalecimento do quadríceps, glúteos e core (abdômen) ajuda a estabilizar a patela e reduzir o atrito.
  • Correção postural e ajustes nos treinos, para evitar sobrecarga nas articulações.
  • Compressas de gelo e medicamentos anti-inflamatórios podem ser indicados para aliviar a dor nas fases agudas, sempre com orientação médica.
  • Evitar longos períodos sentado e movimentos que provoquem dor intensa, até que a cartilagem se recupere.
  • Uso de palmilhas ou suportes ortopédicos, quando há desalinhamento anatômico.

Em casos mais avançados, o médico pode indicar infiltrações com ácido hialurônico ou, em último caso, intervenção cirúrgica para correção do desgaste.

Com tratamento adequado e constância, a recuperação costuma ser excelente, permitindo o retorno às atividades físicas e à qualidade de vida.

Quando procurar um médico

Procure um ortopedista se você apresenta dor persistente na frente do joelho por mais de duas semanas, estalos acompanhados de dor, sensação de instabilidade ou dificuldade para subir escadas.

Ignorar esses sintomas pode levar à progressão do desgaste e tornar o tratamento mais demorado.

O profissional avaliará o caso individualmente e indicará o melhor plano de reabilitação, que pode envolver fisioterapia, ajustes de treino e acompanhamento periódico.

Reconhecer os sintomas da condromalácia patelar é essencial para evitar que a dor no joelho se torne um problema crônico. Dor ao subir escadas, ao ficar muito tempo sentado ou estalos na articulação são sinais de alerta que merecem atenção.

Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível recuperar totalmente a função do joelho e retomar as atividades com segurança.

Cuidar da força muscular, manter o peso corporal equilibrado e respeitar os limites do corpo são atitudes simples que fazem toda a diferença para preservar a saúde das articulações.

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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