Vacina contra bronquiolite no SUS: o que muda para gestantes

A bronquiolite está entre as principais causas de internação respiratória em bebês no Brasil, sobretudo nos primeiros meses de vida. Portanto, diante da circulação intensa do vírus sincicial respiratório (VSR) — responsável pela maior parte dos quadros graves — o Ministério da Saúde passa a oferecer, a partir de dezembro, a vacina contra bronquiolite para gestantes na rede pública.

A aplicação será feita em dose única a partir da 28ª semana de gravidez.

O primeiro lote, com 673 mil doses, já começou a ser distribuído às unidades básicas de saúde.

A estratégia usa a resposta imunológica da gestante para proteger o bebê antes mesmo do nascimento, já que os anticorpos atravessam a placenta.

Estudos mostram que a vacinação materna reduziu em 81,8% os casos graves de doenças respiratórias causadas pelo VSR nos primeiros 90 dias de vida.

O anúncio ocorre em um momento de forte circulação do vírus. Mais de 43 mil episódios de síndrome respiratória aguda grave ligados ao VSR foram registrados em 2025, e mais de 80% dos casos envolveram crianças com menos de dois anos.

Embora a bronquiolite seja bem conhecida em maternidades e hospitais, não existe tratamento antiviral específico.

Quando o bebê adoece, o cuidado é apenas de suporte, com oxigênio, hidratação e, em algumas situações, broncodilatadores (medicamentos que ajudam a abrir as vias aéreas para facilitar a respiração).

Por isso, ampliar a prevenção é uma forma importante de reduzir internações no período neonatal.

Vacina contra bronquiolite: o que muda para grávidas e onde se vacinar

A vacina estará disponível gratuitamente no SUS apenas para gestantes. Não há limite de idade para receber a dose.

Na mesma visita à unidade de saúde, o ministério recomenda atualizar outras vacinas da gravidez, como influenza e covid-19, já que podem ser aplicadas no mesmo dia.

Na rede privada, o imunizante já estava disponível e pode custar até R$ 1,5 mil.

E os demais grupos?

Apesar de a maior preocupação estar nos bebês, o VSR também representa risco para adultos mais velhos.

A mortalidade associada ao vírus é maior entre idosos, especialmente os que têm doenças crônicas.

Por esse motivo, a Anvisa ampliou a indicação da vacina Arexvy para pessoas a partir de 50 anos com condições de saúde que aumentam o risco de complicações.

Outra vacina, da Pfizer, também é aprovada no Brasil para idosos, gestantes e jovens com comorbidades.

Por enquanto, porém, apenas as gestantes podem se vacinar gratuitamente pelo SUS.

Adultos e idosos interessados precisam recorrer às clínicas particulares.

Impacto esperado no sistema de saúde

A inclusão da vacina contra bronquiolite no calendário maternal do SUS tende a reduzir a demanda por atendimentos e internações em períodos de maior circulação do VSR, sobretudo nos meses mais frios.

A decisão alinha o Brasil a outros países que já adotam essa estratégia de imunização durante a gestação.

A recomendação oficial é que gestantes procurem a unidade de saúde a partir das 28 semanas para verificar a disponibilidade das doses e manter o cartão de vacinação atualizado.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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