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Amamentação por 6 meses ou mais pode aumentar o QI e abrir portas para o sucesso escolar
A relação entre amamentação e desenvolvimento cognitivo volta a ganhar destaque com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido.
O trabalho acompanhou milhares de crianças ao longo de anos e mostrou que aquelas que receberam leite materno por pelo menos seis meses apresentaram vantagens em áreas como inteligência, leitura, linguagem, matemática e até comportamento.
Esses resultados reforçam a ideia de que o leite materno não é apenas um alimento completo para os primeiros meses de vida, mas também um fator importante para o crescimento do cérebro e para o desempenho escolar e social da criança.
O que o estudo observou sobre amamentação e desenvolvimento cognitivo
Publicado na revista científica Nutrients, o estudo analisou mais de 300 medidas relacionadas ao aprendizado, memória, comportamento e linguagem.
Mesmo após levar em conta fatores como escolaridade dos pais, idade da mãe e condições de vida, os benefícios da amamentação continuaram evidentes em várias análises.
Um dos destaques foi o impacto positivo no QI (quociente de inteligência).
Crianças que foram amamentadas por seis meses ou mais tiveram, em média, 4 a 5 pontos a mais em testes de inteligência aos 8 e 15 anos, em comparação com as que nunca receberam leite materno.
Leitura e habilidades escolares
Outro ponto importante foi o desempenho escolar.
Crianças amamentadas se saíram melhor em provas de leitura, compreensão de textos e matemática, tanto em testes aplicados pelos pesquisadores quanto em avaliações nacionais.
Esses efeitos foram consistentes e indicam uma ligação entre a amamentação e o sucesso escolar.
Linguagem e fala
Na área da linguagem, os resultados mostraram avanços em alguns aspectos, como um vocabulário mais amplo e mais facilidade em usar corretamente plurais e tempos verbais.
Porém, é importante destacar que nem todos esses ganhos apareceram em todas as análises. Em alguns testes, a diferença se manteve; em outros, não.
Um achado que chamou atenção foi na chamada fala pragmática, que é a capacidade de começar uma conversa, responder de forma adequada e manter o diálogo de maneira natural.
As crianças que foram amamentadas por pelo menos seis meses tiveram um desempenho melhor nesse aspecto, sugerindo que os efeitos da amamentação também se refletem na forma como a criança se comunica no dia a dia.
Comportamento e atenção
Na parte do comportamento, os efeitos observados foram mais modestos.
O estudo apontou que crianças amamentadas por mais tempo tinham menor risco de apresentar sinais de hiperatividade e eram um pouco menos agitadas na fase pré-escolar.
No entanto, esses resultados apareceram apenas em algumas análises e não se repetiram em todas as idades avaliadas.
Isso significa que a relação entre amamentação e comportamento infantil ainda precisa de mais estudos para ser confirmada de forma ampla.
O que esses resultados significam para o desenvolvimento cognitivo
O trabalho mostra que a amamentação está ligada a benefícios claros em inteligência, leitura e algumas habilidades de linguagem.
Os efeitos em comportamento foram pontuais e nem sempre se repetiram, o que reforça a importância de interpretar os dados com cautela.
Ainda assim, o estudo indica que o leite materno pode trazer vantagens que acompanham a criança por vários anos, não apenas nos primeiros meses de vida.
É mais uma evidência de que a amamentação exclusiva até os seis meses, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem impacto positivo no crescimento físico e também em partes importantes do desenvolvimento mental e escolar.
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