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Cafeína na gravidez: nova revisão científica fala sobre riscos, doses e intervalos seguros
Um cafezinho pela manhã, um chá no meio da tarde ou até um pedaço de chocolate. Por trás desses pequenos prazeres comuns na rotina de muitas gestantes está a cafeína, um assunto que exige cuidado.
O consumo de cafeína na gravidez é um tema que vem recebendo atenção redobrada da comunidade científica.
Diante disso, uma nova revisão publicada na revista Nutrients (2025) reuniu as evidências mais recentes, trazendo informações importantes para orientar tanto as gestantes quanto os profissionais de saúde.
Cafeína na gravidez: o que acontece no corpo da gestante
Durante a gestação, o organismo da mulher passa por várias mudanças, e isso inclui o modo como o corpo processa a cafeína.
O metabolismo dessa substância fica mais lento, principalmente no fim da gravidez.
Isso significa que uma mesma xícara de café pode demorar até três vezes mais para ser eliminada do corpo de uma gestante do que de uma mulher que não está grávida.
Na prática, essa lentidão faz com que a cafeína se acumule mais facilmente no sangue e chegue à placenta, alcançando o bebê, que ainda não tem capacidade de metabolizá-la.
Existe uma quantidade segura de cafeína na gravidez?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que gestantes consumam menos de 300 mg de cafeína por dia, o equivalente a duas xícaras médias de café coado.
Já o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas sugere um limite mais conservador, de até 200 mg por dia.
Mas o estudo alerta, que mais importante do que apenas contar xícaras é entender que a cafeína está em diversos produtos, como chás, refrigerantes à base de cola, chocolates, energéticos e até suplementos com guaraná.
Pequenos excessos somados podem facilmente ultrapassar o limite diário sem que a gestante perceba.
O que a ciência já sabe sobre os riscos
De acordo com a revisão, o impacto da cafeína na gravidez depende da quantidade consumida.
- Consumo moderado: até 200 mg por dia (cerca de duas xícaras médias de café) não mostrou associação direta com complicações como diabetes gestacional, hipertensão ou pré-eclâmpsia.
- Consumo excessivo: acima de 300 mg diários, pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.
Entre os principais efeitos observados em gestantes que ultrapassam esse limite estão:
- maior chance de baixo peso ao nascer;
- parto prematuro;
- e anemia, já que a cafeína dificulta a absorção de ferro no organismo.
Além disso, alguns estudos sugerem que o excesso de cafeína pode interferir no desenvolvimento cerebral e metabólico da criança, mas as evidências ainda são limitadas e inconclusivas.
Moderação e atenção aos detalhes
O artigo destaca que a resposta à cafeína é individual.
Fatores genéticos e o próprio ritmo de metabolismo da gestante podem influenciar seus efeitos.
Por isso, especlialistas defendem uma abordagem de cautela.
Uma sugestão interessante dos pesquisadores é que a gestante evite o consumo diário e dê intervalos de 24 a 36 horas entre bebidas com cafeína, para reduzir o acúmulo da substância no organismo.
O papel da informação
O debate sobre a cafeína na gravidez não é sobre proibição, mas sobre consciência.
Entender de onde vem a cafeína, em que quantidade ela está presente e como o corpo muda durante a gestação ajuda mulheres a fazerem escolhas mais seguras.
O cafezinho não precisa ser eliminado, mas deve ser saboreado com responsabilidade, afinal, quando se trata da saúde do bebê, a melhor dose é a da moderação.
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