Book Appointment Now

Um simples teste em casa pode revelar riscos ao coração: o que diz o novo estudo australiano
Você já imaginou poder fazer um exame de sangue sem sair de casa, apenas com um pequeno kit enviado pelo correio? Pois é exatamente isso que pesquisadores australianos testaram, e os resultados mostraram que a coleta de sangue em casa pode ser uma ferramenta promissora para identificar precocemente riscos cardíacos e metabólicos em jovens adultos.
O estudo, publicado na revista científica PLOS ONE por especialistas da Universidade Deakin, na Austrália, avaliou a viabilidade de um método simples.
O participante recebe um kit com lancetas estéreis, álcool, curativos e um cartão de papel especial.
A pessoa faz uma pequena picada no dedo, coleta algumas gotas de sangue e as deposita no cartão – conhecido como “dried blood spot” (amostra de sangue seco).
Depois, basta deixar o material secar por algumas horas e enviar pelo correio para o laboratório.
Nenhuma agulha, seringa ou ida ao posto de saúde é necessária.
Coleta de sangue em casa: jovens com saúde em risco
Os pesquisadores australianos convidaram mais de 500 jovens, entre 18 e 30 anos, para participar do estudo.
A maioria conseguiu realizar o procedimento em casa, e 72% devolveram o kit com amostras para análise — quase metade delas completas para todos os testes cardiometabólicos.
Entre os participantes, quase três em cada quatro apresentaram algum marcador fora do ideal, um sinal de alerta para problemas de saúde que muitas vezes passam despercebidos nessa faixa etária.
Segundo os autores, a juventude é uma fase em que muitos deixam de fazer exames de rotina, o que pode fazer com que alterações no metabolismo e no coração passem despercebidas.
Nesse contexto, a coleta de sangue em casa surge como uma forma prática e acessível de ampliar o acesso aos exames e incentivar o cuidado preventivo.
Dificuldades e aprendizados
Apesar do sucesso geral, muitos participantes relataram desafios. O principal foi conseguir sangue suficiente para preencher os cartões.
Outros citaram medo da picada ou dificuldade em usar as lancetas.
Mesmo assim, com apoio remoto e instruções claras (incluindo um vídeo demonstrativo), mais da metade conseguiu fornecer amostras completas para todos os testes cardiometabólicos.
Os cientistas sugerem que melhorias simples, como enviar mais lancetas e incluir vídeos explicativos, podem tornar a experiência ainda mais fácil.
Eles também reforçam a ideia de que quanto mais acessível for o processo, maior será a chance de engajar os jovens em hábitos de prevenção.
Um futuro de exames mais acessíveis
A pesquisa abre caminho para uma nova forma de cuidar da saúde, em que a coleta de sangue em casa pode ser usada para rastrear riscos de doenças como diabetes e colesterol alto, sem depender de consultas presenciais.
Além de reduzir custos e barreiras de acesso, essa tecnologia aumenta a autonomia das pessoas e pode ser especialmente útil em regiões distantes ou em situações de restrição de deslocamento, como ocorreu na pandemia.
Em um mundo cada vez mais digital e conectado, talvez a próxima revolução da saúde esteja literalmente nas nossas mãos.
Um simples furo no dedo pode revelar muito sobre o coração e o metabolismo, e, assim, ajudar a prevenir doenças que ainda são as principais causas de morte no mundo.
Leitura Recomendada: Como o excesso de exercícios físicos pode sobrecarregar o coração