Depressão na gravidez pode causar mais do que tristeza: estudo revela nova consequência

Um novo estudo publicado na revista Frontiers in Endocrinology trouxe um alerta importante para a saúde das gestantes. A depressão na gravidez pode estar ligada a um maior risco de desenvolver diabetes gestacional, condição que afeta o controle do açúcar no sangue durante a gestação e pode gerar complicações tanto para a mãe quanto para o bebê.

A depressão na gravidez é mais comum do que se imagina. Estima-se que até 1 em cada 5 mulheres enfrente sintomas de tristeza profunda, ansiedade ou desânimo durante esse período.

O estudo mostrou que esse sofrimento emocional não afeta apenas o bem-estar mental; ele também pode ter reflexos diretos na saúde física.

Segundo os pesquisadores, que analisaram dados de mais de 125 mil mulheres, aquelas que apresentavam sintomas de depressão tinham 37% mais chances de desenvolver diabetes gestacional em comparação às gestantes sem depressão.

Isso não significa que toda mulher deprimida vá desenvolver a doença, mas indica um risco estatisticamente maior, o que reforça a importância de cuidar da saúde mental durante o pré-natal.

O que pode explicar essa relação

Os cientistas acreditam que a ligação entre depressão na gravidez e o aumento do risco de diabetes gestacional tem várias explicações possíveis.

Um dos fatores é o impacto do estresse emocional no organismo.

Quando a mulher está deprimida, o corpo tende a produzir mais cortisol, o hormônio do estresse.

Esse aumento pode atrapalhar a ação da insulina e dificultar o controle do açúcar no sangue.

Além disso, mulheres deprimidas podem dormir mal, se alimentar de forma desequilibrada ou se sentir menos dispostas a praticar atividades físicas (fatores que também elevam o risco de alterações metabólicas).

Com isso, cria-se um ciclo difícil de quebrar. A saúde emocional fragilizada afeta o corpo, e o corpo em desequilíbrio agrava ainda mais o bem-estar mental.

Por que o acompanhamento psicológico é essencial

O estudo sugere que incluir o rastreamento de depressão na gravidez como parte do pré-natal pode ser uma medida simples e eficaz para identificar gestantes em risco.

Detectar precocemente os sintomas e oferecer apoio psicológico pode não apenas proteger a saúde mental, mas também reduzir a probabilidade de complicações metabólicas, como o diabetes gestacional.

O tratamento da depressão durante a gestação nem sempre envolve medicamentos.

Acompanhamento psicológico, grupos de apoio, técnicas de relaxamento e o fortalecimento da rede familiar já podem fazer uma grande diferença.

Em casos mais graves, o uso de antidepressivos deve ser avaliado cuidadosamente pelo médico, considerando sempre os benefícios e possíveis riscos para mãe e bebê.

Um novo olhar sobre o cuidado com a gestante

O estudo reforça algo que a ciência vem apontando cada vez mais, que é a importância de que cuidar da mente é também cuidar do corpo.

A depressão na gravidez não deve ser vista como “fraqueza” ou algo que “passa sozinho”, mas como uma condição real, que merece atenção, acolhimento e tratamento adequado.

Falar sobre saúde mental no pré-natal é uma forma de prevenir complicações e promover uma gestação mais saudável (física e emocionalmente).

E quanto mais cedo essa conversa acontecer, melhores são as chances de proteger mãe e bebê.

Como prevenir a depressão na gravidez e cuidar da saúde emocional

  • Converse com seu obstetra sobre o que está sentindo.
  • Mantenha uma rotina com sono, alimentação e atividade física equilibrados.
  • Busque apoio emocional em familiares, amigos ou grupos de gestantes.
  • Não hesite em procurar ajuda profissional (cuidar da mente é parte do pré-natal).

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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