Será que realmente vale a pena investir na Dieta Mediterrânea? Veja o que este estudo descobriu

Dieta mediterrânea e câncer de mama - Descubra como a dieta mediterrânea pode reduzir em 13% o risco de câncer de mama, especialmente em mulheres na pós-menopausa. Estudo revela os benefícios e limitações dessa alimentação

Dieta mediterrânea e câncer de mama – A busca por estratégias eficazes na prevenção de doenças crônicas tem colocado a Dieta Mediterrânea (DM) em evidência.

Rica em vegetais, azeite de oliva, peixes, grãos integrais e oleaginosas, esse padrão alimentar tem sido associado a benefícios que vão desde a saúde cardiovascular até a redução do risco de certos tipos de câncer.

Mas será que os resultados são consistentes o suficiente para justificar sua adoção como medida preventiva?

Um estudo recente, publicado na revista Health Science Reports, trouxe dados importantes sobre a relação entre a Dieta Mediterrânea e o risco de câncer de mama, um dos tipos de câncer mais prevalentes entre mulheres.

A pesquisa, uma meta-análise abrangente, revelou que a adesão a esse padrão alimentar pode reduzir em 13% o risco da doença, com efeitos mais pronunciados em mulheres na pós-menopausa e em populações asiáticas.

O que a pesquisa revelou?

O estudo analisou 31 pesquisas científicas, incluindo 19 estudos de caso-controle e 12 coortes, publicados entre 2006 e 2023. Os dados foram extraídos de bases como PubMed, Scopus e Web of Science, com critérios rigorosos para garantir a qualidade metodológica.

Os principais achados foram:

  • Redução de 13% no risco geral de câncer de mama entre mulheres que seguiam a Dieta Mediterrânea.
  • Efeito mais forte em mulheres na pós-menopausa, enquanto nenhuma redução significativa foi observada em mulheres na pré-menopausa.

Variação geográfica:

  • Populações asiáticas apresentaram a maior proteção.
  • Europa mostrou uma associação moderada.
  • Américas não tiveram resultados estatisticamente significativos.

O papel do álcool foi considerado ambíguo. Como o vinho é um componente tradicional da DM, os pesquisadores avaliaram se seu consumo influenciava os resultados. Em alguns subgrupos, principalmente na pós-menopausa, a inclusão ou exclusão do álcool alterou a magnitude da proteção.

Por que a Dieta Mediterrânea pode proteger contra o câncer de mama?

Os mecanismos ainda não estão totalmente esclarecidos, mas os pesquisadores apontam algumas possibilidades:

Efeito anti-inflamatório e antioxidante: O alto consumo de azeite de oliva, vegetais e frutas fornece compostos bioativos que combatem o estresse oxidativo e a inflamação crônica, fatores ligados ao desenvolvimento do câncer.

Modulação hormonal: A DM pode influenciar os níveis de estrogênio, hormônio associado ao risco de câncer de mama em mulheres na pós-menopausa.

Menor consumo de alimentos ultraprocessados: A dieta prioriza alimentos naturais, evitando aditivos e compostos potencialmente carcinogênicos presentes em produtos industrializados.

Limitações e nuances do estudo

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores destacam algumas ressalvas:

Diferenças entre estudos de caso-controle e coortes: Os primeiros tendem a mostrar uma associação mais forte, mas podem sofrer com viés de memória (já que as participantes relatam hábitos alimentares do passado). Já os estudos de coorte, mais robustos, ainda assim apresentaram uma proteção modesta.

Variabilidade na definição da Dieta Mediterrânea: Diferentes culturas adaptam a dieta de formas distintas, o que pode afetar a consistência dos resultados.

Fatores não considerados: O estudo não analisou subtipos de câncer de mama (como tumores hormonais ou HER2-positivos), predisposição genética ou outros fatores de estilo de vida (como atividade física).

Vale a pena adotar a Dieta Mediterrânea?

Os dados sugerem que sim, especialmente para mulheres na pós-menopausa. No entanto, é importante ressaltar que nenhuma dieta é uma solução isolada. A prevenção do câncer de mama envolve múltiplos fatores, incluindo:

  • Manter um peso saudável (já que a obesidade pós-menopausa aumenta o risco).
  • Praticar atividade física regular.
  • Limitar o consumo de álcool (um conhecido fator de risco).
  • Realizar exames de rastreamento conforme orientação médica.

Além disso, a variação geográfica nos resultados indica que a DM pode não ter o mesmo impacto em todas as populações. Isso pode estar relacionado a diferenças genéticas, ambientais ou até mesmo à forma como a dieta é adaptada localmente.

Um caminho promissor, mas ainda em investigação

A Dieta Mediterrânea se consolida como uma estratégia alimentar benéfica, não apenas para a saúde cardiovascular, mas também como possível ferramenta na prevenção do câncer de mama. Os resultados deste estudo reforçam que seus efeitos são mais evidentes em mulheres após a menopausa e em certos grupos populacionais.

No entanto, os pesquisadores destacam a necessidade de novos estudos, com delineamentos mais precisos, para entender melhor como a dieta interage com outros fatores de risco. Enquanto isso, adotar um padrão alimentar equilibrado, rico em alimentos naturais e pobre em processados, continua sendo uma das melhores escolhas para a saúde a longo prazo.

Se você está considerando mudar sua alimentação, converse com um nutricionista para adaptar a Dieta Mediterrânea à sua realidade, garantindo que ela seja sustentável e eficaz para suas necessidades individuais.

Leia mais: Comportamento alimentar e obesidade: por que o jeito que você come impacta no seu peso

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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