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“Dieta para SOP”: o que aconteceu quando mulheres com a síndrome cortaram quase todos os carboidratos
Para muitas mulheres que convivem com a síndrome dos ovários policísticos (SOP), buscar uma “dieta para SOP” faz parte da rotina.
Entre tentativas, modas e recomendações desconexas, um estudo publicado no British Journal of Nutrition analisou uma estratégia alimentar bastante específica.
A pesquisa investigou a versão muito baixa em carboidratos da dieta cetogênica, conhecida como VLCKD, aplicada exclusivamente em mulheres com o distúrbio hormonal.
O trabalho reuniu dados de ensaios clínicos para avaliar como esse padrão alimentar, extremamente restrito em carboidratos, poderia influenciar parâmetros metabólicos, hormonais e corporais.
Essas são áreas frequentemente alteradas pela resistência à insulina, uma característica marcante da síndrome dos ovários policísticos.
O que a pesquisa encontrou sobre “dieta para SOP”
A revisão reuniu 12 estudos que testaram uma dieta muito baixa em carboidratos (VLCKD) em mulheres com a síndrome.
Os resultados mais consistentes foram estes:
1 – Mudanças no corpo
- Perda de peso;
- Redução da barriga (circunferência abdominal);
- Queda no IMC;
- Menos gordura acumulada.
Essas mudanças são importantes porque mostram como o organismo está reagindo à resistência à insulina, um problema muito comum na SOP.
2 – Alterações em hormônios que costumam estar desregulados na síndrome
- Diminuição da testosterona, que muitas vezes aparece acima do normal na SOP;
- Aumento da SHBG, uma proteína que ajuda a “segurar” parte desses hormônios no sangue, reduzindo sua ação.
3 – Melhoras em marcadores do metabolismo da glicose
- Insulina mais baixa;
- Glicemia de jejum reduzida;
- HOMA-IR menor (um índice que mostra como o corpo está respondendo à insulina).
Esses resultados indicam que o corpo pode estar lidando melhor com açúcar e insulina, pontos centrais na síndrome.
Por que esses achados importam para a SOP
A síndrome dos ovários policísticos envolve alterações hormonais e metabólicas, e a resistência à insulina costuma ter um papel central nesse quadro.
Por isso, dietas que ajudam a reduzir glicemia e insulina acabam influenciando vários marcadores avaliados nos estudos.
No conjunto das pesquisas analisadas, a VLCKD mostrou efeitos consistentes nesses pontos:
- insulina mais baixa,
- glicemia reduzida,
- HOMA-IR menor e melhora em hormônios que normalmente ficam desregulados na síndrome, como a testosterona.
Vale lembrar que a VLCKD é um padrão alimentar bem restritivo, o que exige acompanhamento profissional.
Nem todas as pessoas podem ou devem seguir esse tipo de dieta, e efeitos colaterais podem acontecer.
O estudo não apresenta essa estratégia como solução única, mas mostra que mudanças planejadas na alimentação podem impactar diretamente áreas que costumam estar alteradas na SOP.
O que fica para quem busca uma “dieta para SOP”
A revisão não apresenta a VLCKD como uma resposta definitiva, mas reforça uma mensagem importante.
Ela indica que intervenções alimentares capazes de reduzir os picos de insulina podem trazer melhorias significativas, desde o controle de peso até a regulação de marcadores metabólicos e hormônios comumente alterados pela síndrome.
Para quem está tentando encontrar uma boa dieta para SOP, esses resultados oferecem uma base científica sólida.
Eles mostram que escolhas nutricionais bem estruturadas podem gerar efeitos concretos, especialmente no metabolismo da glicose e na resistência à insulina.
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