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Um simples exame de sangue pode revelar os primeiros sinais do Alzheimer; entenda mais
Um exame de sangue para detectar Alzheimer testado em pacientes brasileiros está chamando a atenção da comunidade científica.
A tecnologia, desenvolvida por uma empresa dos Estados Unidos e avaliada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mostrou mais de 90% de precisão para identificar alterações no cérebro típicas da doença.
O avanço pode tornar o diagnóstico precoce do Alzheimer mais simples, rápido e até dez vezes mais barato do que os métodos atuais.
Exame de sangue para detectar Alzheimer: um novo olhar sobre o diagnóstico da doença
Hoje, descobrir se alguém tem Alzheimer pode ser um processo demorado e caro.
O diagnóstico costuma começar com avaliações clínicas detalhadas, que analisam sintomas, histórico e desempenho cognitivo.
Em alguns casos, o médico também pode solicitar exames mais complexos, como o PET-CT cerebral ou a análise do líquor, que é um procedimento que exige a retirada de uma pequena amostra do líquido que circula na coluna vertebral.
O problema é que esses exames são caros, invasivos e pouco acessíveis, além de não estarem disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Com o novo exame de sangue para detectar Alzheimer, essa realidade pode mudar.
O teste identifica no sangue a presença de uma proteína chamada p-tau217, que está associada às alterações cerebrais causadas pela doença.
Essa proteína pode aparecer antes mesmo dos primeiros sintomas, como perda de memória ou dificuldade para pensar e se concentrar.
De acordo com os pesquisadores, o exame apresentou uma taxa de acerto entre 94% e 96%, o que significa um desempenho muito próximo ao dos testes mais sofisticados, mas com a vantagem de ser simples, rápido e acessível.
A pesquisa foi publicada na revista Molecular Psychiatry, e seus resultados foram reforçados em uma revisão internacional publicada na Lancet Neurology.
Os cientistas destacam, no entanto, que o novo exame não substitui a avaliação médica.
Ele deve ser usado como uma ferramenta de apoio, ajudando a confirmar suspeitas e a detectar o Alzheimer ainda nas fases iniciais, quando o tratamento pode trazer melhores resultados.
Tecnologia que pode democratizar o diagnóstico
O estudo foi conduzido com pacientes atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, incluindo pessoas de diferentes níveis de escolaridade.
O bom desempenho do teste nesse grupo é um marco importante, já que a maioria das pesquisas internacionais costuma incluir apenas populações com alto nível educacional.
Os resultados reforçam o potencial da ferramenta para tornar o diagnóstico do Alzheimer mais democrático, especialmente em regiões onde exames de imagem são raros ou inviáveis.
A expectativa é que o método ajude médicos a identificar a doença mais cedo, quando o tratamento e o controle dos sintomas costumam ser mais eficazes.
Além da precisão, o custo é outro ponto de destaque.
Estima-se que o preço do novo exame seja cerca de dez vezes menor do que o de um PET-CT, que pode chegar a R$ 10 mil.
Próximos passos da pesquisa no Brasil
A equipe da UFRGS agora lidera uma grande iniciativa nacional para validar a tecnologia em larga escala.
Serão cerca de 3 mil voluntários avaliados em diferentes cidades do Rio Grande do Sul, em um estudo com duração prevista de dois anos e apoio de órgãos públicos como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Caso o desempenho seja mantido, o novo exame para Alzheimer poderá futuramente ser submetido à análise da Anvisa, abrindo caminho para seu uso clínico no país.
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