Exposição a inseticidas e memória de idosos: estudo revela possível ligação preocupante

Comprometimento cognitivo é um problema que afeta principalmente pessoas acima dos 60 anos e pode ser um dos primeiros sinais de doenças como o Alzheimer. Agora, um novo estudo levanta um alerta sobre a possível ligação entre a exposição a inseticidas e a memória de idosos.

Ou seja, produtos usados com frequência em casas, hortas ou jardins podem ter efeitos negativos no cérebro com o passar do tempo.

A pesquisa, realizada com base em dados de uma grande amostra da população dos Estados Unidos, não afirma que os inseticidas causam diretamente o problema, mas sugere que existe uma associação que merece atenção.

Neste conteúdo, vamos explicar o que é comprometimento cognitivo, como ele pode estar relacionado à exposição a inseticidas, quais foram os achados do estudo e por que tudo isso é importante para a saúde pública. Continue a leitura!

O que é comprometimento cognitivo e por que isso importa?

O comprometimento cognitivo é quando o cérebro começa a apresentar dificuldades em funções como memória, raciocínio, linguagem e tomada de decisões.

Pode ser leve, mas também pode evoluir com o tempo para quadros mais graves, como a demência ou o Alzheimer.

Entre os sinais comuns estão:

  • Esquecer nomes ou compromissos com frequência;
  • Ter dificuldade para encontrar palavras;
  • Demorar mais para raciocinar ou resolver problemas simples;
  • Repetir histórias ou perguntas em um curto intervalo.

Esse tipo de problema costuma afetar pessoas com mais de 60 anos, mas pode aparecer antes em alguns casos.

Estima-se que entre 5% e 17% dos casos de comprometimento leve progridem para demência a cada ano.

Por isso, identificar fatores de risco (como alimentação, estilo de vida, entre outros) pode ser essencial para prevenir ou retardar o avanço da doença.

Estudo investigou relação entre inseticidas e memória dos idosos

A pesquisa que levantou essa preocupação foi publicada na revista científica Frontiers in Public Health e analisou dados de um estudo nacional de saúde e nutrição feito nos Estados Unidos, chamado NHANES.

Os pesquisadores se concentraram em pessoas com 60 anos ou mais e avaliaram tanto seu desempenho em testes de memória quanto informações sobre o uso de pesticidas, especialmente inseticidas.

Esses produtos químicos são comuns no dia a dia: servem para matar mosquitos, baratas e outras pragas em ambientes domésticos e também são usados em hortas e jardins.

No entanto, há cada vez mais evidências de que podem ter efeitos negativos no cérebro.

No estudo, mais de 1.500 idosos responderam a questionários e realizaram testes cognitivos padronizados.

Esses testes avaliaram a capacidade de aprender e lembrar palavras, nomear animais e reconhecer símbolos; atividades que ajudam a medir o estado da memória e da função cerebral.

Inseticidas e memória dos idosos: resultados mostraram ligação, mas com limitações

Os pesquisadores identificaram que os idosos com maior exposição a inseticidas apresentaram pior desempenho em testes de memória e aprendizado.

Tal coisa levantou um alerta sobre uma possível ligação entre esse tipo de produto e o risco de comprometimento cognitivo.

Porém, é importante ressaltar, que ao analisarem outros fatores que também influenciam a saúde do cérebro (como nível de escolaridade, renda e doenças já existentes) essa ligação perdeu força.

Ou seja, os cientistas não conseguiram provar que os inseticidas, por si só, foram os responsáveis pelas falhas de memória.

Isso não quer dizer que esses produtos sejam inofensivos.

O que acontece é que, neste estudo, a relação entre inseticidas e prejuízo à memória ainda não pôde ser confirmada com certeza absoluta.

Mesmo assim, os próprios autores destacaram que os resultados são importantes e que mais pesquisas são necessárias para entender melhor essa possível conexão.

Como os inseticidas podem afetar o cérebro?

Apesar das limitações do estudo, há explicações científicas que ajudam a entender por que a exposição a inseticidas pode afetar o cérebro e a memória.

Esses produtos químicos agem no sistema nervoso de insetos, mas, em altas doses ou após exposições repetidas, também podem interferir no funcionamento do cérebro humano.

Os inseticidas do tipo piretroide, por exemplo, aumentam os níveis de um neurotransmissor chamado acetilcolina, que, em excesso, pode prejudicar a comunicação entre as células nervosas.

Além disso, os inseticidas podem:

  • Causar estresse oxidativo, que danifica as células cerebrais;
  • Gerar inflamações no cérebro;
  • Aumentar o risco de morte de neurônios, o que afeta diretamente funções como a memória e o raciocínio.

Esses mecanismos são compatíveis com os sintomas de comprometimento cognitivo e reforçam a hipótese de que o uso contínuo desses produtos pode ser perigoso, especialmente para pessoas mais velhas.

Um tipo de inseticida teve ligação com pior desempenho de memória

O estudo também foi além da simples análise dos questionários.

Ele investigou a presença, na urina dos participantes, de substâncias chamadas metabólitos (que são restos dos inseticidas após serem processados pelo corpo).

Um desses metabólitos, relacionado aos piretroides (muito usados em ambientes domésticos), teve uma ligação mais forte com dificuldades em testes de memória de palavras.

Isso reforça a possibilidade de que a exposição a inseticidas e memória estejam conectadas de maneira mais direta do que se imaginava.

Embora esses resultados ainda não provem causa e efeito, indicam que o contato com certos produtos químicos pode estar interferindo na função cerebral.

Estudos mais aprofundados ainda são necessários

Para entender melhor os efeitos da exposição a inseticidas no cérebro, ainda são necessários estudos mais longos, que acompanhem os mesmos indivíduos ao longo do tempo.

Só assim será possível analisar, de forma mais precisa, como esses produtos químicos podem impactar diretamente a memória e o risco de comprometimento cognitivo.

Inseticidas e memória dos idosos: o que você pode fazer para se proteger

Mesmo sem provas definitivas, vale a pena ter atenção ao uso frequente de produtos químicos dentro de casa.

Veja algumas dicas para reduzir os riscos da exposição a inseticidas:

  • Evite usar inseticidas em excesso, especialmente em ambientes fechados;
  • Prefira métodos naturais, como telas nas janelas e plantas repelentes;
  • Mantenha o ambiente limpo, para afastar pragas sem precisar de produtos químicos;
  • Leia os rótulos e siga as instruções de uso com cuidado;
  • Se possível, evite o uso de inseticidas perto de pessoas idosas.

Esses cuidados são importantes, principalmente se houver histórico de doenças neurológicas na família ou sinais de perda de memória.

O impacto da exposição ambiental na saúde do cérebro

A discussão sobre os riscos da exposição a inseticidas e memória em idosos está apenas começando.

Em um mundo onde o uso de pesticidas e produtos químicos se tornou tão comum, é fundamental observar como isso afeta nossa saúde a longo prazo.

Com o envelhecimento da população mundial, entender os fatores que influenciam o surgimento do comprometimento cognitivo se tornou prioridade para médicos, cientistas e gestores públicos.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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