Hormônios e sono: o que toda mulher precisa saber sobre como eles afetam seu descanso

O sono é fundamental para a saúde e o bem-estar de qualquer pessoa, mas as mulheres podem vivenciar uma qualidade e características de sono diferentes dos homens, em grande parte devido a variações hormonais ao longo de diferentes fases da vida.

Estas diferenças são mais marcantes com o avanço da idade, especialmente durante o ciclo menstrual, a gestação e a menopausa.

Recentemente, um evento no Congrès du Sommeil, realizado em Lille, na França, trouxe novas descobertas sobre como os hormônios femininos impactam o sono.

A seguir, aqui no SaúdeLAB, vamos descobrir os principais fatores fisiológicos e hormonais que moldam o sono das mulheres e como esses fatores podem evoluir ao longo da vida.

A relação entre hormônios e o sono feminino

Embora as diferenças hormonais entre homens e mulheres não sejam tão evidentes na infância, elas começam a se destacar à medida que a mulher se aproxima da puberdade e segue pelos diferentes estágios de sua vida.

O ciclo menstrual, a gestação e a menopausa são momentos chave em que os hormônios femininos influenciam diretamente o padrão e a qualidade do sono.

Ciclo menstrual e sono

Durante o ciclo menstrual, as flutuações hormonais, como os níveis de estrogênio e progesterona, afetam a arquitetura do sono da mulher.

Isso significa que ao longo do ciclo, pode-se observar mudanças no tempo gasto em diferentes estágios do sono, como o sono profundo (também conhecido como sono de ondas lentas) e o sono REM (movimento rápido dos olhos).

Esses efeitos são influenciados por diversos mecanismos, incluindo os receptores hormonais localizados no cérebro, que atuam sobre vias neurológicas e podem afetar o relógio biológico.

Menopausa e sono

A menopausa é outro período da vida feminina onde os hormônios têm um impacto significativo no sono. Com a diminuição da produção de estrogênio e progesterona, muitas mulheres experimentam insônia, dificuldade para manter o sono e aumento da frequência de despertares noturnos.

Além disso, os sintomas típicos da menopausa, como as ondas de calor e suores noturnos, podem interromper o sono e tornar as noites ainda mais difíceis.

Diferenças no sono entre homens e mulheres

Estudos indicam que as mulheres tendem a ter uma proporção maior de sono profundo do que os homens. Isso significa que elas costumam ter uma maior quantidade de sono restaurador, que é crucial para o descanso e a recuperação do corpo.

No entanto, as mulheres também apresentam uma duração menor do sono REM em comparação com os homens. O sono REM é essencial para a consolidação da memória e o processamento emocional.

Por outro lado, as mulheres tendem a ter fases de sono mais longas e densas, o que pode ser uma vantagem em termos de recuperação física e mental.

No entanto, elas são mais propensas a distúrbios do sono, como insônia e síndrome das pernas inquietas, especialmente durante períodos de alterações hormonais, como o climatério (período de transição para a menopausa).

Distúrbios do sono mais comuns nas mulheres

As mulheres têm uma prevalência maior de alguns distúrbios do sono, como:

Insônia: A dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo é muito mais comum nas mulheres, especialmente em idades mais avançadas.

Hipersonia Idiopática: Caracteriza-se pela sonolência excessiva durante o dia, que pode afetar a rotina e a qualidade de vida.

Síndrome das Pernas Inquietas: Esse distúrbio faz com que a pessoa sinta a necessidade urgente de mover as pernas, o que interfere no sono.

Além disso, os distúrbios respiratórios do sono, como a apneia do sono, têm padrões diferentes em mulheres e homens. Embora a apneia do sono seja mais prevalente em homens, ela tem se mostrado um problema crescente entre as mulheres, especialmente durante e após a menopausa.

A relação entre peso e apneia do sono nas mulheres

A apneia do sono é caracterizada por interrupções na respiração durante o sono, causadas pelo bloqueio das vias aéreas superiores. Esse distúrbio está frequentemente associado ao excesso de peso, e a relação entre o aumento do índice de massa corporal (IMC) e a apneia do sono é mais forte nas mulheres do que nos homens.

Durante a menopausa, as mulheres também estão mais propensas a desenvolver apneia do sono, devido ao ganho de peso e aos sinais e sintomas vasomotores, como ondas de calor, que causam despertares frequentes durante a noite.

Esses despertares podem agravar ainda mais a qualidade do sono e levar ao surgimento de distúrbios respiratórios.

Como os distúrbios do sono afetam a saúde das mulheres

Os distúrbios do sono, como a insônia, a apneia do sono e a síndrome das pernas inquietas, têm implicações significativas para a saúde das mulheres. A falta de sono adequado pode afetar a função cognitiva, o humor e até mesmo o sistema imunológico.

Mulheres que não conseguem descansar adequadamente também estão mais propensas a desenvolver doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e doenças cardíacas.

Além disso, a fadiga e a sonolência diurna podem comprometer a produtividade no trabalho e a qualidade de vida em geral. Embora as mulheres se queixem menos de sonolência durante o dia, elas relatam com mais frequência dificuldades para dormir à noite.

Esse fenômeno pode estar relacionado a uma sobrecarga mental e emocional, que é comum devido ao múltiplos papéis que muitas mulheres desempenham na sociedade.

A importância do diagnóstico e tratamento adequado

Reconhecer os distúrbios do sono nas mulheres é crucial para garantir uma boa qualidade de vida. O diagnóstico adequado, muitas vezes, envolve avaliar os hormônios e outros fatores fisiológicos que podem estar afetando o sono.

O tratamento pode incluir terapias comportamentais, mudanças no estilo de vida, como a prática de atividades físicas e a adoção de uma alimentação saudável, além de medicamentos quando necessário.

O sono das mulheres é profundamente influenciado pelos hormônios, e as variações hormonais ao longo da vida têm um impacto significativo na qualidade do sono. O ciclo menstrual, a gravidez e a menopausa são períodos críticos em que as flutuações hormonais podem gerar distúrbios do sono.

Mulheres podem enfrentar desafios adicionais relacionados ao sono, incluindo insônia e apneia do sono, que exigem uma atenção especial.

É essencial que as mulheres se atentem à importância de um sono saudável e procurem tratamento médico se enfrentarem dificuldades persistentes. Com o diagnóstico correto e as abordagens adequadas, é possível melhorar a qualidade do sono e, consequentemente, a saúde e o bem-estar geral.

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Redação SaúdeLab
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