Música e término de relacionamento: a ciência mostra por que certas playlists pioram o sofrimento

A relação entre música e término de relacionamento é mais comum do que se imagina. Quem nunca recorreu a uma playlist triste para chorar as mágoas ou colocou uma canção animada para tentar levantar o astral depois do fim de um namoro?

Um estudo publicado na revista científica PLOS One investigou justamente esse comportamento e trouxe descobertas importantes: a música pode ser uma aliada, mas também pode se tornar um obstáculo na superação emocional.

Música e término de relacionamento: por que recorremos às canções depois do fim?

O fim de uma relação amorosa é considerado um dos eventos mais dolorosos da vida.

Além da tristeza, pode trazer ansiedade, irritabilidade e até sintomas de depressão.

Nesses momentos, a música aparece como um refúgio acessível, barato e imediato. Ela ajuda a regular emoções, distrai dos pensamentos ruins e, em alguns casos, promove bem-estar.

No entanto, o estudo mostra que o efeito da música e término de relacionamento não é o mesmo para todas as pessoas.

Ele pode variar de acordo com a forma como cada um usa a música e até mesmo com características de personalidade.

Música e término de relacionamento: a influência da personalidade

Pesquisadores analisaram 389 estudantes universitários que tinham passado por pelo menos um término de namoro nos últimos cinco anos.

O foco foi observar o comportamento de pessoas com traços de neuroticismo, um padrão de personalidade ligado à instabilidade emocional, ansiedade e sensibilidade intensa.

Os resultados mostraram que indivíduos mais “neuróticos” tendem a sentir emoções negativas mais fortes após o fim de um relacionamento e, justamente por isso, recorrem com frequência à música para lidar com a dor.

Mas há dois caminhos possíveis: o adaptativo e o mal adaptativo.

Música como estratégia adaptativa

No uso adaptativo, a música é escolhida para trazer leveza, distração ou conforto emocional. Ou seja, a pessoa escuta canções que ajudam a relaxar ou que inspiram sentimentos mais positivos.

O estudo, no entanto, mostrou que esse tipo de prática não teve impacto significativo na redução da tristeza ou da ansiedade.

O que se observou é que ela não piora a situação, funcionando mais como um ponto de equilíbrio que ajuda a manter certa estabilidade emocional durante o processo de recuperação.

Música como estratégia mal adaptativa

Por outro lado, o estudo revelou que há quem use a música de forma mal adaptativa.

Isso acontece quando alguém se prende a canções que reforçam a tristeza ou a raiva, mergulhando repetidamente em letras que despertam lembranças dolorosas ou sentimentos de perda.

Esse comportamento pode intensificar o sofrimento, prolongar o luto amoroso e dificultar a recuperação.

Em vez de ajudar, a música acaba servindo como um combustível para a ruminação, aquele hábito de pensar sem parar no que aconteceu, sem encontrar saída.

O que a ciência descobriu sobre música e término de relacionamento

Os cientistas observaram que:

  • Pessoas com maior neuroticismo recorrem mais a estratégias mal adaptativas com música.
  • Esse tipo de escolha musical aumenta as emoções negativas após o término.
  • Já o uso adaptativo da música não mostrou impacto significativo para reduzir o sofrimento em curto prazo, mas também não esteve associado a um agravamento das emoções negativas.

Ou seja, ouvir música animada pode até parecer uma boa alternativa, mas o estudo não encontrou evidências de que isso acelere a recuperação.

O maior risco está em se prender a músicas tristes que reforçam a negatividade.

Música e término de relacionamento: como usar a seu favor

A principal mensagem do estudo é que a música e o término de um relacionamento podem estar conectados, mas o efeito depende de como cada pessoa a utiliza.

Para quem tem dificuldade em controlar emoções, é importante aprender a identificar se a playlist escolhida está ajudando ou atrapalhando.

Especialistas em saúde mental reforçam que reconhecer esses padrões é essencial.

Se a música está servindo apenas para reabrir feridas, pode ser hora de buscar alternativas mais saudáveis, como conversar com amigos, praticar atividade física, escrever ou até procurar apoio profissional.

Por outro lado, usar a música de forma consciente, sem se prender a faixas que reforçam a dor, pode ser uma ferramenta útil para manter o equilíbrio emocional em momentos difíceis.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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