Parar de fumar após o câncer: o passo que pode valer anos a mais de vida

Um novo estudo traz uma mensagem importante para quem enfrenta um diagnóstico de câncer. Parar de fumar após o câncer faz uma diferença real na sobrevida, e não é pouca.

A pesquisa acompanhou mais de 13 mil pacientes atendidos em um grande centro oncológico dos Estados Unidos e mostrou que aqueles que continuaram fumando depois do diagnóstico tiveram quase o dobro do risco de morrer em comparação aos que conseguiram largar o cigarro.

Mais do que números, os resultados reforçam algo que a ciência já vem repetindo há anos, mas que ainda é pouco aplicado na prática.

Portanto, mesmo após o diagnóstico, abandonar o cigarro traz benefícios concretos e rápidos para a saúde, inclusive entre pessoas com tumores em estágios avançados.

Benefício mesmo nos casos graves

Os pesquisadores observaram que o impacto positivo de parar de fumar após o câncer vale para praticamente todos os tipos e estágios da doença.

Entre os pacientes com tumores em estágio avançado (III e IV), por exemplo, o risco de morte foi mais de duas vezes maior entre quem manteve o hábito em comparação aos que deixaram de fumar.

O estudo, publicado no Journal of the National Comprehensive Cancer Network, mostrou que até mesmo quem enfrentava um câncer em fase avançada teve aumento na sobrevida ao abandonar o cigarro.

Essa descoberta quebra um mito comum entre pacientes e até entre alguns profissionais de saúde, o de que “já não vale mais a pena parar” depois de um diagnóstico grave.

Pelo contrário, os cientistas reforçam que nunca é tarde para desistir do cigarro, e que as chances de viver mais e melhor aumentam independentemente da fase da doença.

A importância do apoio médico para deixar o vício

Mesmo com as evidências, o estudo revelou que apenas 22% dos pacientes fumantes conseguiram abandonar o cigarro nos seis meses seguintes ao diagnóstico.

Segundo os autores, a falta de tempo nas consultas, o foco exclusivo no tratamento oncológico e a pouca oferta de programas estruturados de cessação do tabagismo ainda dificultam o apoio a quem quer parar.

Mas há caminhos eficazes.

O centro analisado pelos pesquisadores adotou uma ferramenta digital (ELEVATE) integrada ao prontuário eletrônico que facilita a identificação de fumantes e o encaminhamento para terapias comportamentais e medicamentosas.

Com isso, aumentou a taxa de sucesso de pacientes que conseguiram parar de fumar após o câncer.

Um passo essencial do tratamento

Abandonar o cigarro não é apenas uma mudança de hábito, mas um componente essencial do cuidado oncológico.

Segundo os especialistas, parar de fumar pode melhorar a resposta ao tratamento, reduzir efeitos colaterais, diminuir o risco de novos tumores e ainda prevenir complicações cirúrgicas e cardiovasculares.

Ou seja, ao contrário do que muitos imaginam, parar de fumar após o câncer é uma das atitudes mais poderosas que o paciente pode tomar para aumentar suas chances de cura e qualidade de vida.

Cada cigarro a menos é também um passo a mais em direção à recuperação.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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