A surpreendente ligação entre refrigerante e depressão que ninguém te contou

Beber refrigerante todos os dias pode ir muito além de prejudicar o peso ou o açúcar no sangue. Um novo estudo mostrou que existe uma associação importante entre refrigerante e depressão, especialmente entre mulheres.

A pesquisa alemã indica que o hábito de consumir essas bebidas açucaradas pode alterar as bactérias do intestino e, com isso, aumentar o risco de desenvolver sintomas depressivos.

Depressão e refrigerante: como a bebida pode afetar o cérebro e o humor

Os cientistas descobriram que o excesso de açúcar presente nos refrigerantes cria um desequilíbrio na flora intestinal.

Essa flora é o conjunto de bactérias que vive no nosso intestino e tem papel essencial na digestão, na imunidade e até na regulação do humor.

Quando há açúcar em excesso, algumas bactérias “ruins” se multiplicam, provocando inflamações e enfraquecendo a barreira intestinal.

Esse processo libera substâncias inflamatórias que podem chegar ao cérebro, interferindo na produção de neurotransmissores como a serotonina, responsável pela sensação de bem-estar.

É por isso que, segundo os pesquisadores, o consumo frequente de refrigerantes pode contribuir para alterações no humor e aumento da ansiedade e da depressão.

O que o estudo descobriu sobre refrigerante e depressão

O estudo analisou mais de 900 pessoas, sendo 405 diagnosticadas com depressão e 527 sem o transtorno.

Os resultados mostraram que, a cada aumento no consumo de refrigerante, as chances de diagnóstico de depressão subiam cerca de 8%.

Entre as mulheres, esse risco era ainda maior. Aproximadamente 16% mais chances de apresentar sintomas graves da doença em comparação a quem bebia menos refrigerante.

Um detalhe interessante é que o estudo também identificou uma bactéria intestinal chamada Eggerthella, que tende a aparecer em maior quantidade em pessoas com depressão.

Mulheres que consumiam mais refrigerantes apresentavam níveis elevados dessa bactéria, e, segundo os autores, essa relação ajudava a explicar parte do aumento dos sintomas depressivos.

Mesmo pequenas quantidades podem trazer riscos

Os pesquisadores destacam que não é preciso exagerar para que os efeitos negativos apareçam.

Mesmo um consumo diário regular, ainda que pareça pequeno, já foi associado em pesquisas anteriores a piores resultados de saúde mental.

Isso reforça a importância de repensar o consumo e de alertar principalmente crianças e adolescentes, grupo que costuma beber mais esse tipo de bebida.

Além disso, o estudo reforça que a relação entre refrigerante e depressão pode ser uma via de mão dupla.

Pessoas deprimidas tendem a buscar mais alimentos e bebidas açucaradas como forma de compensar o humor, o que cria um ciclo difícil de quebrar.

Quanto mais refrigerante se bebe, maior o risco de piorar os sintomas depressivos, e vice-versa.

O que especialistas defendem

Os autores do estudo, publicado na revista científica JAMA Psychiatry, alertam para a necessidade urgente de políticas públicas e ações de conscientização que reduzam o consumo de refrigerantes.

Países que criaram impostos sobre essas bebidas, como o Reino Unido, já observaram queda no consumo e redução nas taxas de obesidade.

Para eles, cuidar da alimentação, dar atenção à saúde intestinal e diminuir o açúcar são medidas simples que podem ajudar não apenas o corpo, mas também a mente.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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