Vitamina K e envelhecimento cerebral: o que a ciência revela sobre essa relação pouco conhecida

Vitamina K e envelhecimento cerebral: baixa ingestão de vitamina K pode afetar a memória e acelerar o declínio cognitivo com a idade. Veja como a alimentação pode proteger seu cérebro.

Com o envelhecimento, é comum o surgimento de preocupações relacionadas à memória, à concentração e à agilidade mental. O que muitas pessoas ainda não sabem é que certos nutrientes podem desempenhar um papel decisivo na saúde do cérebro ao longo da vida.

Estudos recentes têm apontado uma conexão direta entre vitamina K e envelhecimento cerebral, sugerindo que a deficiência desse nutriente pode acelerar o declínio cognitivo

Um exemplo disso é a vitamina K, que começa a ganhar destaque em pesquisas científicas por sua possível influência nas funções cognitivas, especialmente em idosos. Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos explica melhor essa relação.

O que é a vitamina K e onde ela é encontrada

A vitamina K é tradicionalmente conhecida por sua função essencial na coagulação do sangue. No entanto, nos últimos anos, seu papel no organismo tem sido cada vez mais estudado.

Ela participa da regulação de proteínas que atuam na saúde dos ossos, no metabolismo celular e, como sugerem novos estudos, na proteção do tecido cerebral.

Existem dois tipos principais de vitamina K:

  • Vitamina K1 (filoquinona) – encontrada principalmente em vegetais verde-escuros, como espinafre, brócolis, couve, alface, ervilha e repolho.
  • Vitamina K2 (menaquinona) – presente em alimentos fermentados, carnes, ovos e derivados de leite.

A deficiência dessa vitamina pode ocorrer por má alimentação, uso prolongado de certos medicamentos ou condições que afetam a absorção de gordura, como doenças hepáticas e intestinais.

Vitamina K e envelhecimento cerebral: qual a relação?

Pesquisas recentes, como a conduzida pela Universidade Tufts (EUA), estão ajudando a esclarecer os mecanismos pelos quais a vitamina K pode influenciar a função cognitiva.

O estudo, realizado em modelos animais de meia-idade, apontou que a baixa ingestão dessa vitamina pode levar a um aumento de inflamações no cérebro e prejudicar a regeneração de células nervosas, especialmente no hipocampo — região fundamental para a memória e o aprendizado.

Embora os estudos ainda estejam em fase inicial e tenham sido feitos em animais, os achados são coerentes com outras evidências já observadas em humanos.

Estudos populacionais têm mostrado que idosos com níveis mais adequados de vitamina K tendem a apresentar melhor desempenho cognitivo, menor risco de demência e mais preservação da memória.

O papel da inflamação no declínio cognitivo

Um ponto importante levantado pelos pesquisadores é a relação entre inflamação e neurodegeneração.

Sabe-se que a inflamação crônica de baixo grau é um fator comum no envelhecimento e pode acelerar a perda de conexões entre os neurônios. A vitamina K, por sua vez, parece ter um efeito modulador sobre essas inflamações, contribuindo para um ambiente cerebral mais saudável.

Além disso, essa vitamina está envolvida na ativação de proteínas antioxidantes, que protegem o cérebro contra os danos causados pelos radicais livres — outro fator que contribui para o declínio cognitivo com a idade. Ou seja, existe uma relação forte entre a vitamina K e cognição

Como garantir uma ingestão adequada de vitamina K

A boa notícia é que manter níveis adequados de vitamina K pode ser simples com uma alimentação equilibrada. Uma dieta rica em vegetais de folhas verde-escuras e alimentos fermentados já é suficiente para a maioria das pessoas. Veja alguns exemplos de fontes naturais:

  • Couve, espinafre e alface romana
  • Brócolis e repolho
  • Ervilha e vagem
  • Natto (soja fermentada, rico em K2)
  • Queijos e gema de ovo

Para pessoas com dietas restritivas, problemas de absorção ou uso contínuo de anticoagulantes (como varfarina), é importante discutir com um profissional de saúde a melhor forma de manter o equilíbrio dessa vitamina — sem interferir na medicação.

O estudo mostra que há forte ligação entre vitamina K na saúde cerebral, mas, tem seus riscos.

O que dizem os especialistas

A diretora do HNRCA, Sarah Booth, uma das autoras do estudo, afirma que o papel da vitamina K na função cerebral ainda é uma área em crescimento, mas os resultados já justificam maior atenção ao tema.

Segundo ela, compreender como nutrientes específicos impactam o cérebro pode abrir caminho para estratégias preventivas mais eficazes no combate ao declínio cognitivo. Ou seja, impacto da vitamina K no envelhecimento do cérebro é uma realidade.

Vale a pena suplementar vitamina K?

Apesar do entusiasmo em torno dos benefícios da vitamina K, a suplementação só deve ser considerada em casos específicos, com acompanhamento médico. A maioria das pessoas consegue alcançar as quantidades necessárias por meio da alimentação.

É importante lembrar que o excesso de suplementação pode trazer riscos, especialmente em indivíduos que usam medicamentos anticoagulantes, já que a vitamina K interfere diretamente na coagulação do sangue.

Cuidar da mente começa no prato

A saúde do cérebro não depende apenas de genética ou de exercícios mentais — ela também está profundamente ligada ao que colocamos no prato todos os dias. Nutrientes como a vitamina K desempenham papéis fundamentais que vão além do que se imaginava até pouco tempo.

Incluir mais alimentos ricos em vitamina K na alimentação pode ser um passo simples, porém poderoso, para proteger a memória e a qualidade de vida à medida que os anos passam.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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