Especialista revela 2 pontos cruciais para uma perda de peso duradoura e saudável

Mais de 2,5 bilhões de adultos em todo o mundo estão acima do peso ou obesos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse número alarmante reflete uma crise de saúde pública que vai muito além da estética – a obesidade é um fator de risco significativo para diabetes tipo 2, doenças renais, infartos e AVCs.

Diante desse cenário, uma pergunta se destaca: como perder peso de forma sustentável e saudável? A resposta não está em soluções milagrosas, mas em estratégias baseadas em ciência e adaptadas às necessidades individuais.

Por que a obesidade é um problema complexo?

A obesidade não é apenas resultado de “comer muito e se exercitar pouco”. Ela surge de uma combinação de fatores:

• Estresse emocional e psicológico (como ansiedade, depressão e pressão no trabalho) levando à compulsão alimentar.
• Sedentarismo (longas horas sentado) e disponibilidade de alimentos ultraprocessados, ricos em calorias e pobres em nutrientes.
• Influências genéticas e metabólicas, como resistência à insulina e acúmulo de gordura visceral.

Por ser multifatorial, o tratamento eficaz exige uma abordagem integrada, envolvendo nutricionistas, psicólogos e médicos, para trabalhar não apenas a alimentação e o exercício, mas também os aspectos emocionais e hormonais.

Os 2 pilares científicos para uma perda de peso duradoura

Pesquisas recentes, incluindo estudos da Universidade de Tübingen (Alemanha), destacam dois elementos fundamentais para resultados sustentáveis:

1. Combinação de perda de peso e controle glicêmico

Muitas pessoas focam apenas na balança, mas reduzir o açúcar no sangue é tão importante quanto perder quilos. Por quê?

Gordura visceral (aquela que envolve órgãos como fígado e intestinos) está ligada à inflamação crônica e à resistência à insulina, aumentando o risco de diabetes e doenças cardiovasculares.

Estudos mostram que quem perde peso e regula a glicemia tem maior redução dessa gordura perigosa.

Como fazer isso na prática?

• Dieta Mediterrânea: Rica em gorduras saudáveis (azeite, peixes, nozes), fibras e proteínas magras.
• Exercícios aeróbicos: Caminhadas, ciclismo e natação ajudam a queimar gordura abdominal.

2. Mudanças de hábitos com apoio multidisciplinar

O maior desafio não é perder peso, mas manter os resultados. Dados indicam que a maioria recupera o peso em alguns anos, muitas vezes por falta de suporte contínuo.

Estratégias comprovadas para evitar o efeito sanfona:

• Acompanhamento psicológico: Para lidar com a fome emocional e o estresse.
• Monitoramento metabólico: Verificar não apenas o peso, mas também níveis de açúcar no sangue e marcadores inflamatórios.
• Planejamento a longo prazo: Em vez de dietas radicais, adotar mudanças graduais e realistas.

Medicamentos e cirurgia: Quando são indicados?

Para alguns casos, intervenções médicas podem ser necessárias:

• Remédios para Obesidade (GLP-1)
  • Funcionam regulando o apetite e melhorando a sensibilidade à insulina.
  • Riscos: Náuseas, possíveis efeitos colaterais graves e o peso volta se o tratamento for interrompido.
  • Indicação: Devem ser usados apenas com supervisão médica, principalmente em pacientes com obesidade e diabetes.

• Cirurgia Bariátrica
  • Benefícios: Redução significativa de peso, melhora no diabetes e menor risco de doenças cardíacas.
  • Indicação: Para obesidade grave (IMC ≥ 40 ou ≥ 35 com comorbidades).

O caminho para resultados que permanecem

Não existe “fórmula mágica” para emagrecer. A estratégia mais eficaz combina:

• Dieta equilibrada (como a Mediterrânea) + exercícios regulares.
• Controle glicêmico para reduzir gordura visceral.
• Apoio profissional (nutricionista, psicólogo, endocrinologista).

Para quem sofre com obesidade, medicamentos e cirurgia podem ajudar, mas só funcionam a longo prazo com mudanças no estilo de vida.

O segredo está em entender que cada corpo responde de forma diferente e buscar um plano personalizado – porque perder peso com saúde é uma jornada, não uma corrida.

Fonte: Baseado em pesquisas do Dr. Reiner Jumpertz-von Schwartzenberg, especialista em metabolismo e obesidade da Universidade de Tübingen, Alemanha.

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