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Estresse oxidativo e doenças: o efeito poderoso das amêndoas que a ciência acaba de confirmar
Você já ouviu falar sobre amêndoas e estresse oxidativo? Pode parecer um assunto complicado, mas é algo que afeta diretamente nossa saúde.
O estresse oxidativo acontece quando existe um desequilíbrio entre a produção de radicais livres (moléculas instáveis que podem danificar nossas células) e a capacidade do corpo de neutralizá-los.
Esse processo está relacionado a doenças como problemas cardíacos, diabetes, envelhecimento precoce e até alguns tipos de câncer.
Um estudo recente, que analisou várias pesquisas anteriores, descobriu que comer amêndoas todos os dias, especialmente em quantidades mais altas, pode ajudar a reduzir esse desequilíbrio e proteger nossas células.
Por que as amêndoas chamam atenção para a saúde
As amêndoas são conhecidas por serem ricas em vitamina E, gorduras boas (as chamadas monoinsaturadas), fibras e compostos antioxidantes, como polifenóis e flavonoides.
Esses nutrientes atuam como “escudos” contra os radicais livres, ajudando a evitar que eles causem danos nas células.
Mas além de proteger o coração e ajudar no controle do colesterol, os cientistas queriam saber exatamente qual o efeito das amêndoas sobre os principais marcadores que medem o estresse oxidativo no corpo.
O que a pesquisa investigou
Para chegar a uma resposta mais precisa, os pesquisadores fizeram uma revisão e análise de oito estudos clínicos (com pessoas de verdade, não apenas em laboratório).
Ao todo, foram avaliados 424 participantes, incluindo pessoas saudáveis, fumantes, indivíduos com excesso de peso e pacientes com doenças crônicas, como problemas cardíacos.
Os estudos analisaram diferentes doses de amêndoas, desde pequenas quantidades (5 g por dia) até porções bem maiores (168 g por dia), durante períodos de 4 a 24 semanas.
O objetivo foi observar o impacto sobre substâncias presentes no sangue e na urina que indicam se o corpo está sofrendo mais ou menos com o estresse oxidativo.
Principais resultados
Nos estudos em que os participantes consumiram mais de 60 g de amêndoas por dia (o equivalente a duas porções generosas), os pesquisadores notaram melhoras em três pontos importantes:
- Menos danos ao DNA: redução do 8-OHdG, uma substância que indica quando nosso material genético está sendo atacado pelos radicais livres.
- Proteção das gorduras das células: queda nos níveis de malondialdeído (MDA), marcador que mostra quando as gorduras que compõem as membranas das células estão sofrendo danos.
- Menos ácido úrico no sangue: em excesso, o ácido úrico pode favorecer inflamações e aumentar o risco de alguns problemas de saúde.
A enzima SOD, que age como um “escudo” do corpo contra os radicais livres, aumentou quando se analisaram todos os estudos juntos.
Mas quando os cientistas olharam apenas para quem consumiu mais de 60 g/dia, esse aumento não foi grande o bastante para ter certeza absoluta de que não ocorreu por acaso.
Ou seja, a dose mais alta trouxe benefícios claros para outros marcadores importantes como os apresentados acima (menos danos ao DNA, menos lesão nas gorduras das células e menos ácido úrico no sangue), mas o efeito sobre essa enzima específica ainda não é tão consistente.
Nos grupos que consumiram menos amêndoas, os resultados variaram bastante e não seguiram um padrão claro.
Isso indica que a quantidade ingerida pode influenciar nos benefícios, mas ainda não há uma resposta definitiva sobre qual seria a dose “perfeita” para todas as pessoas.
Como o jeito de comer as amêndoas pode fazer diferença?
O estudo também aponta que diferenças na forma de preparo das amêndoas podem influenciar os resultados.
As amêndoas cruas e com casca preservam mais polifenóis (substâncias antioxidantes presentes principalmente na pele), enquanto o branqueamento ou a torrefação em altas temperaturas pode reduzir parte desses compostos.
Essa variação é vista como um dos motivos para diferenças entre os estudos, mas ainda não existe consenso definitivo sobre a melhor forma de consumo para reduzir o estresse oxidativo.
Quem pode se beneficiar mais
Qualquer pessoa pode aproveitar os nutrientes das amêndoas, mas o estudo mostra que o efeito pode ser ainda maior em quem já tem um “desgaste” maior no organismo.
É o caso de fumantes, pessoas com doenças crônicas ou excesso de peso. Isso acontece porque essas condições costumam deixar o corpo com um nível mais alto de estresse oxidativo; ou seja, com mais radicais livres circulando e menos defesas naturais.
O estudo também aponta que o resultado variou de acordo com a saúde e o ponto de partida de cada pessoa. Em quem já estava mais vulnerável, as amêndoas pareceram fazer mais diferença na proteção das células.
O que isso significa para o dia a dia
A relação entre amêndoas e estresse oxidativo reforça a importância de incluir alimentos naturais ricos em antioxidantes na alimentação.
Ao contrário de suplementos isolados, as amêndoas oferecem um conjunto de nutrientes que atuam juntos, potencializando o efeito protetor sobre as células.
Embora ainda faltem pesquisas para definir a dose ideal e a forma de preparo mais eficaz, incluir esse alimento na rotina pode ser um passo simples e saboroso para apoiar a saúde celular e o bem-estar geral.
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