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Teste de HPV pelo SUS: veja o que muda no rastreamento do câncer de colo do útero
O teste de HPV pelo SUS começou a ser implantado na última sexta-feira (15) em algumas regiões do Brasil e promete mudar a forma como é feito o rastreamento do câncer de colo do útero.
A novidade foi anunciada pelo Ministério da Saúde e tem como objetivo identificar a presença do vírus HPV (principal causa desse tipo de câncer) antes mesmo que surjam lesões ou sintomas.
Diferente do tradicional papanicolau, que detecta alterações já existentes nas células, o novo exame é capaz de encontrar o DNA do HPV, permitindo uma detecção mais precoce e precisa.
Como funciona o novo teste de HPV pelo SUS
O procedimento continua sendo feito durante uma consulta ginecológica.
A coleta do material é semelhante ao exame papanicolau: o profissional de saúde recolhe secreções do colo do útero.
A diferença está no destino desse material. Em vez de ser colocado em uma lâmina para análise celular, ele é armazenado em um tubo com líquido especial e encaminhado para laboratório, onde é feita a pesquisa do DNA do vírus.
Segundo o Ministério da Saúde, esse método é mais sensível e confiável.
Isso significa que o número de exames desnecessários e intervenções médicas tende a cair.
Outro benefício é que, quando o resultado for negativo, a paciente só precisará repetir o exame após cinco anos, ampliando os intervalos de rastreamento, mas sem perder a segurança.
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Onde o exame começa a ser implantado
O teste de HPV pelo SUS será incorporado de forma progressiva.
Inicialmente, a implantação ocorre em um município de cada um dos seguintes estados e no Distrito Federal:
- Rio de Janeiro;
- São Paulo;
- Minas Gerais;
- Ceará;
- Bahia;
- Pará;
- Rondônia;
- Goiás;
- Rio Grande do Sul;
- Paraná;
- Pernambuco;
- Distrito Federal.
Aos poucos, o número de cidades contempladas será ampliado.
A expectativa do Ministério da Saúde é que, até dezembro de 2026, o exame esteja disponível em todo o Brasil, beneficiando cerca de 7 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos anualmente.
Substituição do papanicolau
O papanicolau não vai desaparecer, mas terá outro papel.
Agora, ele será usado apenas em casos de confirmação quando o teste de DNA-HPV der resultado positivo.
Assim, o diagnóstico fica mais certeiro e evita que mulheres passem por etapas desnecessárias do processo.
Importância para a saúde da mulher
O câncer de colo do útero é o terceiro tipo mais frequente entre as mulheres no Brasil, com cerca de 17 mil novos casos estimados a cada ano no triênio 2023-2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
A taxa de incidência é de 15 casos para cada grupo de 100 mil mulheres.
A doença ainda é responsável por aproximadamente 20 mortes por dia no país, sendo a principal causa de morte por câncer feminino no Nordeste.
Com a chegada do teste de HPV pelo SUS, o Brasil dá um passo importante no combate à doença.
O exame, recomendado pela Organização Mundial da Saúde, já é considerado o padrão-ouro no rastreamento do câncer de colo do útero e integra estratégias globais para que a enfermidade deixe de ser um problema de saúde pública até 2030.
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