Deficiência de Vitamina D eleva em 22% o risco de idoso andar mais devagar

A deficiência de vitamina D e mobilidade estão mais ligadas do que muita gente imagina.

Um estudo inédito conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a University College London, no Reino Unido, revelou que idosos com deficiência de vitamina D apresentaram maior risco de desenvolver lentidão na caminhada ao longo dos anos.

Os resultados, publicados na revista científica Diabetes, Obesity and Metabolism, chamam atenção para um problema silencioso: a vitamina D não afeta apenas os ossos, mas também pode ter impacto na força muscular e na manutenção da independência durante o envelhecimento.

Vitamina D: mais que saúde dos ossos

Quando se fala em vitamina D, a maioria das pessoas logo pensa em ossos fortes e prevenção da osteoporose.

De fato, ela tem esse papel fundamental. No entanto, o novo estudo sugere que seus efeitos vão além da estrutura óssea: também podem estar relacionados à qualidade da musculatura e à capacidade de se movimentar bem.

Isso acontece porque os músculos possuem receptores específicos para a vitamina D.

Ela participa de processos que ajudam na contração muscular, na reparação das fibras e na manutenção da força.

Ou seja, quando há deficiência de vitamina D, o funcionamento muscular pode ficar comprometido, o que contribui para alterações na marcha e redução da mobilidade.

O estudo que associou deficiência de vitamina D à lentidão

Os pesquisadores acompanharam mais de 2.800 idosos, todos com 60 anos ou mais, que no início da pesquisa não tinham dificuldades para caminhar.

Durante seis anos, eles mediram periodicamente a velocidade da caminhada de cada participante (um indicador simples, mas muito usado para avaliar a saúde dos idosos).

O que descobriram? Quem tinha deficiência de vitamina D no sangue apresentou 22% mais chances de começar a andar devagar ao longo do tempo, em comparação com aqueles que tinham níveis adequados da vitamina.

Um detalhe importante: o risco maior de desenvolver lentidão na caminhada foi visto apenas nas pessoas com deficiência de vitamina D, ou seja, com níveis muito baixos da vitamina. Já aqueles que tinham apenas uma insuficiência (um pouco abaixo do ideal, mas não tão grave) não apresentaram esse aumento de risco.

Segundo os cientistas, a velocidade da caminhada é um sinal vital do envelhecimento: quando ela diminui, pode indicar maior risco de quedas, perda de autonomia no dia a dia e até de complicações mais sérias que levam a hospitalizações.

Por que idosos têm mais risco de deficiência?

O envelhecimento traz mudanças naturais no corpo que dificultam a produção e o aproveitamento da vitamina D. Entre os principais fatores estão:

  • Menor exposição ao sol: com a idade, muitos idosos passam mais tempo em ambientes fechados.
  • Pele mais fina: a capacidade da pele em produzir vitamina D a partir da luz solar diminui com o tempo.
  • Menos receptores celulares: as células do corpo passam a ter menos receptores para a vitamina, reduzindo sua ação.
  • Hábitos de vida: sedentarismo, alimentação pobre em nutrientes e algumas doenças crônicas também influenciam.

Esses fatores explicam por que a deficiência de vitamina D e mobilidade acabam se cruzando com frequência em pessoas idosas.

O impacto da lentidão na vida do idoso

Caminhar mais devagar pode parecer algo simples, mas na prática, como visto, representa um sinal de alerta.

A lentidão pode evoluir para maior risco de quedas, dependência para tarefas do dia a dia e perda da autonomia.

Pesquisas anteriores já mostravam que a velocidade da caminhada é um marcador de saúde.

Quando ela começa a diminuir, isso indica que o corpo está perdendo reservas físicas importantes.

Agora, com a associação direta entre deficiência de vitamina D e lentidão na caminhada, o estudo reforça a importância de prevenir esse quadro.

Como manter níveis adequados de vitamina D

O primeiro passo é lembrar que a principal fonte de vitamina D é o sol.

Tomar sol diariamente, de 15 a 30 minutos, em horários seguros (antes das 10h e após as 16h), já ajuda a estimular a produção natural da vitamina.

Além disso, alguns alimentos também oferecem vitamina D, embora em quantidades menores, como:

  • Peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum);
  • Gema de ovo;
  • Fígado;
  • Leite e derivados fortificados.

Em casos de deficiência diagnosticada em exames de sangue, o médico pode recomendar suplementação.

É fundamental que essa decisão seja feita com acompanhamento profissional, já que o excesso de vitamina D também pode trazer riscos.

Deficiência de vitamina D e mobilidade: prevenir é cuidar da autonomia no futuro

O estudo sugere que cuidar da vitamina D não deve ser encarado apenas como prevenção da osteoporose, mas também como estratégia para preservar a independência e a qualidade de vida na velhice.

A deficiência de vitamina D e mobilidade, observada por meio da lentidão na caminhada, mostram-se associadas em idosos. E ignorar esse detalhe pode custar caro em termos de saúde física.

Quanto antes houver atenção a esse nutriente, crescem as chances de envelhecer de forma ativa e com autonomia.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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