Assistir TV faz mal ao cérebro? Estudo revela um tempo que pode prejudicar a cognição

Assistir televisão é um dos passatempos mais comuns do mundo. Mas a ciência acaba de reforçar um alerta: assistir TV faz mal ao cérebro quando o hábito se torna excessivo, especialmente em adultos e idosos.

Uma revisão sistemática e meta-análise analisou dados de mais de 1,2 milhão de pessoas e encontrou relação entre longas horas em frente à TV e pior desempenho cognitivo.

Assistir TV faz mal ao cérebro? O que a ciência revela

De acordo com os pesquisadores, passar muitas horas assistindo televisão (principalmente 4 horas ou mais por dia) está associado a um risco maior de desenvolver problemas de memória, atenção e até quadros de comprometimento cognitivo.

A análise mostrou que quem assiste TV por longos períodos tende a ter pontuações mais baixas em testes de cognição.

O efeito se torna ainda mais preocupante quando o tempo diário chega a 6 horas ou mais, situação em que a queda no desempenho mental é significativa.

Por que assistir TV faz mal ao cérebro em excesso

Existem algumas hipóteses para explicar esse impacto negativo.

Diferente de atividades como leitura, jogos de raciocínio ou conversas sociais, a televisão costuma ser consumida de forma passiva.

O espectador apenas recebe informações, sem grande esforço mental.

Esse comportamento sedentário, aliado ao pouco estímulo cognitivo, pode contribuir para o enfraquecimento das conexões neurais ao longo dos anos.

Além disso, passar muito tempo sentado em frente à TV está associado a outros fatores de risco, como sedentarismo, obesidade e doenças cardiovasculares, que também afetam a saúde do cérebro.

Impactos em adultos e idosos

Embora o estudo tenha analisado adultos em geral, os efeitos parecem ser ainda mais evidentes nos idosos.

Nessa fase da vida, a reserva cognitiva (ou seja, a capacidade do cérebro de resistir a perdas funcionais) já é naturalmente menor.

Por isso, para quem está envelhecendo, a combinação de sedentarismo e falta de estímulos mentais pode acelerar o declínio da memória.

Em termos práticos, significa estar associado a um risco mais alto de desenvolver condições como demência ou Alzheimer.

Assistir TV pode trazer algum benefício?

Vale lembrar que a pesquisa não demoniza a televisão em si. O problema está no excesso.

Programas educativos, documentários ou conteúdos que despertam reflexão podem estimular o aprendizado.

O que a ciência alerta é que quando a televisão se torna a principal atividade de lazer, substituindo exercícios físicos, leitura, interação social ou hobbies ativos, os riscos aumentam.

Portanto, a chave é o equilíbrio: assistir a um filme ou uma série pode ser relaxante e prazeroso, desde que não ocupe grande parte do dia.

Dicas para reduzir os riscos

Para quem se preocupa com a saúde do cérebro, especialmente na terceira idade, algumas mudanças simples podem fazer diferença:

  • Limitar o tempo de tela: tentar não ultrapassar 2 a 3 horas por dia de TV.
  • Fazer pausas ativas: levantar-se, caminhar pela casa ou alongar-se durante os intervalos.
  • Alternar atividades: reservar tempo para leitura, conversas, jogos de tabuleiro ou atividades manuais.
  • Praticar exercícios físicos: caminhadas, dança, yoga ou qualquer movimento regular ajudam tanto o corpo quanto o cérebro.
  • Valorizar interações sociais: encontros com amigos e familiares são poderosos estímulos cognitivos e emocionais.

O que esse estudo nos ensina

O trabalho publicado na PLOS ONE não prova que a televisão por si só cause problemas cognitivos, mas mostra uma associação clara entre assistir TV por muitas horas e piora na saúde do cérebro.

Isso significa que o hábito deve ser repensado, principalmente em uma sociedade que está envelhecendo rapidamente.

Manter o cérebro ativo, curioso e em movimento é uma das melhores formas de prevenir o declínio cognitivo.

Leitura Recomendada: Estudo revela ligação entre alimentação e saúde mental em pessoas acima dos 50 anos

Compartilhe este conteúdo
Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

VIRE A CHAVE PARA EMAGRECER

INSCRIÇÕES GRATUITAS E VAGAS LIMITADAS