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O que causa furúnculo e quando é hora de procurar um médico
O que causa furúnculo é uma dúvida comum entre quem já enfrentou esse incômodo.
Uma pequena bolinha vermelha e dolorida na pele pode parecer algo simples, mas quem passa por isso sabe o quanto atrapalha: dói, cresce rápido e, em alguns casos, interfere até nas tarefas do dia a dia.
Entender suas causas é o primeiro passo para lidar com o problema de forma correta e prevenir novos episódios.
O que causa furúnculo e por que ele aparece
O furúnculo surge quando uma bactéria (geralmente o Staphylococcus aureus) penetra em um folículo piloso, que é a raiz do pelo.
Esse microrganismo está presente na pele e no nariz de muitas pessoas sem causar sintomas, mas quando encontra uma porta de entrada, como um pequeno corte, arranhão ou irritação após depilação, pode provocar uma infecção localizada.
Essa invasão desencadeia uma reação de defesa do organismo, com inflamação, vermelhidão, dor, calor e acúmulo de pus.
Em outras palavras, o furúnculo é uma forma de o corpo tentar expulsar a bactéria da pele.
Sintomas que ajudam a identificar o furúnculo
O início costuma ser discreto, com uma área dolorida e avermelhada.
Em poucos dias, essa região incha e forma um caroço endurecido, quente e sensível ao toque.
Com o passar dos dias, pode aparecer um pontinho amarelo no centro da lesão. Esse sinal indica que o pus está se acumulando e que o furúnculo está perto de se romper.
Sintomas mais comuns incluem:
- Dor intensa e localizada;
- Inchaço e vermelhidão;
- Calor na região afetada;
- Formação de pus.
Quando o furúnculo é maior, além da dor intensa, a pessoa pode ter febre, sentir mal-estar e perceber ínguas (gânglios inchados) perto da região da infecção.
Leitura Recomendada: Furúnculo é contagioso? Entenda as causas, sintomas e prevenção
Quem tem mais chance de desenvolver furúnculo
Algumas condições aumentam o risco de desenvolver furúnculos:
- imunidade baixa;
- diabetes;
- excesso de peso;
- transpiração intensa;
- uso de roupas apertadas ou atrito frequente na pele;
- depilação malfeita;
- higiene inadequada.
A ocorrência repetida é chamada furunculose e costuma estar ligada à presença persistente de S. aureus na pele ou nas narinas, que funcionam como reservatório.
Quando o furúnculo pode ser perigoso
Na maioria dos casos, o furúnculo melhora sozinho após alguns dias, especialmente quando rompe e libera o pus.
No entanto, complicações podem surgir, como:
- formação de um abscesso maior;
- disseminação da infecção para tecidos vizinhos;
- em casos raros, disseminação para a corrente sanguínea.
Atenção especial deve ser dada aos furúnculos localizados na região central do rosto (perto do nariz e olhos).
Essa área tem uma rede venosa que, em situações pouco comuns, pode permitir que a infecção se espalhe até estruturas mais profundas, levando a complicações graves, como a trombose do seio cavernoso.
Leitura Recomendada: Furúnculo tem causas emocionais? A influência dos sentimentos na saúde da pele
Quando procurar atendimento médico
Procure avaliação médica se houver:
- febre ou mal-estar;
- aumento rápido da lesão;
- dor intensa ou progressiva;
- vermelhidão que se espalha pela pele;
- linfonodos dolorosos;
- furúnculo no rosto, próximo aos olhos ou nariz;
- episódios frequentes de furúnculos;
- presença de diabetes ou outra condição que reduza a imunidade.
Tratamento: o que realmente ajuda
O cuidado inicial mais indicado é aplicar compressas mornas, que aliviam a dor e facilitam a drenagem espontânea.
É fundamental manter a região limpa e não espremer nem manipular a lesão.
Em situações mais graves, quando o furúnculo é grande, muito dolorido ou não melhora sozinho, o médico pode recomendar:
- antibióticos orais ou tópicos, quando há risco de disseminação ou sinais sistêmicos;
- drenagem do pus em consultório, de forma segura e estéril.
O uso de antibióticos deve sempre ser orientado por profissional de saúde, já que a escolha depende do quadro clínico e da presença de bactérias resistentes, como o MRSA.
Automedicação aumenta o risco de falha no tratamento e resistência bacteriana.
Como prevenir novos episódios
Saber o que causa furúnculo também ajuda a preveni-lo. Algumas medidas práticas incluem:
- manter a pele limpa e seca;
- evitar compartilhar toalhas, roupas íntimas ou lâminas de barbear;
- preferir roupas largas e arejadas, que reduzem atrito e umidade;
- controlar doenças que afetam a imunidade, como o diabetes;
- tomar banho após atividades físicas ou situações de suor intenso.
Em pessoas com furúnculos recorrentes, o médico pode indicar medidas adicionais, como o uso de pomadas antibacterianas nas narinas ou sabonetes especiais para reduzir a colonização da bactéria.
Espinha ou furúnculo: como diferenciar
É comum confundir uma espinha inflamada com um furúnculo, já que ambos podem causar dor e vermelhidão na pele.
No entanto, eles têm origens diferentes e sinais que ajudam a distinguir um do outro:
Característica | Espinha | Furúnculo |
---|---|---|
Profundidade da inflamação | Superficial, próxima à superfície da pele | Mais profunda, envolvendo o folículo piloso |
Causa principal | Obstrução dos poros por oleosidade e células mortas | Infecção bacteriana (principalmente Staphylococcus aureus) |
Tamanho | Pequena, geralmente poucos milímetros | Maior, pode chegar a vários centímetros |
Dor | Leve a moderada | Intensa e constante |
Aparência | Pontinha esbranquiçada ou amarelada logo no início | Caroço duro, vermelho, com acúmulo de pus no centro |
Sintomas associados | Geralmente locais, sem febre | Pode causar febre, mal-estar e ínguas próximas |
Em resumo, a espinha é um processo inflamatório mais superficial, ligado à acne, enquanto o furúnculo é uma infecção bacteriana mais profunda e dolorosa.
Um cuidado que vai além da pele
Embora seja um problema comum e muitas vezes simples, o furúnculo merece atenção.
Ele indica que a barreira natural da pele foi rompida e que há uma infecção ativa.
Reconhecer o que causa furúnculo, adotar hábitos de prevenção e procurar atendimento médico quando necessário são passos fundamentais para evitar complicações.
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Referências
- BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Condutas em Dermatologia na Atenção Primária à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
- WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Skin infections: information sheet. Geneva: WHO, 2020.
- CDC — Centers for Disease Control and Prevention. Staphylococcus aureus (including MRSA): overview. Atualizado em 2023.
- IDSA — Infectious Diseases Society of America. Clinical practice guidelines for the management of skin and soft tissue infections. Clin Infect Dis. 2014; atualizações posteriores.
- Bashabsheh RHF, et al. Staphylococcus aureus epidemiology, pathophysiology, clinical manifestations and application of nano-therapeutics. Pathog Glob Health. 2024.