Vício em internet? Estudo revela quais exercícios físicos podem ajudar a recuperar o autocontrole

O vício em internet é um problema cada vez mais comum entre jovens e adultos, especialmente estudantes universitários.

Passar horas conectado, sem conseguir se desconectar, pode parecer inofensivo, mas esse comportamento está ligado a dificuldades de concentração, ansiedade, queda no rendimento acadêmico e até sintomas depressivos.

Agora, um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology aponta que a prática de exercícios físicos pode ajudar a recuperar o autocontrole e reduzir os impactos da dependência digital; pelo menos entre universitários avaliados pelos pesquisadores.

O que é o vício em internet

Embora não exista um diagnóstico oficial em todos os manuais médicos, o termo “vício em internet” é usado para descrever o uso excessivo e descontrolado da rede.

A pessoa sente necessidade constante de estar online, seja navegando em redes sociais, jogando, consumindo vídeos ou participando de fóruns.

Esse comportamento interfere na rotina, prejudica os estudos, o trabalho e até os relacionamentos.

Na prática, quem sofre com o problema costuma ter dificuldade de se controlar diante de estímulos digitais, como notificações ou novos conteúdos.

É como se o cérebro tivesse menos freios para lidar com os impulsos, o que os cientistas chamam de falhas no “controle inibitório”.

O estudo: como o exercício físico ajuda

Pesquisadores da Universidade de Esportes de Shandong, na China, avaliaram 120 estudantes universitários com uso problemático de internet.

Durante oito semanas, os voluntários participaram de treinos supervisionados em três modalidades: basquete, natação e footbike (um tipo de bicicleta sem assento que exige força e equilíbrio para impulsionar o corpo).

Houve também um grupo de controle, que não praticou exercícios.

Para medir os resultados, os cientistas usaram testes cognitivos e monitoramento cerebral.

O objetivo era entender se diferentes tipos de exercício físico poderiam melhorar o controle dos impulsos e a capacidade de filtrar distrações (duas funções diretamente prejudicadas pelo uso excessivo da internet).

Resultados que chamaram a atenção

Os resultados mostraram que o exercício físico realmente fez diferença para esses universitários, mas cada modalidade atuou de uma forma:

  • Footbike foi o mais eficiente, trazendo melhorias tanto no controle de impulsos quanto na atenção. Esse tipo de atividade exige equilíbrio e foco constante, o que parece treinar o cérebro a “filtrar” distrações e resistir a reações automáticas.
  • Basquete também teve bons resultados, principalmente na parte ligada à tomada de decisão e às recompensas sociais. Isso pode beneficiar pessoas que buscam no ambiente online a sensação de pertencimento e reconhecimento.
  • Natação, por outro lado, mostrou benefícios mais limitados no estudo, sem grandes impactos específicos no controle inibitório.

Ou seja, não é qualquer atividade física que traz o mesmo efeito. Os exercícios mais desafiadores para o cérebro parecem ser os que melhor ajudam no combate ao vício em internet.

Exemplos práticos para o dia a dia

Embora o estudo tenha testado apenas footbike, basquete e natação em universitários, atividades com características semelhantes podem também oferecer benefícios, já que exigem atenção contínua, equilíbrio ou interação social.

Entre elas:

  • Esportes coletivos (como futebol, vôlei e handebol), que estimulam tomada de decisão rápida, interação social e controle dos impulsos.
  • Artes marciais (judô, jiu-jítsu ou karatê, por exemplo), que exigem disciplina, foco e respeito às regras, ajudando no controle da ansiedade e da impulsividade.
  • Atividades de equilíbrio (andar de skate, praticar slackline ou danças que exigem coordenação motora), que podem reproduzir os efeitos observados no footbike.

Esses exemplos não foram avaliados no estudo, mas têm componentes parecidos com as modalidades testadas.

Sinais de alerta do vício em internet

Para saber se você ou alguém próximo pode estar sofrendo com esse problema, alguns sinais servem como alerta:

  • Dificuldade em reduzir o tempo online, mesmo com tentativas anteriores.
  • Prejuízos nos estudos, no trabalho ou nos relacionamentos por causa do excesso de uso.
  • Ansiedade ou irritação quando não é possível acessar a internet.
  • Uso da rede como forma de escapar de problemas ou emoções negativas.
  • Troca de horas de sono por tempo conectado.

Se vários desses sinais estão presentes, buscar ajuda profissional pode ser necessário.

Além disso, incluir o exercício físico como parte da rotina pode ser um passo valioso.

Estratégias personalizadas

Segundo os autores do estudo, entender que diferentes modalidades de exercício físico ativam áreas distintas do cérebro pode abrir caminho para estratégias personalizadas contra a dependência digital.

Para quem luta contra o vício em internet, inserir atividades que desafiem o corpo e a mente pode ser um recurso simples e de baixo custo para recuperar parte do equilíbrio perdido no mundo online.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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