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Uma única aplicação reduziu o colesterol alto em 47%; entenda a descoberta
Uma descoberta recente pode abrir caminho para um novo tipo de tratamento contra o colesterol alto, que é um dos principais vilões da saúde cardiovascular.
Pesquisadores da Universidade de Barcelona, na Espanha, e da Universidade de Ciências e Saúde do Oregon, nos Estados Unidos, desenvolveram uma estratégia genética experimental capaz de reduzir quase pela metade os níveis de colesterol “ruim” (LDL) em testes realizados com animais.
O método é inovador porque não utiliza remédios tradicionais nem vacinas, mas sim uma ferramenta de silenciamento gênico, que desativa temporariamente um gene envolvido no controle do colesterol.
Embora ainda esteja em fase laboratorial, o estudo desperta atenção por oferecer uma alternativa potencialmente mais acessível e segura do que as terapias atuais.
O que é colesterol alto?
O colesterol é uma substância gordurosa essencial para o organismo, pois participa da produção de hormônios e da formação das membranas das células.
O problema surge quando há excesso de colesterol LDL, conhecido como “colesterol ruim”, que se acumula nas paredes das artérias e aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.
Entre os principais fatores que elevam o colesterol estão a alimentação rica em gorduras saturadas, o sedentarismo, o tabagismo e a predisposição genética.
Como funciona a nova estratégia
A pesquisa, publicada na revista científica Biochemical Pharmacology, teve como alvo o gene PCSK9, responsável por regular a quantidade de colesterol circulante no sangue.
Atualmente, já existem medicamentos modernos que bloqueiam a ação desse gene, como os injetáveis evolocumabe e alirocumabe, além do siRNA inclisirana.
Todos são eficazes, mas têm custo elevado e precisam ser usados continuamente.
O novo método usa pequenas moléculas de DNA chamadas PPRHs (sigla para Polypurine Reverse Hoogsteen hairpins).
Elas funcionam como “grampos genéticos” que se ligam ao DNA das células do fígado e silenciam o gene PCSK9, reduzindo a produção da proteína associada ao aumento do LDL no sangue.
Nos experimentos com camundongos geneticamente modificados, uma única aplicação reduziu os níveis da proteína PCSK9 em cerca de 50% e o colesterol total em 47% em poucos dias.
O efeito durou cerca de duas semanas e, o melhor, não causou efeitos colaterais nem sinais de toxicidade nos animais.
Ainda é cedo, mas o futuro parece promissor
Apesar dos resultados animadores, os cientistas reforçam que a pesquisa está em estágio inicial e ainda não foi testada em humanos.
Mesmo assim, a descoberta reforça o quanto a ciência avança em busca de soluções mais modernas e acessíveis para o controle do colesterol.
No futuro, o combate ao colesterol alto pode não depender apenas de dietas e medicamentos caros, mas também de terapias genéticas seguras e simples, projetadas para atuar diretamente na origem do problema: o DNA.
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