Cáries e gengivite podem dobrar o risco de AVC, alerta estudo

Escovar os dentes e visitar o dentista regularmente pode fazer muito mais do que manter o sorriso bonito.

Uma nova pesquisa revela uma associação importante entre saúde bucal e o risco de AVC, mostrando que infecções na boca (como cáries e doença periodontal) podem aumentar significativamente as chances de um derrame cerebral.

Saúde bucal e risco de AVC: quando a boca dá sinais sobre coração e cérebro

O estudo acompanhou quase 6 mil adultos por mais de 20 anos.

Os resultados mostraram que ter doença periodontal e cáries ao mesmo tempo apresentava quase o dobro de risco de sofrer um AVC isquêmico, o tipo mais comum, causado pela obstrução de um vaso sanguíneo no cérebro.

Já aqueles com apenas doença periodontal (a inflamação das gengivas e dos tecidos que sustentam os dentes) também tinham risco aumentado, embora menor que o grupo com os dois problemas combinados.

Em contrapartida, quem mantinha uma boa saúde bucal apresentou os menores índices de derrame.

Os resultados foram publicados na Neurology® Open Access, periódico da Academia Americana de Neurologia.

Dessa forma, o trabalho confirma que as bactérias e inflamações na boca não ficam restritas à cavidade oral, uma ligação que outros estudos já vinham apontando.

Elas podem entrar na corrente sanguínea, favorecer a formação de placas nas artérias e contribuir para doenças cardiovasculares e cerebrais.

Cárie e gengivite: uma combinação perigosa para o corpo

Tanto a cárie quanto a doença periodontal envolvem processos inflamatórios e presença de bactérias.

Quando esses microrganismos se multiplicam, produzem substâncias que agridem não só os dentes, mas também o organismo inteiro.

Segundo os pesquisadores, esse “estado de inflamação constante” pode ajudar a explicar por que a saúde bucal e o risco de AVC estão tão ligados.

O corpo reage a essas infecções liberando moléculas inflamatórias que, com o tempo, aumentam a pressão arterial, prejudicam os vasos e favorecem coágulos.

Além disso, as pessoas com piores condições bucais no estudo também apresentavam mais fatores de risco clássicos, como diabetes, hipertensão e tabagismo, o que reforça a importância de um cuidado integral com o corpo.

Ir ao dentista regularmente pode ajudar a prevenir o AVC

Outro achado importante da pesquisa é que quem fazia consultas odontológicas de forma regular tinha muito menos chance de desenvolver doença periodontal e cáries.
Esse hábito esteve associado a um risco menor de AVC e de outros problemas cardiovasculares.

Os resultados mostram, portanto, que cuidar da boca é cuidar do coração e do cérebro.

Medidas simples, como escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, usar fio dental e manter visitas regulares ao dentista, podem fazer uma grande diferença.

A ciência reforça que a saúde bucal e o risco de AVC estão mais conectados do que se imaginava. Assim, manter dentes e gengivas saudáveis não é apenas uma questão estética, é uma forma eficaz de proteger o cérebro e prevenir doenças graves.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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