Carne contaminada pode causar infecção urinária, alerta estudo

A infecção urinária por consumo de carne contaminada pode ser mais comum do que se imagina, segundo um novo estudo científico publicado em 23 de outubro na revista mBio.

A pesquisa revelou que quase um em cada cinco casos da doença em uma região dos Estados Unidos pode estar associado a bactérias originárias de animais de criação, presentes em carnes de frango, peru, porco ou boi.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram mais de 36 mil amostras da Escherichia coli (a famosa E. coli), coletadas de pacientes com infecção urinária e de carnes vendidas em supermercados do sul da Califórnia.

O sequenciamento do DNA dessas bactérias mostrou que 18% das infecções envolviam cepas zoonóticas, ou seja, microrganismos originados de animais com provável ligação direta com a cadeia alimentar.

Como ocorre a infecção urinária por carne contaminada

A E. coli é uma bactéria naturalmente presente no intestino de humanos e animais, mas algumas versões dela (chamadas de “patogênicas”) podem causar doenças fora do intestino, como infecção urinária, meningite e até sepse.

O estudo apontou que essas bactérias perigosas podem estar na carne crua, especialmente de frango e peru, e chegar ao organismo humano por meio de manuseio inadequado, contaminação cruzada ou cozimento insuficiente.

Em outras palavras, se uma pessoa corta o frango cru e depois usa a mesma tábua ou faca para preparar uma salada, pode estar levando bactérias diretamente para o prato.

E o mais curioso é que, até agora, a maioria dos casos de infecção urinária com origem em animais passava despercebida.

Ninguém imaginava que a fonte poderia estar na cozinha.

Mulheres e idosos são os mais afetados

Segundo os cientistas, as mulheres representam quase 90% dos casos de infecção urinária, e nelas a presença das cepas vindas da carne foi quase o dobro da observada em homens.

Entre os homens, os mais atingidos foram os idosos, com média de 73 anos.

Além disso, o estudo identificou um dado preocupante. Moradores de áreas mais pobres apresentaram 21,5% de casos relacionados a cepas de origem animal, contra 16% nas regiões de renda mais alta.

Isso sugere que as desigualdades sociais também influenciam no risco de contaminação.

O que podemos fazer para nos proteger

Existem medidas simples para reduzir o risco.

Os pesquisadores recomendam lavar bem as mãos e os utensílios de cozinha após manusear carnes cruas, evitar o uso da mesma tábua para alimentos cozidos e crus e cozinhar bem a carne antes de consumir.

Também é importante manter os alimentos refrigerados e respeitar o prazo de validade.

Os autores do estudo acreditam que medidas mais rígidas de controle sanitário na produção de alimentos podem ajudar a diminuir o número de casos de infecção urinária por carne contaminada.

Essas ações também ajudam a conter a resistência das bactérias aos antibióticos, que aumenta quando esses remédios são usados em excesso na criação de animais.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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