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Descoberta pode identificar a esclerose múltipla precoce até 7 anos antes dos sintomas
Um estudo publicado em 20 de outubro na revista Nature Medicine trouxe uma notícia promissora para quem se preocupa com a saúde neurológica. Cientistas descobriram sinais no sangue capazes de indicar a esclerose múltipla precoce, até sete anos antes dos primeiros sintomas.
A pesquisa, conduzida por especialistas da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF), analisou milhares de proteínas no sangue de militares americanos.
O estudo encontrou um conjunto de marcadores biológicos que podem revelar quando o sistema nervoso começa a sofrer danos, muito antes de o paciente perceber algo de errado.
Esclerose múltipla precoce: sinais invisíveis antes da doença aparecer
A esclerose múltipla é uma doença autoimune em que o corpo ataca a própria proteção dos nervos, chamada mielina.
Isso afeta a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, podendo causar fadiga, perda de visão, dificuldades de locomoção e alterações de humor.
O grande problema é que, quando esses sintomas surgem, boa parte das lesões já está instalada.
Por isso, descobrir formas de detectar a esclerose múltipla precoce é um avanço que pode mudar completamente a forma de lidar com a doença.
Para os pesquisadores, compreender esse estágio inicial abre novas possibilidades de diagnóstico, acompanhamento e tratamento antes que o quadro avance.
Como os cientistas chegaram a essa descoberta
Para entender melhor quando a esclerose múltipla começa a agir no corpo, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 134 pessoas que desenvolveram a doença anos depois.
Ao examinar mais de 5 mil proteínas, eles perceberam mudanças importantes em algumas delas muito antes dos primeiros sintomas.
Entre os principais achados estão três proteínas que funcionam como “sinais de alerta”:
- MOG (glicoproteína oligodendrocitária da mielina): seus níveis aumentaram cerca de sete anos antes dos sintomas, sugerindo que as camadas protetoras dos nervos já estavam sendo atacadas.
- NfL (cadeia leve de neurofilamento): subiu seis anos antes dos primeiros sinais, indicando que o dano começava a atingir os próprios nervos.
- IL-3 (interleucina-3): associada à resposta inflamatória, também apareceu em níveis elevados, mostrando que o sistema imunológico já estava em alerta.
Com base nesses resultados, os cientistas criaram um painel com 21 proteínas capaz de indicar alterações compatíveis com a esclerose múltipla precoce.
O método ainda está em fase experimental, mas no futuro pode se tornar um exame de sangue capaz de identificar a doença antes dos sintomas.
Um avanço que teria potencial para revolucionar o diagnóstico e o tratamento da esclerose múltipla.
Um futuro com diagnóstico antecipado e prevenção
Apesar do entusiasmo, os especialistas alertam que o estudo ainda precisa ser replicado em grupos maiores e mais diversos.
Mesmo assim, o trabalho ajuda a entender o que acontece no organismo anos antes do diagnóstico da esclerose múltipla, e como isso pode abrir caminho para estratégias de prevenção.
Essas descobertas indicam que a doença começa muito antes dos sintomas clínicos, o que cria uma oportunidade valiosa para agir antes que o dano neurológico se estabeleça.
Se confirmados em novas pesquisas, esses achados poderão transformar completamente a forma como a medicina detecta e trata essa condição, dando esperança para milhões de pessoas em todo o mundo.
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