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O “remédio” natural que pode proteger sua mente, segundo a ciência
Você já reparou como uma simples caminhada em um parque pode mudar o humor do dia? Um novo estudo publicado no dia 5 de novembro na revista The BMJ reforça o que muita gente sente na prática: os benefícios das áreas verdes vão muito além da paisagem agradável.
Pesquisadores de sete países, incluindo o Brasil, analisaram mais de 11 milhões de hospitalizações entre 2000 e 2019 e descobriram que viver em locais com mais vegetação está associado a uma redução média de 7% nas internações por transtornos mentais.
Nas cidades, o efeito foi ainda mais evidente.
A presença de áreas verdes se relacionou a até 13% menos hospitalizações.
Embora o estudo não comprove causa e efeito, ele reforça a ideia de que a natureza pode exercer um papel protetor importante sobre a mente humana.
Um escudo natural contra o estresse urbano
Segundo os autores, a presença de árvores, parques e jardins não apenas embeleza as cidades, mas também protege as pessoas da exposição a fatores que afetam o equilíbrio emocional, como o calor extremo, o barulho e a poluição.
Essas condições estão associadas a um risco maior de ansiedade e outros transtornos mentais, mostrando que o verde pode funcionar como uma espécie de escudo natural contra os estresses da vida urbana.
Além disso, as áreas verdes incentivam a atividade física, fortalecem o convívio social e proporcionam momentos de descanso e contemplação.
Esses fatores se combinam e contribuem para o bem-estar psicológico, uma das bases da saúde integral.
Efeitos em diferentes transtornos mentais
O estudo mostrou que viver em locais mais verdes esteve ligado a menos internações por doenças como psicoses, demência e transtornos ligados ao uso de álcool e outras substâncias, além de sinais positivos em casos de ansiedade.
No entanto, os resultados não foram iguais em todos os países.
Enquanto Brasil, Chile e Tailândia apresentaram efeitos protetores consistentes, Austrália e Canadá tiveram resultados neutros ou até um leve aumento de internações.
Isso sugere que o impacto das áreas verdes na saúde mental pode depender de fatores como o clima, a qualidade dos espaços públicos e o estilo de vida das pessoas em cada lugar.
Cidades mais verdes, mentes mais saudáveis
De acordo com os cálculos dos pesquisadores, um aumento de 10% na cobertura vegetal poderia evitar milhares de internações anuais, dependendo do país e do nível de urbanização.
Além de reduzir a pressão sobre o sistema de saúde, cidades mais verdes também promovem melhor qualidade de vida, integração social e resiliência emocional. E o melhor: não é preciso morar perto de uma floresta para colher benefícios.
Pequenas atitudes (como caminhar por ruas arborizadas, cuidar de plantas em casa ou visitar praças com frequência) também ajudam a reduzir o estresse e apoiar o equilíbrio emocional.
No fim das contas, os benefícios das áreas verdes lembram que a natureza não é apenas cenário, ela é parte essencial do nosso equilíbrio físico e mental, sobretudo nas grandes cidades, onde o concreto ainda domina o horizonte.



