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Trufas negras e brancas: por que pesquisadores estão de olho nesse tesouro natural
Uma nova revisão científica publicada em 7 de novembro de 2025 na revista Antioxidants trouxe à tona uma descoberta promissora sobre as trufas negras e brancas.
Famosas pelo aroma inconfundível e pelo preço elevado na alta gastronomia, elas escondem também um potencial nutritivo e terapêutico que a ciência começa a desvendar.
Segundo os pesquisadores da San Raffaele Open University, na Itália, essas iguarias subterrâneas concentram compostos bioativos com efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e até antitumorais.
Um verdadeiro tesouro natural sob o solo.
Trufas negras e brancas: um alimento raro com valor biológico surpreendente
As trufas negras e brancas pertencem ao gênero Tuber — mais precisamente, Tuber melanosporum (a trufa negra do Périgord) e Tuber magnatum (a trufa branca italiana).
Elas se desenvolvem junto às raízes de árvores como carvalhos e avelaneiras, em áreas de clima frio ou temperado, o que torna sua ocorrência rara e contribui para o preço elevado.
Mas além do valor gourmet, a revisão destaca que esses fungos têm uma composição nutricional rica em proteínas, fibras, minerais e uma variedade de moléculas bioativas, como polifenóis, terpenos, vitaminas e esteróis.
Essas substâncias são as responsáveis por parte dos benefícios à saúde.
Entre eles, a capacidade de combater os radicais livres, moléculas que aceleram o envelhecimento celular e estão ligadas a doenças crônicas.
A trufa branca se destacou pela grande quantidade de compostos fenólicos, que são substâncias com alto poder antioxidante, que ajudam a neutralizar os radicais livres e proteger as células.
Já a trufa negra apresentou quantidades expressivas de ergosterol (um precursor natural da vitamina D) e ácidos graxos benéficos, como o oleico e o linoleico, associados à proteção cardiovascular.
O poder antioxidante e o potencial terapêutico
De acordo com os autores da revisão, extratos de diferentes espécies do gênero Tuber (entre elas as trufas negras e brancas) mostraram uma forte capacidade de neutralizar substâncias tóxicas no organismo e reduzir inflamações em testes de laboratório.
Em outras palavras, alguns compostos presentes nesses fungos parecem ajudar o corpo a se defender melhor contra o estresse oxidativo, um processo que danifica as células e está ligado ao envelhecimento e a várias doenças crônicas.
Os pesquisadores também observaram que algumas dessas substâncias tiveram efeito protetor sobre o fígado e sobre células nervosas em estudos com animais.
Esses resultados sugerem que as trufas podem conter moléculas capazes de proteger o cérebro e outros órgãos. Um caminho promissor para futuras pesquisas em doenças como Alzheimer e Parkinson.
Outro ponto interessante é que certas trufas contêm polissacarídeos, um tipo de carboidrato que pode estimular o sistema imunológico e fortalecer as defesas naturais do corpo.
Em experimentos com células, essas moléculas também mostraram atividade antitumoral, ou seja, a capacidade de dificultar o crescimento de células cancerígenas.
Embora ainda seja cedo para afirmar que esses efeitos se repetem em humanos, os pesquisadores destacam que o potencial medicinal das trufas é real e merece ser explorado em novos estudos clínicos.



