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O videogame mudou o comportamento do seu filho? Veja 4 sinais
Vício em jogos online em crianças e adolescentes tem se tornado um tema cada vez mais presente nas conversas entre pais, educadores e profissionais de saúde.
Para muitos pais, a cena é conhecida, o filho passa horas conectado, evita outras atividades e se irrita quando precisa parar de jogar.
Embora os jogos digitais façam parte da cultura atual e possam ter um lado positivo, o excesso levanta alertas quando começa a afetar o convívio familiar e o desempenho escolar.
O alerta surge quando o jogo deixa de ser apenas lazer e começa a ocupar quase todo o espaço da vida.
Um levantamento internacional que acompanhou crianças e adolescentes dos 10 aos 18 anos indica que, para uma parcela dos jovens, esse hábito pode evoluir para um padrão problemático.
Os dados mostram que cerca de um em cada dez meninos apresentou, em algum momento desse período, sinais compatíveis com o transtorno por jogos na internet, também conhecido como dependência de videogame.
Entre as meninas, esse tipo de problema foi bem menos frequente.
Vício em jogos online em crianças e adolescentes afeta mais os meninos
Ao analisar o comportamento dos jovens ao longo dos anos, pesquisadores identificaram dois elementos que aparecem com frequência entre aqueles que desenvolvem o problema.
O estudo, publicado na revista científica Addiction, aponta que o primeiro fator é o envolvimento excessivo (muitas horas de jogo, quase todos os dias).
O segundo são as consequências negativas, que podem incluir queda no rendimento escolar, isolamento social, conflitos familiares e perda de interesse por outras atividades importantes.
Os meninos aparecem com mais frequência nesse grupo.
Uma explicação possível está no comportamento. Eles tendem a jogar mais e a preferir jogos competitivos, com disputas constantes e recompensas rápidas.
Essa lógica não é exclusiva dos videogames e também aparece em outras atividades tradicionalmente mais populares entre meninos, como esportes e jogos de tabuleiro.
O papel do cérebro e da sensação de recompensa
Outro ponto importante envolve o funcionamento do cérebro.
Quando uma pessoa joga e tem bom desempenho, ocorre a liberação de dopamina, uma substância associada à sensação de prazer e recompensa.
Esse efeito costuma ser mais intenso em situações de competição e expectativa de vitória, características comuns em muitos jogos online.
Em parte das crianças e adolescentes, esse mecanismo pode tornar mais difícil interromper o jogo, mesmo quando começam a surgir prejuízos claros na rotina.
Isso não significa que todos os jogadores desenvolvam dependência, mas ajuda a explicar por que alguns jovens ficam mais vulneráveis ao problema.
Como esse comportamento muda ao longo dos anos
O acompanhamento dos jovens ao longo de quase uma década mostrou que o envolvimento intenso com jogos tende a crescer dos 10 aos 16 anos.
Por volta dos 18, muitos reduzem naturalmente o tempo dedicado aos videogames. No entanto, para um grupo menor, os efeitos negativos permanecem, indicando que nem todos conseguem sair desse padrão sozinhos.
Em outras palavras, embora parte dos adolescentes consiga equilibrar melhor o uso dos jogos com o passar do tempo, há quem continue enfrentando dificuldades associadas ao excesso de videogame.
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Vício em jogos online em crianças e adolescentes pede atenção precoce
Especialistas destacam que observar e conversar cedo faz diferença.
Crianças que jogam de forma excessiva no início da adolescência têm maior risco de intensificar esse comportamento nos anos seguintes.
Por volta dos 12 anos, ainda é mais fácil orientar, negociar limites e oferecer alternativas ao jogo constante.
Isso não significa proibir ou demonizar a tecnologia. Jogos podem ser divertidos, educativos e uma forma saudável de socialização.
O sinal de alerta aparece quando o jogo passa a substituir outras áreas importantes da vida, como:
- o convívio familiar;
- o desempenho escolar;
- o sono e a rotina diária;
- o interesse por outras atividades e brincadeiras.
Os pais também devem ficar atentos a sinais como:
- mudanças frequentes de humor;
- irritação intensa quando o jogo é interrompido;
- isolamento social progressivo;
- queda nas notas ou desinteresse pelos estudos.
Nesses casos, conversar, acompanhar de perto e, quando necessário, buscar ajuda profissional pode ajudar a evitar que o problema se torne mais difícil de reverter.
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