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A luz ao seu redor pode estar por trás do seu cansaço e da queda no desempenho mental
A quantidade de luz a que uma pessoa se expõe ao longo do dia pode influenciar atenção, memória, velocidade de raciocínio e até a sensação de sonolência. Essa é a conclusão de um estudo publicado em 16 de dezembro na revista Communications Psychology, que analisou a exposição à luz e função cognitiva em situações reais da vida cotidiana.
Os pesquisadores acompanharam adultos durante uma semana inteira, em situações reais da vida cotidiana.
Para isso, usaram sensores no pulso capazes de medir a quantidade de luz recebida ao longo do dia e testes simples no celular para avaliar atenção, memória e estado de alerta.
A proposta era entender se a luz do “mundo real”, fora de ambientes com iluminação controlada, influencia o desempenho mental no cotidiano.
Luz vai além da visão
Quando se fala em luz, muita gente pensa apenas em enxergar melhor. Mas o cérebro interpreta a luz de formas mais profundas.
Existem células especializadas nos olhos que enviam sinais diretamente para áreas cerebrais ligadas ao sono, ao estado de alerta e ao desempenho mental.
Na prática, isso significa que a iluminação ajuda o cérebro a “acordar” e a manter o foco.
No estudo, pessoas com maior exposição à luz apresentaram menos sonolência e respostas mais rápidas em tarefas de atenção e memória de curto prazo, indicando uma relação positiva com a função cognitiva.
Mais luz durante o dia, melhor desempenho
Os resultados indicaram que quanto maior a exposição à luz durante o dia (especialmente à luz mais intensa), melhor foi o desempenho em tarefas que exigem concentração e rapidez de resposta.
Isso apareceu em testes de atenção sustentada, memória de trabalho e busca visual.
Outro fator relevante foi a regularidade.
Participantes com uma rotina de luz mais estável, com dias mais claros e noites mais escuras, tiveram desempenho mental mais consistente.
Já padrões fragmentados, com pouca luz durante o dia, estiveram associados a resultados piores.
O efeito pode ser rápido
A relação entre luz e cognição não apareceu apenas no longo prazo.
A quantidade de luz recebida pouco antes das avaliações (como nos 30 minutos anteriores aos testes) já esteve associada a menos sonolência e respostas mais rápidas.
Isso não significa que alguns minutos de luz resolvam o cansaço do dia inteiro.
O que os dados indicam é que ambientes bem iluminados ajudam o cérebro a se manter mais desperto no momento da tarefa, enquanto locais escuros tendem a aumentar a sensação de fadiga e queda de produtividade.
Luz, sono e cérebro funcionando melhor
O estudo também reforça a ligação entre luz e sono.
Dias mais claros ajudam a regular o relógio biológico, favorecendo noites mais alinhadas.
Pessoas que se expuseram mais à luz durante o dia e dormiram mais cedo apresentaram maior estado de alerta no dia seguinte.
Portanto, de acordo com o estudo, aproveitar a luz natural, evitar passar o dia inteiro em ambientes escuros e reduzir estímulos luminosos à noite pode contribuir para atenção, foco e memória.
A ciência mostra que a exposição à luz e função cognitiva estão mais conectadas à rotina do que se imaginava.
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