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Será o fim do ácido úrico alto? Ciência testa solução inédita em laboratório
O ácido úrico alto é um problema de saúde que afeta milhões de pessoas no mundo, sendo associado a doenças como gota, hipertensão, problemas nos rins e até alterações no fígado.
Agora, um novo estudo trouxe descobertas importantes sobre como essa substância age no organismo e como avanços científicos podem oferecer novas formas de tratamento no futuro.
O que é o ácido úrico e por que ele se acumula no corpo?
O ácido úrico é um resíduo produzido quando o corpo quebra substâncias chamadas purinas, presentes em alimentos como carnes, frutos do mar e bebidas alcoólicas.
Em condições normais, parte desse ácido é eliminado pela urina. Mas quando há produção em excesso ou dificuldade de eliminação, acontece o quadro de ácido úrico alto, também conhecido como hiperuricemia.
Esse excesso pode causar inflamação nas articulações (gota), sobrecarregar os rins e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
Um detalhe curioso é que, diferentemente de outros animais, os seres humanos perderam ao longo da evolução uma enzima chamada uricase, que ajudava a eliminar o excesso de ácido úrico.
O que os cientistas fizeram
No estudo, publicado na revista Scientific Reports, pesquisadores usaram a técnica CRISPR, conhecida como “tesoura genética”, para inserir novamente o gene da uricase em células humanas do fígado cultivadas em laboratório.
A escolha do fígado não foi por acaso: é nesse órgão que grande parte do açúcar da dieta (a frutose) é transformado em gordura, processo que também influencia os níveis de ácido úrico.
O que eles descobriram
Os resultados mostraram que as células modificadas passaram a ter níveis mais baixos de ácido úrico.
Os cientistas ressaltam que o efeito da uricase varia conforme as condições metabólicas, e ainda há muito a entender.
O que isso pode significar para a saúde
Embora os pesquisadores ainda não tenham testado em pessoas, o estudo sugere que reativar a uricase pode ajudar a controlar o ácido úrico alto e reduzir alguns impactos metabólicos ligados ao excesso de açúcar.
Hoje, os tratamentos para hiperuricemia incluem medicamentos que diminuem a produção de ácido úrico ou aumentam sua eliminação.
Mas nem todos os pacientes respondem bem.
A técnica genética, se um dia for confirmada em humanos, poderia se tornar uma alternativa, com potencial de agir diretamente no fígado e oferecer benefícios mais duradouros.
Limites da pesquisa
Os próprios autores reforçam que este é apenas um primeiro passo: os testes foram feitos em células isoladas, fora do corpo humano.
Ainda é preciso avaliar os efeitos em organismos completos e entender melhor o papel do ácido úrico em doenças.
Isso porque, embora o ácido úrico alto esteja associado a hipertensão, problemas renais e alterações metabólicas, nem sempre está claro se ele é a causa direta dessas doenças ou apenas um marcador de risco.
Mesmo com essas limitações, o estudo abre caminho para terapias inovadoras.
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