Não é só nojo: o que há nas fezes das baratas pode afetar seus pulmões

Um estudo publicado em 26 de setembro de 2025, no The Journal of Allergy and Clinical Immunology Global, trouxe novas evidências sobre o impacto das baratas na saúde respiratória; e o alerta vai muito além do nojo que esses insetos provocam.

Pesquisadores das universidades North Carolina State e Toronto descobriram que a alergia a baratas pode ser agravada por endotoxinas, que são substâncias inflamatórias provenientes de bactérias que vivem no intestino desses insetos.

Essas endotoxinas se acumulam no ambiente e podem piorar quadros de asma e rinite.

Alergia a baratas: insetos mais perigosos do que parecem

De acordo com o estudo, as baratas são uma das principais fontes de alérgenos dentro de casa (substâncias que provocam reações alérgicas ao entrarem em contato com o organismo), especialmente em lares de baixa renda nas áreas urbanas.

O contato constante com partículas liberadas por esses insetos, como restos de pele, saliva e fezes, aumenta muito o risco de alergias respiratórias.

Agora, os cientistas descobriram que as fezes de barata também contêm quantidades muito altas de endotoxinas, capazes de causar inflamação nas vias aéreas.

Na prática, isso significa que cada barata espalha não apenas alérgenos, mas também compostos que “irritam” o sistema respiratório e agravam a asma.

Uma verdadeira “dupla ameaça” dentro de casa.

Ambientes infestados acumulam toxinas invisíveis

O estudo foi realizado em dezenas de residências em bairros de baixa renda na Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores coletaram poeira do chão e dos filtros de ar dos sistemas de ventilação (HVAC) para medir a quantidade de alérgenos e endotoxinas.

Os resultados impressionam.

As casas infestadas tinham níveis de toxinas até dez vezes maiores do que as residências livres de baratas.

Cada fêmea desses insetos libera, em média, cerca de 5 mil unidades de endotoxina por dia nas fezes.

Essa quantidade é suficiente para comprometer a qualidade do ar de todo o ambiente.

Eliminar as baratas melhora a qualidade do ar e reduz o risco de alergia

Quando as equipes aplicaram medidas de controle ambiental, como o uso de iscas e outras intervenções domésticas direcionadas, houve uma queda drástica nos níveis de baratas e também nas concentrações de alérgenos e endotoxinas.

Seis meses depois, as casas tratadas apresentaram uma redução de até 90% nas substâncias associadas à alergia a baratas.

Segundo os autores, isso mostra que eliminar baratas não é apenas uma questão de higiene, mas uma medida direta de saúde respiratória.

Ao livrar-se dos insetos, o morador reduz significativamente a exposição a agentes que provocam inflamação nos pulmões, especialmente em crianças e pessoas com asma.

O perigo mora em casa — e pode ser evitado

Os cientistas reforçam que a alergia a baratas é uma das mais comuns entre moradores de centros urbanos e que as partículas desses insetos permanecem por meses nos filtros de ar e na poeira doméstica.

Por isso, manter a casa livre de infestação e com ventilação adequada é essencial para quem quer respirar melhor.

Como eliminar baratas

Evitar o contato com as partículas e toxinas deixadas pelas baratas exige uma rotina simples de cuidados. Veja as principais recomendações:

  1. Mantenha a limpeza diária: evite o acúmulo de gordura e restos de comida, especialmente na cozinha.
  2. Guarde alimentos em recipientes bem fechados e descarte o lixo com frequência.
  3. Elimine fontes de umidade, consertando vazamentos e secando áreas molhadas, como pias e banheiros.
  4. Vede frestas e rachaduras em paredes, pisos e ao redor de canos e janelas, pois são locais usados pelas baratas para se esconder e circular.
  5. Use iscas e armadilhas de forma inteligente. O ideal é adotar o chamado manejo integrado de pragas (IPM) — que nada mais é do que um conjunto de ações que une limpeza, prevenção e controle com produtos menos tóxicos. Em vez de depender apenas de inseticidas fortes, o IPM combina medidas simples (como vedar buracos, manter a cozinha limpa e colocar iscas nos pontos certos) para eliminar as baratas com mais segurança, sem colocar a saúde e o meio ambiente em risco.
  6. Aja em conjunto em condomínios ou prédios, pois o controle em uma unidade isolada costuma ser ineficaz.

Essas medidas reduzem a presença dos insetos e, com ela, a exposição aos alérgenos e endotoxinas que comprometem a qualidade do ar e a saúde respiratória.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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