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Alergia alimentar: sintomas, causas, diagnóstico e como tratar
Coceira na boca após comer frutas? Inchaço depois de um prato comum? Pode ser alergia alimentar.
Esse tipo de reação do corpo a determinados alimentos é mais comum do que se imagina e pode ir de sintomas leves, como urticária, até quadros graves que exigem atendimento médico imediato.
A alergia alimentar pode afetar pessoas de qualquer idade e, quando não identificada corretamente, pode comprometer a qualidade de vida e até trazer riscos à saúde.
Neste guia completo e confiável, você vai entender o que é alergia alimentar, como surgem os sintomas, quais são os alimentos que mais causam reações, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento e prevenção.
Aqui, no SaúdeLAB, veja os sinais mais comuns e descubra se você pode estar enfrentando esse problema.
O que é alergia alimentar?
A alergia alimentar é uma reação do sistema imunológico a determinadas proteínas presentes nos alimentos.
Em pessoas alérgicas, o organismo reconhece essas substâncias como ameaças, desencadeando uma resposta imune exagerada, que pode causar desde sintomas leves na pele até dificuldades respiratórias e risco de anafilaxia.
Essa reação pode ocorrer mesmo com pequenas quantidades do alimento e costuma surgir rapidamente após a ingestão, inalação ou contato com o alérgeno.
Estima-se que entre 4% a 6% das crianças e cerca de 2% a 3% dos adultos em todo o mundo convivam com algum tipo de alergia alimentar, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
No Brasil, o número de diagnósticos tem aumentado nas últimas décadas, especialmente entre crianças pequenas.
Alergia alimentar x Intolerância alimentar: entenda a diferença
Apesar de muitas vezes serem confundidos, alergia alimentar e intolerância alimentar são condições distintas:
Alergia alimentar envolve o sistema imunológico e pode causar reações graves, até fatais. É o caso de pessoas alérgicas a amendoim, leite ou frutos do mar, por exemplo. Mesmo pequenas quantidades podem provocar reações imediatas.
Intolerância alimentar, por outro lado, está relacionada à dificuldade do corpo em digerir certos componentes dos alimentos, como a lactose no leite. Os sintomas tendem a ser gastrointestinais, como gases, cólicas e diarreia, mas não envolvem risco de anafilaxia.
Saber diferenciar essas condições é essencial para um diagnóstico correto e um plano de cuidado adequado.
Quais são os sintomas de alergia alimentar?
Os sintomas de uma alergia alimentar podem variar bastante de pessoa para pessoa, tanto em intensidade quanto em manifestação.
Eles costumam surgir de forma rápida, geralmente de minutos a até duas horas após o consumo do alimento desencadeante. Em casos raros, os sintomas podem ser tardios.
A identificação precoce dos sinais é essencial para evitar complicações e garantir um diagnóstico preciso.
Sintomas leves a moderados
Em grande parte dos casos, os sintomas de alergia alimentar são leves a moderados, especialmente nas primeiras exposições. Podem incluir:
- Coceira na pele (geralmente no rosto, lábios ou mãos)
- Vermelhidão e inchaço local
- Urticária (manchas avermelhadas com relevo que coçam)
- Náusea e dor abdominal
- Vômito e diarreia
Esses sinais podem ser desconfortáveis, mas geralmente não colocam a vida em risco. No entanto, é importante monitorar a evolução dos sintomas, já que uma reação leve pode evoluir para um quadro mais grave.
Sintomas graves (anafilaxia)
A forma mais grave de alergia alimentar é a anafilaxia, uma reação sistêmica e potencialmente fatal. Ela exige atendimento médico imediato e pode ocorrer mesmo na primeira exposição a um alimento.
Os principais sinais de anafilaxia incluem:
- Dificuldade para respirar ou chiado no peito
- Inchaço na garganta ou na língua, com sensação de aperto
- Queda repentina da pressão arterial
- Confusão mental ou perda de consciência
Alerta importante: Se houver sinais de anafilaxia, procure socorro médico imediatamente. O tratamento pode envolver o uso de adrenalina (epinefrina), suporte respiratório e hospitalização.
A anafilaxia pode ocorrer de forma rápida, por isso é essencial reconhecer os sinais e agir com urgência.
Sintomas em crianças vs. adultos
A apresentação clínica pode variar com a idade. Em crianças, os sintomas mais comuns incluem:
- Irritabilidade repentina após as refeições
- Assaduras frequentes e resistentes a cremes
- Vômitos repetidos sem outra causa aparente
- Dificuldades respiratórias discretas, muitas vezes confundidas com resfriados
Já em adultos, os sintomas tendem a ser mais localizados e perceptíveis, como inchaço nos lábios, urticária ou desconforto gastrointestinal logo após o consumo de determinados alimentos.
Atenção especial na introdução alimentar: os primeiros anos de vida são o momento mais sensível para o surgimento de alergias. Por isso, a introdução de alimentos deve ser feita com acompanhamento profissional, principalmente se houver histórico familiar de alergia.
📌 Leitura Recomendada: 5 sintomas da alergia alimentar: saiba os mais comuns para agir rapidamente
Quais os alimentos que mais causam alergia?
Embora qualquer alimento possa, em teoria, causar uma reação alérgica, cerca de 90% das alergias alimentares conhecidas são provocadas por um grupo pequeno de ingredientes. Esses são conhecidos como os “8 principais alérgenos”.
Os 8 alimentos que mais causam alergia alimentar:
- Leite de vaca
- Ovo
- Amendoim
- Nozes e castanhas (como castanha-do-pará, noz-pecã, amêndoas)
- Soja
- Trigo
- Peixes (como salmão, atum, bacalhau)
- Crustáceos e frutos do mar (camarão, lagosta, caranguejo)
Esses alimentos devem ser os primeiros a serem investigados quando há suspeita de alergia, especialmente em crianças pequenas ou em pessoas que relatam sintomas recorrentes e sem explicação.
Atenção aos alérgenos escondidos
Além dos alimentos in natura, muitos produtos industrializados podem conter traços de alérgenos ou ingredientes derivados que não são facilmente reconhecidos no rótulo.
É fundamental ler com atenção as listas de ingredientes e observar frases como “pode conter traços de leite, soja ou amendoim”, mesmo em produtos que, aparentemente, não incluam esses ingredientes na receita.
Produtos que costumam conter alérgenos ocultos incluem:
- Bolachas, pães e bolos industrializados
- Molhos prontos e caldos
- Chocolates e doces
- Embutidos (como salsichas e nuggets)
- Barras de proteína ou cereais
Dica importante: pessoas com alergia alimentar devem sempre consultar o rótulo a cada nova compra, mesmo de marcas habituais, pois a composição pode mudar com o tempo.
Como é feito o diagnóstico da alergia alimentar?
O diagnóstico da alergia alimentar é clínico e investigativo, baseado principalmente na análise detalhada do histórico de sintomas e da alimentação do paciente.
O especialista busca entender a relação temporal entre o consumo de certos alimentos e o aparecimento das reações.
É comum que o médico solicite um diário alimentar, registrando:
- Alimentos ingeridos
- Horários
- Sintomas relatados
- Tempo entre a ingestão e os sintomas
Esse mapeamento é essencial para levantar suspeitas e direcionar os testes diagnósticos mais apropriados.
Testes alérgicos mais usados
O diagnóstico definitivo exige a realização de exames específicos. Os mais utilizados incluem:
Prick test (teste cutâneo)
É um dos testes mais comuns para alergias alimentares. Pequenas gotas de extratos de alimentos suspeitos são colocadas sobre a pele e, com uma leve picada superficial, o especialista avalia se há reação local (vermelhidão ou inchaço).
IgE específico (exame de sangue)
Esse teste mede a presença de anticorpos IgE específicos para determinados alimentos no sangue. Um resultado positivo indica sensibilização, mas precisa ser interpretado junto com os sintomas clínicos.
Teste de provocação oral
Considerado o padrão-ouro para o diagnóstico, consiste na ingestão gradual do alimento suspeito, sob supervisão médica em ambiente hospitalar. É indicado quando outros testes são inconclusivos e deve ser realizado com extrema cautela, devido ao risco de reações graves.
O diagnóstico deve sempre ser conduzido por um médico alergista, que avaliará o conjunto de informações clínicas e laboratoriais para evitar erros ou restrições alimentares desnecessárias.
📌 Leitura Recomendada: Intolerância alimentar: 10 sinais que sua saúde está em perigo
Qual o tratamento para alergia alimentar?
A base do tratamento da alergia alimentar é a eliminação total do alimento causador da reação. Essa abordagem exige atenção constante na rotina alimentar e na leitura de rótulos, além de mudanças de hábito.
A depender da gravidade da reação, o plano terapêutico pode incluir:
- Anti-histamínicos: usados para controlar sintomas leves, como coceiras, urticária e desconforto gastrointestinal.
- Adrenalina injetável (epinefrina): fundamental em casos de anafilaxia. Pacientes com histórico de reações graves devem ter sempre uma caneta auto-injetora prescrita e saber como utilizá-la.
Além disso, é comum a prescrição de planos de emergência escritos, especialmente em casos pediátricos ou escolares, para orientar professores, cuidadores e familiares sobre como agir diante de uma reação.
Existe cura para alergia alimentar?
Depende do tipo de alergia e da fase da vida. Em crianças, especialmente com alergia a leite e ovo, há chances de remissão espontânea com o tempo, geralmente até os 5 anos de idade. Já alergias a amendoim, frutos do mar e nozes tendem a ser mais persistentes.
Imunoterapia oral (OIT)
Uma abordagem recente, ainda restrita a centros especializados, é a imunoterapia oral para alergia alimentar. Nessa técnica, o paciente recebe pequenas quantidades do alimento em doses progressivas, com o objetivo de aumentar a tolerância e reduzir a gravidade das reações.
Embora promissora, a OIT ainda está em fase de desenvolvimento e padronização no Brasil, e só deve ser realizada com acompanhamento médico rigoroso.
Alergia alimentar tem prevenção?
Embora nem toda alergia alimentar possa ser totalmente prevenida — especialmente em pessoas com predisposição genética —, algumas medidas podem reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de alergias ou prevenir reações graves em quem já foi diagnosticado.
A chave está na informação, no planejamento e na vigilância constante.
Introdução alimentar orientada
Nas crianças, uma das formas mais promissoras de prevenção de alergias alimentares é a introdução alimentar feita com acompanhamento profissional.
Estudos recentes indicam que, em alguns casos, a exposição precoce (a partir dos 6 meses) a alimentos potencialmente alergênicos — como ovo e amendoim — pode ajudar a desenvolver tolerância e reduzir o risco de alergia no futuro.
No entanto, isso deve ser feito de forma segura, especialmente se houver histórico familiar de alergias, sempre sob orientação de pediatra ou alergista.
Leitura de rótulos: um hábito essencial
Para pessoas com alergia alimentar diagnosticada, a principal forma de prevenção é a evitar de forma rigorosa do alimento alergênico. Isso exige atenção redobrada aos rótulos dos produtos industrializados.
No Brasil, a Anvisa exige que os principais alérgenos estejam destacados nos ingredientes ou logo abaixo da lista, com a frase “Contém…” ou “Pode conter…”. No entanto, traços de alimentos (contaminação cruzada) ainda podem representar risco. Por isso, é fundamental:
- Ler todos os rótulos, mesmo de produtos conhecidos (a formulação pode mudar)
- Preferir marcas confiáveis
- Em caso de dúvida, evitar o consumo
Cuidados em escolas, restaurantes e viagens
Ambientes fora de casa exigem um nível maior de preparo e comunicação. Veja como se proteger:
- Escolas e creches: Devem ser informadas da condição da criança, com orientação clara sobre o que pode ou não ser consumido. Idealmente, um plano de ação deve estar disponível com os profissionais responsáveis, incluindo medicamentos de emergência.
- Restaurantes: Ao comer fora, é essencial comunicar ao atendente sobre a alergia e perguntar detalhadamente sobre os ingredientes e possíveis contaminações na cozinha. Restaurantes com preparo artesanal e ingredientes frescos costumam ser mais seguros do que os de produção industrial.
- Viagens: Ao viajar, leve alimentos seguros, cartões com informações da alergia em outros idiomas (se necessário) e os medicamentos prescritos, como anti-histamínicos e adrenalina autoinjetável. Planejamento é o melhor aliado para evitar emergências longe de casa.
Como conviver bem com alergia alimentar
Conviver com uma alergia alimentar exige adaptação, mas é totalmente possível com planejamento e apoio. Algumas orientações importantes incluem:
- Apoio psicológico e acompanhamento nutricional, especialmente em casos de restrição alimentar significativa.
- Participação em grupos de suporte, que ajudam a compartilhar experiências e encontrar soluções práticas.
- Preparação para emergências, com o uso de pulseiras de identificação, plano de ação escrito e treinamento de familiares e cuidadores.
O conhecimento e a organização são os principais aliados de quem convive com alergias alimentares. Quanto maior a informação, menor o risco de exposição acidental e melhor a qualidade de vida.
FAQ – Perguntas frequentes sobre alergia alimentar
1. Como identificar alergia alimentar?
A alergia alimentar pode ser identificada por meio da observação dos sintomas após o consumo de certos alimentos. Reações como coceira, inchaço, manchas vermelhas, náuseas ou dificuldade para respirar logo após a ingestão podem indicar o problema. O diagnóstico correto deve ser feito por um alergista, que pode solicitar testes como prick test, dosagem de IgE específico e, em alguns casos, teste de provocação oral.
2. Quais são os sintomas de alergia alimentar?
Os sintomas variam de leves a graves. Entre os mais comuns estão: coceira, urticária, inchaço, dor abdominal, diarreia e vômito. Em casos mais severos, pode ocorrer anafilaxia, com dificuldade para respirar, inchaço na garganta e queda de pressão arterial — uma emergência médica que requer atendimento imediato.
3. Qual a diferença entre intolerância alimentar e alergia alimentar?
A intolerância alimentar envolve dificuldade de digestão de certos alimentos (como lactose), sem resposta imunológica. Já a alergia alimentar é uma reação do sistema imunológico a proteínas específicas dos alimentos, podendo causar sintomas sistêmicos e graves, como anafilaxia.
4. O que alivia a alergia alimentar?
O alívio dos sintomas depende da gravidade da reação. Casos leves podem ser tratados com anti-histamínicos. Já reações graves, como a anafilaxia, exigem o uso imediato de adrenalina injetável e atendimento de emergência. A melhor forma de evitar crises é a exclusão rigorosa do alimento causador da alergia.
5. Quanto tempo dura uma alergia alimentar no corpo?
A duração dos sintomas varia. Reações leves geralmente passam em algumas horas após a retirada do alérgeno. Já o tempo de permanência da alergia como condição clínica pode ser de anos. Em algumas crianças, há possibilidade de remissão com o tempo, especialmente para alergias a leite e ovo.
6. Quais alimentos causam mais alergia?
Os principais alimentos responsáveis por alergias são: leite, ovo, amendoim, nozes, soja, trigo, peixe e crustáceos. Esses alimentos respondem por mais de 90% dos casos de alergia alimentar no mundo. É importante também ficar atento aos alérgenos escondidos em produtos industrializados.
7. Alergia alimentar tem cura?
Em alguns casos, sim. Crianças com alergia a leite ou ovo, por exemplo, podem desenvolver tolerância ao longo dos anos. Em outros casos, como alergia a frutos do mar, a condição costuma persistir por toda a vida. Pesquisas com imunoterapia oral estão em andamento, mas ainda são indicadas apenas em centros especializados.
8. Quem tem alergia alimentar pode levar uma vida normal?
Sim. Com o diagnóstico correto, orientação médica e cuidados na alimentação, é totalmente possível manter uma vida saudável e segura. Planejamento, leitura de rótulos, apoio familiar e acompanhamento com profissionais da saúde são fundamentais para a qualidade de vida do paciente.
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