Três doses por dia bastam para mudar seu cérebro (e não é para melhor)

Publicado em 5 de novembro de 2025 na revista Neurology, da American Academy of Neurology, um estudo conduzido por pesquisadores da Harvard University revelou uma ligação preocupante entre AVC e consumo de álcool.

Os resultados mostram que pessoas que ingerem três ou mais doses de bebida alcoólica por dia (o equivalente a três latas de cerveja, três taças de vinho ou três doses de destilado) têm um risco significativamente maior de sofrer um AVC hemorrágico.

Esse é um tipo de derrame cerebral particularmente grave.

Além do aumento do risco, o estudo também indica que esse evento de saúde crítico tende a ocorrer ainda mais cedo nesse grupo, em comparação com aqueles que bebem com moderação.

AVC e consumo de álcool: o que o estudo descobriu

A pesquisa analisou 1.600 pessoas internadas por AVC hemorrágico, com idade média de 75 anos.

Dentre elas, 7% foram classificadas como bebedoras pesadas.

O resultado realmente impressiona.

Esses pacientes tiveram o derrame, em média, aos 64 anos, enquanto os não bebedores ou consumidores moderados tiveram o problema aos 75 anos (uma diferença de mais de uma década).

Além disso, os sangramentos cerebrais entre os que bebiam muito eram cerca de 70% maiores, atingindo regiões profundas do cérebro e, muitas vezes, se espalhando para áreas cheias de líquido, o que agrava o quadro e reduz as chances de recuperação.

Os pesquisadores observaram também que o consumo excessivo de álcool estava associado a maior frequência de danos nos pequenos vasos cerebrais.

Essa condição está ligada à hipertensão e ao envelhecimento precoce do cérebro.

Como o álcool afeta o cérebro

Os exames de imagem mostraram que quem bebia em excesso tinha mais sinais de doença dos pequenos vasos cerebrais, além de menor contagem de plaquetas e pressão arterial mais alta no momento da internação.

Esses fatores aumentam a gravidade do derrame.

De forma simples, o álcool em excesso enfraquece os vasos, eleva a pressão e compromete a coagulação do sangue.

O resultado é um cérebro mais vulnerável a sangramentos e danos permanentes.

Um alerta para quem bebe com frequência

Embora o estudo tenha limitações, como o fato de os dados sobre bebida terem sido auto relatados, os resultados indicam que reduzir o consumo de álcool pode proteger o cérebro e prevenir um AVC.

Os autores destacam que mudanças de estilo de vida, como controlar a pressão arterial e moderar a ingestão de bebidas alcoólicas, são medidas essenciais.

Isso não apenas para evitar um derrame, mas também para reduzir os riscos ligados ao AVC e consumo de álcool, além de frear a progressão de danos cerebrais silenciosos.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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