Os efeitos do chá que a ciência já comprovou (e os riscos pouco conhecidos)

A crença nos benefícios do chá sempre fez parte da cultura popular. De geração em geração, ele aparece como aliado da saúde, do bem-estar e até do humor.

Agora, um grande levantamento publicado na revista Beverage Plant Researchre uniu mais de quatro décadas de pesquisas para entender, de fato, o que o consumo regular da bebida pode fazer pelo organismo.

O resultado mostra que essa tradição tem bases sólidas, e também traz alguns alertas importantes.

O estudo lembra que todo “chá de verdade” vem da planta Camellia sinensis (uma espécie asiática), que dá origem ao chá verde, preto, branco, amarelo, Oolong e Pu-erh.

Aqui, “chá” tem um sentido específico, é o que vem dessa planta.

Já bebidas populares no Brasil, como camomila, hibisco ou cidreira, são feitas de outras plantas e não fazem parte dessa análise científica.

O que muda entre os diferentes tipos de chá é o modo de processamento, que altera a proporção dos compostos bioativos.

Ainda assim, todos carregam substâncias naturais que podem participar de efeitos benéficos, cada um à sua maneira.

Por que os benefícios do chá chamam tanta atenção

A ciência observa há anos que quem bebe chá com frequência tende a ter menos problemas cardiovasculares.

O novo levantamento reforça isso ao analisar dados de milhares de pessoas acompanhadas por décadas.

Quem consome de uma a três xícaras por dia costuma apresentar menor risco de doenças do coração.

Isso acontece porque os compostos antioxidantes do chá ajudam o organismo a trabalhar a favor da saúde, com efeitos como:

  • menor absorção de gorduras, auxiliando o controle do colesterol;
  • melhora da circulação, o que reduz a sobrecarga do coração;
  • redução de processos inflamatórios, importantes para prevenir diversas doenças.

Os efeitos também aparecem no peso e no metabolismo.

Estudos clínicos mostram que o chá (especialmente o verde) pode ajudar no controle do peso quando acompanhado de hábitos saudáveis.

Não é uma solução milagrosa, mas contribui para diminuir a absorção de gorduras e a inflamação ligada à obesidade.

Quando o assunto é diabetes tipo 2, o cenário é mais complexo.

Há pesquisas indicando redução de risco entre consumidores frequentes, mas outras mostram resultados divergentes, como um grande estudo feito em Xangai, que encontrou aumento do risco em alguns grupos.

Por isso, especialistas afirmam que a relação ainda não é definitiva.

Os benefícios do chá vão além do coração e do metabolismo

O levantamento também encontrou possíveis efeitos positivos no cérebro.

Em idosos, quem consome chá com regularidade tende a apresentar menor risco de declínio cognitivo.

Uma das explicações é a presença da teanina, um aminoácido natural do chá que ajuda a reduzir o estresse e melhora a atenção.

Além disso, outros estudos sugerem que o hábito de beber chá pode contribuir para diferentes áreas da saúde:

  • Redução de marcadores de inflamação, o que impacta diversos processos do organismo.
  • Ajuda na manutenção da massa muscular em idosos, favorecendo mobilidade e autonomia.
  • Colaboração na diminuição do ácido úrico, útil para quem tem tendência ao aumento dessa substância.
  • Influência positiva na microbiota da boca, beneficiando dentes e gengivas.

E, nos estudos de laboratório, os compostos do chá ainda mostram potencial antibacteriano e antiviral, reforçando a versatilidade da bebida nos diferentes níveis de pesquisa.

Quando os benefícios do chá podem ser reduzidos

O estudo também chama atenção para situações em que o chá deixa de ser tão vantajoso.

Isso acontece principalmente quando a bebida se afasta da sua forma tradicional.

1. Bebidas prontas que “parecem” chá, mas não são

Chás industrializados e o popular bubble tea podem perder boa parte dos efeitos positivos porque muitas vezes vêm carregados de:

  • açúcar e xaropes;
  • adoçantes artificiais;
  • aromatizantes e conservantes.

Além disso, são versões geralmente mais calóricas, o que contraria a ideia de uma bebida associada à saúde.

2. Cápsulas concentradas de chá verde

Outro ponto sensível envolve os suplementos de chá verde, vendidos para emagrecimento.

A ciência já observou que:

  • em doses altas, eles podem causar danos ao fígado;
  • esse risco não aparece no consumo normal, feito em xícaras ao longo do dia.

O problema está na concentração exagerada das cápsulas, não no chá em si.

3. Metais pesados, pesticidas e microplásticos

O estudo também avaliou a presença dessas substâncias e encontrou resultados tranquilizadores:

  • os níveis detectados no chá pronto para beber são muito baixos;
  • para a maioria das pessoas, não representam risco relevante.

Ainda assim, boas práticas de cultivo e processamento seguem essenciais.

E vale o lembrete, quem consome chá em quantidades muito acima da média ou tem condições específicas de saúde deve redobrar a atenção.

O que fica claro sobre os benefícios do chá

No fim das contas, o chá segue como uma das bebidas mais interessantes para a saúde.

É simples, acessível e, quando consumido sem exageros, entrega benefícios bem documentados pela ciência.

O segredo está na simplicidade sem depender de produtos ultraprocessados ou cápsulas “milagrosas”.

Leitura Recomendada: Novo estudo liga bebidas adoçadas a um efeito inesperado no organismo

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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