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Por que a canela entrou no radar das pesquisas sobre câncer
A ciência tem olhado com mais atenção para a relação entre canela e câncer. Isso não significa falar em cura milagrosa ou substituição de tratamentos médicos, mas em possíveis efeitos desse tempero sobre processos do organismo ligados à inflamação, ao crescimento de tumores e, em alguns casos, à prevenção da doença.
Um artigo publicado na revista científica Frontiers in Nutrition reuniu os principais estudos sobre o tema e ajuda a diferenciar o que é interesse popular do que já tem respaldo científico.
Usada há séculos na culinária e na medicina tradicional, a canela passou a ser analisada com mais cuidado nos últimos anos, especialmente por causa de compostos como o cinamaldeído e os polifenóis, que interagem com mecanismos celulares envolvidos no desenvolvimento do câncer.
Canela e câncer: o que acontece dentro das células
Grande parte das pesquisas analisadas no artigo foi feita em laboratório ou com animais.
Ainda assim, esses estudos ajudam a explicar por que a relação entre canela e câncer vem chamando a atenção dos cientistas.
Nos experimentos, compostos da canela ajudaram a reduzir ou dificultar alguns processos que favorecem o crescimento dos tumores, como:
- inflamação prolongada, que cria um ambiente favorável ao câncer;
- multiplicação descontrolada das células, uma marca da doença;
- formação de novos vasos sanguíneos, que fornecem nutrientes ao tumor e permitem que ele cresça.
Outro ponto observado foi a apoptose, a morte natural das células.
Em algumas pesquisas, substâncias da canela estimularam esse mecanismo em células tumorais, algo considerado positivo do ponto de vista científico, embora ainda sem aplicação prática na medicina.
Microbiota intestinal e prevenção
A ciência também vem investigando como a canela pode influenciar o intestino.
Quando as bactérias intestinais estão em equilíbrio, o corpo tende a ter menos inflamação, o que se associa a um menor risco de alguns tipos de câncer, como o colorretal.
Estudos com animais indicam que a canela pode contribuir para um ambiente intestinal mais equilibrado e menos inflamatório.
Esse possível efeito é visto como um fator de prevenção ao longo do tempo, sempre ligado a uma alimentação mais saudável, e não como algo imediato ou isolado.
Limites e cuidados importantes
Apesar dos resultados promissores, os próprios pesquisadores destacam limites importantes nas evidências disponíveis:
- a maior parte dos estudos foi feita em laboratório ou com animais;
- ainda faltam pesquisas clínicas amplas com humanos;
- o consumo excessivo de canela, especialmente da variedade cássia, pode trazer riscos ao fígado devido à presença de cumarina.
Por isso, o tempero pode fazer parte de uma alimentação equilibrada, mas não é tratamento contra o câncer.
Quando o assunto é canela e câncer, a ciência aponta possibilidades, não soluções prontas.
O interesse crescente nesse tema mostra como alimentos simples podem ter efeitos complexos no organismo. E reforça a importância de mais pesquisas clínicas para entender até onde esses benefícios realmente vão.
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