Book Appointment Now

Como as redes sociais espalham desinformação sobre dietas – E o que os especialistas afirmam que precisa mudar
Nos dias de hoje, as redes sociais desempenham um papel fundamental na vida das pessoas. No entanto, com o crescente uso de plataformas como Instagram, YouTube e TikTok, também aumentam os perigos relacionados à desinformação, especialmente quando se trata de dietas e saúde.
Um estudo recente revelou como esses conteúdos errôneos podem agravar problemas como a ortorexia e até mesmo os riscos associados ao COVID-19. Médicos alertam para a necessidade de mudanças urgentes nas redes sociais para proteger a saúde pública.
O Impacto da Desinformação nas Redes Sociais
As redes sociais não apenas conectam pessoas e permitem o compartilhamento de ideias, mas também se tornaram um local comum para a propagação de informações sobre saúde, incluindo dietas e comportamentos alimentares.
Porém, nem sempre essas informações são baseadas em evidências científicas, o que pode ser prejudicial. O estudo publicado na revista Nutrición Hospitalaria fez uma análise detalhada sobre a frequência e os tipos de desinformação relacionados à nutrição que circulam nessas plataformas.
A pesquisa mostrou que, em plataformas como o TikTok, por exemplo, 1 a cada 5 postagens sobre nutrição promove “chás detox” ou rotinas de jejum, muitas vezes sem nenhuma comprovação científica.
Esse tipo de conteúdo é especialmente direcionado aos usuários da Geração Z, que são mais influenciáveis por tendências de imagens e “antes e depois” do corpo.
As Principais Plataformas de Desinformação
A análise revelou que plataformas como Instagram e YouTube são as mais envolvidas na disseminação de desinformação nutricional.
No caso do Instagram, mais de 50% das postagens analisadas estavam relacionadas à desinformação.
O YouTube também aparece com uma grande frequência, com quase 40% de seus vídeos promovendo informações não verificadas sobre nutrição.
Por outro lado, plataformas como Facebook, Twitter (agora X) e TikTok aparecem com uma incidência menor de desinformação sobre dietas, embora ainda apresentem alguns conteúdos problemáticos.
Como a Desinformação afeta a Saúde das Pessoas
Muitas vezes, a desinformação nas redes sociais se apresenta sob a forma de “dietas milagrosas”, que prometem curar diversas condições de saúde em pouco tempo, mas sem respaldo científico.
Essas dietas são comumente chamadas de “superalimentos” ou “dietas saudáveis” e, embora atraiam uma grande audiência, não possuem comprovação clínica que sustente suas alegações.
Esse tipo de conteúdo, especialmente quando não há controle sobre quem o compartilha ou como ele é distribuído, pode levar a sérios riscos à saúde pública.
A confiança das pessoas nesses “métodos rápidos” pode resultar em escolhas alimentares prejudiciais, como o uso de suplementos não regulamentados ou dietas extremamente restritivas, o que pode ter efeitos negativos no organismo.
Os Perigos do Marketing de Influenciadores
A revisão também destacou o papel crucial dos influenciadores digitais na propagação de desinformação. Muitos influenciadores, com o objetivo de aumentar seu engajamento, promovem marcas e produtos que não têm comprovação científica.
Além disso, muitos desses influenciadores visam um público específico, como mulheres com baixa autoestima, promovendo dietas que podem ter efeitos devastadores na saúde física e mental.
Com o foco em obter mais curtidas e visualizações, essas postagens podem ganhar uma enorme visibilidade, sendo vistas por milhões de pessoas em questão de horas. Isso cria um ciclo vicioso, onde a popularidade de certos conteúdos aumenta, enquanto as informações científicas ficam à margem.
O Que Os Especialistas Recomendam
Diante desse cenário preocupante, especialistas em saúde e nutrição defendem que é urgente uma mudança nas redes sociais.
A principal recomendação é que as plataformas, em conjunto com instituições de saúde pública e profissionais da área, promovam uma educação digital mais eficaz, capacitando os usuários a identificar conteúdos falsos e a buscar informações baseadas em evidências científicas.
Além disso, é fundamental que haja uma regulamentação mais rigorosa sobre o que pode ou não ser compartilhado, especialmente quando se trata de informações relacionadas à saúde.
A presença de médicos e nutricionistas em plataformas digitais é essencial para garantir que o público tenha acesso a conteúdos verídicos, que possam efetivamente contribuir para um estilo de vida mais saudável.
O Papel das Instituições de Saúde
As instituições de saúde têm um papel fundamental na luta contra a desinformação. Colaborando com as redes sociais e influenciadores, elas podem criar campanhas de conscientização e educar o público sobre os riscos de seguir dietas e hábitos alimentares não comprovados cientificamente.
Além disso, os profissionais de saúde precisam estar preparados para lidar com os impactos dessa desinformação no cotidiano dos pacientes.
É importante que os médicos, nutricionistas e outros especialistas da área se envolvam mais ativamente nas plataformas digitais, oferecendo orientação clara e baseada em evidências, para que os usuários saibam em quem confiar.
Essa presença de especialistas pode ajudar a combater a propagação de conteúdos prejudiciais e oferecer alternativas saudáveis e seguras.
Como os Usuários Podem se Proteger
Para os usuários das redes sociais, é essencial desenvolver uma “literacia digital” mais forte. Isso significa saber como verificar as informações antes de acreditar nelas ou repassá-las. Existem algumas práticas simples que podem ajudar:
- Verifique a fonte: Sempre procure saber quem está compartilhando a informação. Procure por profissionais qualificados, como nutricionistas e médicos, ou fontes confiáveis como instituições de saúde.
- Questione as promessas milagrosas: Desconfie de dietas ou suplementos que prometem resultados rápidos sem esforço.
- Consulte um especialista: Antes de fazer qualquer alteração em sua alimentação ou começar uma nova dieta, converse com um profissional de saúde qualificado.
Embora as redes sociais sejam uma ferramenta poderosa de comunicação e informação, elas também podem ser um terreno fértil para a propagação de desinformação, especialmente no campo da nutrição e da saúde.
Ao compreender os perigos das dietas milagrosas e da promoção de produtos não regulamentados, podemos aprender a filtrar melhor o conteúdo que consumimos e a agir de forma mais consciente em relação à nossa saúde.
A mudança começa com a educação digital e a colaboração entre profissionais de saúde, plataformas e o público em geral. Apenas com esse esforço conjunto será possível reverter os danos causados pela desinformação e garantir que as redes sociais se tornem um espaço seguro e saudável para todos.
Leia mais: Pular corda é cardio? Entenda como esse exercício simples pode transformar sua saúde