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Corpos cetônicos: o que seus músculos têm a ver com a cetona na urina
Um novo estudo publicado na revista EMBO Reports acaba de trazer uma descoberta curiosa sobre algo que muita gente só ouve falar em exames laboratoriais: os corpos cetônicos.
Essas substâncias aparecem quando o corpo queima gordura para gerar energia. E quando estão em excesso, parte delas pode ser eliminada na urina, aparecendo como a famosa “cetona na urina”.
O que os cientistas descobriram é que os músculos têm um papel essencial para evitar o acúmulo dessas substâncias e manter o metabolismo equilibrado.
Quando o corpo queima gordura para gerar energia
Normalmente, nosso organismo usa o açúcar (glicose) como principal combustível.
Mas, em situações como jejum prolongado, exercícios intensos ou dietas muito restritivas em carboidratos, ele passa a queimar gordura.
É nesse processo que surgem os corpos cetônicos (como o beta-hidroxibutirato e o acetoacetato).
Em pequenas quantidades, isso é natural e até benéfico, pois os corpos cetônicos ajudam a manter o cérebro e os músculos funcionando quando há pouca glicose disponível.
Mas, quando o corpo não consegue usar bem essas cetonas, elas se acumulam no sangue, e parte pode ser eliminada pela urina.
É aí que o exame detecta “cetona na urina”, um sinal de que algo no equilíbrio energético pode estar fora do normal.
A descoberta: o papel dos músculos na queima de corpos cetônicos
Os pesquisadores da Universidade de Houston e do Medical College of Wisconsin encontraram uma peça-chave dentro do músculo, uma proteína chamada MEF2Dα2.
Pense nela como um “botão” que ajuda o músculo a aproveitar as cetonas quando falta glicose. Por exemplo, durante exercícios longos ou jejum.
Nos experimentos, os cientistas “desligaram” o gene dessa proteína em camundongos e observaram que os animais ficaram mais cansados e apresentaram níveis mais altos de cetonas no sangue.
Um tipo de desequilíbrio que, em humanos, pode se manifestar como presença de cetona na urina.
Segundo o estudo, isso acontece porque os músculos desses animais perderam a capacidade de aproveitar bem as cetonas como fonte de energia, especialmente durante o esforço físico.
Sem essa proteína, os músculos deixaram de ativar enzimas importantes (como BDH1, OXCT1 e ACAT1) envolvidas na quebra das cetonas.
O resultado foi um desempenho físico até 30% menor e maior acúmulo de cetonas no sangue.
Por que isso importa para a saúde humana
Embora o estudo tenha sido feito em animais, os cientistas acreditam que os mecanismos observados podem ajudar a entender melhor o metabolismo humano.
O achado reforça por que pessoas com distúrbios metabólicos, como diabetes mal controlado ou doenças musculares, tendem a apresentar cetona na urina com mais frequência.
E destaca o quanto o metabolismo muscular é essencial não apenas para o desempenho físico, mas também para a regulação energética do corpo como um todo.
Para os especialistas, compreender como os músculos “conversam” com o restante do organismo pode abrir caminho para novos tratamentos que melhorem o aproveitamento de energia, reduzam a fadiga e até ajudem a prevenir complicações do diabetes.
Em outras palavras, nossos músculos não servem apenas para movimentar o corpo. Eles também ajudam a garantir que o combustível certo esteja disponível no momento certo.
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