Pesquisa mostra os dois lados do cuidado dos avós com os netos

O cuidado dos avós com os netos faz parte da rotina de muitas famílias brasileiras.

Seja para ajudar na conciliação entre trabalho e vida pessoal, seja para complementar a escola ou a creche, os avós costumam ser vistos como uma presença afetiva, confiável e fundamental no dia a dia infantil.

Um novo estudo publicado na revista científica Health Economics, porém, mostra que esse apoio traz benefícios claros para os pais, mas também levanta pontos de atenção quando o foco é a saúde das crianças.

A pesquisa analisou dados de milhares de famílias ao longo do tempo para entender como o cuidado regular oferecido pelos avós impacta o bem-estar de mães, pais e filhos.

Os resultados ajudam a enxergar esse arranjo familiar com mais equilíbrio e menos idealização.

Cuidado dos avós com os netos: mais alívio para pais e mães

Para os adultos, especialmente as mães, o apoio dos avós aparece como um importante fator de alívio.

Quando os avós participam da rotina, muitas mulheres relatam maior satisfação com o tempo livre e com a organização do dia a dia.

A percepção sobre o cuidado com os filhos também melhora.

Na prática, isso se traduz em menos sobrecarga emocional e menos sensação de estar sempre “apagando incêndios”.

Em famílias com jornadas de trabalho longas ou horários escolares incompatíveis com o expediente, o cuidado dos avós com os netos funciona como uma rede de apoio que reduz o estresse cotidiano.

Entre os pais, o efeito positivo também aparece, sobretudo na confiança e na satisfação com a forma como os filhos são cuidados.

Ter alguém próximo e de confiança ajuda a diminuir a ansiedade em relação à rotina infantil.

O que muda quando o foco são as crianças

Quando a análise se volta para a saúde das crianças, o cenário é mais cauteloso.

O estudo identificou que crianças cuidadas regularmente pelos avós apresentaram, em média, uma avaliação geral de saúde um pouco pior ao longo do tempo, em comparação com aquelas cuidadas apenas pelos pais ou que frequentam atividades escolares em período integral.

Esse efeito foi mais evidente entre crianças em idade escolar, especialmente meninos.

Não se trata de doenças graves, mas de uma percepção menos positiva da saúde feita pelos próprios pais.

Uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores está ligada à rotina.

Escolas e programas de tempo integral costumam oferecer atividades físicas, brincadeiras ao ar livre e horários mais estruturados.

Já os avós, por limitações naturais como idade ou cansaço, tendem a priorizar atividades mais tranquilas dentro de casa.

Afeto e equilíbrio caminham juntos

O estudo não sugere que o cuidado dos avós com os netos seja prejudicial ou deva ser evitado. O vínculo afetivo, a troca entre gerações e o apoio emocional são ganhos importantes e difíceis de medir.

O alerta vai no sentido do equilíbrio.

Quando os avós assumem parte relevante da rotina, é fundamental estimular hábitos saudáveis, como brincadeiras ativas, alimentação equilibrada e horários previsíveis.

Na medida do possível, também vale evitar que a criança passe por muitos cuidadores diferentes no mesmo dia, o que pode gerar cansaço físico e emocional.

Com atenção e ajustes simples, esse apoio familiar pode beneficiar pais, avós e crianças, cada um à sua maneira.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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