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Xixi escapando? Pode ser sintoma de disfunção do assoalho pélvico
A disfunção do assoalho pélvico em mulheres é muito mais comum do que se imagina. Ainda assim, segue pouco reconhecida, pouco falada e muitas vezes ignorada, inclusive por quem convive diariamente com os sintomas.
Um estudo publicado em 2025 no Journal of Racial and Ethnic Health Disparities ajuda a explicar por que isso acontece e acende um alerta importante para a saúde feminina.
A pesquisa ouviu quase 200 mulheres latinas nos Estados Unidos e os dados chamam atenção.
Mais de 60% relataram ao menos um sintoma típico de disfunção do assoalho pélvico, como perda involuntária de urina, escape de fezes ou sensação de peso e “bola” na vagina.
Mesmo assim, apenas uma minoria reconhecia esses sinais como um problema de saúde.
O que é a disfunção do assoalho pélvico, afinal?
O assoalho pélvico é um conjunto de músculos que sustenta órgãos importantes, como bexiga, útero e intestino. Quando esses músculos enfraquecem ou deixam de funcionar adequadamente, surgem as chamadas disfunções do assoalho pélvico.
Entre os sintomas de disfunção do assoalho pélvico mais comuns estão:
- incontinência urinária feminina;
- dificuldade para segurar fezes;
- prolapso genital, quando algum órgão “desce” e pode ser percebido como um volume na vagina.
Apesar de afetarem diretamente a qualidade de vida, muitas mulheres encaram esses sinais como algo normal do envelhecimento ou como consequência inevitável da gravidez e do parto, o que contribui para o atraso no diagnóstico.
Sintomas existem, mas o reconhecimento não
O estudo revelou um desencontro preocupante entre sentir e reconhecer.
Cerca de 70% das participantes afirmaram não ter nenhum problema no assoalho pélvico.
No entanto, quando responderam a questionários específicos, aproximadamente 4 em cada 10 apresentaram sintomas moderados ou intensos.
Em outras palavras, muitas mulheres convivem com escapes de urina, desconforto íntimo ou alterações intestinais sem associar isso a uma condição de saúde que merece atenção médica.
Cultura, estresse e silêncio
Os pesquisadores observaram que fatores culturais e emocionais pesam bastante nesse processo.
Mulheres com níveis mais altos de estresse, forte religiosidade ou que valorizavam menos a autonomia pessoal tinham mais dificuldade para identificar que algo não ia bem.
Somam-se a isso sentimentos como vergonha, medo de julgamento e a ideia de que “isso acontece com toda mulher”.
Quando os sintomas começavam a interferir na rotina, ficava mais fácil reconhecer que havia um problema. Mesmo assim, muitas mulheres seguiam sem buscar atendimento.
Embora o estudo tenha analisado mulheres latinas nos Estados Unidos, esse padrão ajuda a entender um problema que também se repete em outros contextos, inclusive no Brasil.
Por que falar sobre isso faz diferença
Reconhecer a disfunção do assoalho pélvico em mulheres é o primeiro passo para o tratamento.
Hoje, existem opções eficazes que vão desde fisioterapia do assoalho pélvico até tratamentos médicos e cirúrgicos, dependendo do caso.
Quanto mais cedo o problema é identificado, melhores costumam ser os resultados.
Informação acessível, conversa aberta e escuta qualificada nos serviços de saúde fazem toda a diferença.
Perder urina não é normal. Sentir peso na vagina não deve ser ignorado. E ajuda existe.
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