Dívidas e doenças crônicas: O ciclo vicioso que você precisa quebrar

Nos dias de hoje, o endividamento tornou-se uma realidade para muitas famílias, tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo. Segundo dados recentes, mais de 70% dos brasileiros convivem com algum tipo de dívida.

Contudo, o impacto dessas dívidas não se limita ao bolso. Cada vez mais, estudos têm revelado que o estresse financeiro pode ser um fator determinante no desenvolvimento de doenças crônicas, como hipertensão e doenças cardíacas.

A pressão constante de lidar com dívidas pode desencadear uma série de respostas fisiológicas e comportamentais que afetam a saúde, desde aumento nos níveis de estresse até comportamentos de risco, como alimentação inadequada e falta de cuidados médicos.

Este artigo do SaúdeLAB vai explicar sobre a conexão entre dívidas e doenças crônicas, com foco em como o estresse financeiro prolongado pode contribuir para o desenvolvimento de condições graves de saúde.

Como as dívidas afetam o bem-estar

As dívidas podem ser definidas como obrigações financeiras contraídas por uma pessoa ou família que precisa pagar uma determinada quantia dentro de um período específico.

Embora as dívidas possam ser uma ferramenta útil para conquistar objetivos, como a compra de uma casa ou a abertura de um negócio, elas também podem gerar um grande fardo emocional quando não são bem administradas.

O endividamento crônico, ou seja, quando alguém passa longos períodos em dívida sem conseguir quitá-la, pode criar uma série de problemas que vão além das finanças.

O estresse financeiro causado pelas dívidas é uma das principais fontes de tensão e preocupação na vida moderna. Quando as contas se acumulam e as receitas não são suficientes para cobri-las, muitas pessoas começam a viver com medo constante de não conseguirem pagar suas obrigações.

Esse tipo de estresse não é apenas emocional, mas também fisiológico. A sensação de estar preso em um ciclo de dívida sem solução pode desencadear uma resposta de “luta ou fuga” constante no corpo, levando à liberação de hormônios como o cortisol e a adrenalina.

Estudos indicam que o estresse financeiro está diretamente ligado a problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Além disso, essas pessoas muitas vezes enfrentam dificuldades para se concentrar e tomar decisões racionais, o que pode agravar ainda mais sua situação financeira.

Esse ciclo vicioso de dívida e estresse financeiro acaba impactando outras áreas da vida, incluindo as relações familiares e a produtividade no trabalho. Mas o mais alarmante é que esse estado de estresse contínuo afeta diretamente a saúde física, especialmente no que diz respeito à pressão arterial e ao coração.

Estresse financeiro e sua conexão com a hipertensão

O estresse financeiro, muitas vezes resultante do acúmulo de dívidas, afeta o corpo de forma direta e significativa. Quando uma pessoa se sente sobrecarregada por pressões financeiras, o corpo entra em um estado de alerta constante.

Esse mecanismo fisiológico leva à liberação de hormônios. O aumento desses hormônios no organismo causa a constrição dos vasos sanguíneos e eleva os batimentos cardíacos, o que resulta em um aumento temporário da pressão arterial.

Quando esse estado de estresse se torna crônico, devido à persistência dos problemas financeiros, a elevação da pressão arterial deixa de ser algo momentâneo e pode se transformar em um problema de saúde permanente, como a hipertensão.

Além disso, a hipertensão não controlada pode acarretar problemas ainda mais graves a longo prazo. O aumento da pressão arterial constante sobrecarrega o sistema cardiovascular, aumentando o risco de infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e outras complicações graves, como insuficiência cardíaca.

Portanto, o estresse financeiro prolongado, quando não gerido adequadamente, pode transformar-se em um fator de risco importante para problemas de saúde cardiovascular que impactam diretamente a qualidade e a expectativa de vida.

O impacto das dívidas na saúde mental e como isso afeta a saúde física

O estresse financeiro também exerce uma forte influência sobre a saúde mental. Pessoas endividadas costumam experimentar níveis elevados de ansiedade e depressão devido à pressão constante para pagar suas obrigações.

A incerteza sobre o futuro financeiro e o medo de não conseguir cobrir as despesas básicas podem aumentar os níveis de estresse mental, levando ao desenvolvimento de transtornos emocionais graves.

De acordo com um estudo, indivíduos com altos níveis de dívida são mais propensos a relatar sintomas de depressão, estresse extremo e dificuldades de sono. Esses transtornos mentais, por sua vez, podem afetar o comportamento físico das pessoas.

A depressão, por exemplo, pode diminuir a motivação para realizar atividades físicas, resultando em sedentarismo.

Além disso, as pessoas em estado de ansiedade ou depressão tendem a recorrer a comportamentos prejudiciais à saúde, como comer de forma desregulada, consumir alimentos ultraprocessados, fumar ou abusar do álcool, como uma maneira de lidar com o estresse.

Esses comportamentos agravam ainda mais os problemas de saúde física.

O impacto negativo das dívidas na saúde mental não se limita apenas a questões psicológicas. Quando o estado emocional da pessoa é afetado, todo o corpo sofre as consequências.

O estresse e a depressão também podem enfraquecer o sistema imunológico, tornando o corpo mais vulnerável a doenças e infecções. Assim, a ligação entre dívidas e saúde mental não pode ser subestimada, pois influencia diretamente a qualidade de vida física e emocional.

Como lidar com o estresse financeiro e proteger sua saúde

Para lidar com o estresse financeiro de maneira eficaz e proteger sua saúde, é importante adotar estratégias práticas. Uma das principais é organizar as finanças de forma metódica, criando um orçamento detalhado que ajude a controlar os gastos.

Buscar aconselhamento financeiro também pode ser uma excelente maneira de identificar formas de quitar dívidas de maneira mais eficiente e criar uma reserva de emergência, proporcionando mais tranquilidade para lidar com imprevistos.

Além de focar nas finanças, é crucial cuidar da saúde mental. Procurar apoio psicológico, especialmente em casos de ansiedade ou depressão associadas ao estresse financeiro, pode ajudar a prevenir o agravamento de problemas emocionais e seus impactos físicos.

Manter um equilíbrio emocional é essencial para tomar decisões financeiras mais assertivas.

Por fim, o apoio social e profissional é vital. Consultores financeiros e psicólogos podem ajudar a quebrar o ciclo de estresse e melhorar tanto a saúde financeira quanto a física, oferecendo suporte personalizado que leva em consideração a realidade de cada indivíduo.

O impacto do estresse financeiro na saúde não deve ser subestimado. Dívidas podem ser um gatilho importante para o desenvolvimento de doenças crônicas, como hipertensão e problemas cardíacos, além de afetar profundamente a saúde mental e física.

Lidar com o endividamento de maneira prática, ao mesmo tempo em que se cuida da saúde emocional, é essencial para prevenir complicações e garantir uma vida mais saudável e equilibrada.

É importante refletir sobre as próprias finanças e buscar apoio para evitar que o estresse financeiro comprometa a saúde. A busca por equilíbrio entre o bem-estar financeiro e físico pode ser a chave para uma vida mais saudável e feliz.

Não espere que o estresse financeiro afete sua saúde. Organize suas finanças, cuide da sua saúde mental e procure o suporte necessário para viver de forma mais tranquila e saudável.

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Kethlyn Bukner
Kethlyn Bukner

Graduanda de Biomedicina pela Unicesumar no Paraná, também possui quatro anos de experiência na área de Farmácia, através do curso técnico.

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