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Adeus ao motorzinho do dentista? Ciência descobre forma de regenerar o esmalte dos dentes
Muita gente ainda associa o motorzinho do dentista àquele som agudo e inconfundível que dava arrepios só de ouvir. Apesar de os equipamentos modernos serem mais silenciosos e precisos, a lembrança do desconforto ainda é forte.
Agora, uma nova pesquisa traz esperança de que, no futuro, esse símbolo dos consultórios odontológicos possa perder espaço.
Cientistas do King’s College London e de universidades do Canadá e da Itália desenvolveram um material biológico capaz de regenerar o esmalte dos dentes (a camada dura e brilhante que protege nossos dentes, mas que não se reconstrói sozinha quando danificada).
O estudo, publicado no periódico Advanced Healthcare Materials, mostrou que filmes feitos à base de queratina (proteína encontrada em fios de cabelo e na lã de ovelhas) podem imitar o processo natural de formação do esmalte.
Essa descoberta abre caminho para tratamentos menos invasivos, que um dia talvez dispensem o uso do motorzinho em casos leves de cárie.
Como funciona a regeneração do esmalte dos dentes
Os cientistas extraíram a queratina de fibras de lã e transformaram o material em uma película ultrafina e flexível.
Quando esse filme entra em contato com soluções que contêm cálcio e fósforo (os mesmos minerais presentes nos dentes saudáveis), ele cria o ambiente perfeito para a formação de novos cristais de esmalte.
Nos testes de laboratório, essa tecnologia foi capaz de reparar lesões iniciais de cárie, conhecidas como manchas brancas.
A nova camada formada atingiu cerca de 50 micrômetros de espessura e apresentou resistência e elasticidade semelhantes às do esmalte original; devolvendo brilho e força à superfície do dente.
Um material natural e sustentável
O filme de queratina é biocompatível, seguro e sustentável.
Como a lã é uma fonte natural e abundante dessa proteína, o processo dispensa solventes químicos e pode ser feito em meio aquoso, o que o torna menos agressivo e mais ecológico.
Além de restaurar o esmalte, a técnica representa um avanço promissor para a odontologia regenerativa, uma área que busca estimular os tecidos do corpo a se reconstruírem sozinhos.
Um futuro sem motorzinho?
Hoje, o tratamento de cáries geralmente envolve o uso do motorzinho do dentista para remover o tecido afetado e aplicar uma resina restauradora.
O novo método, porém, aponta para um futuro em que o esmalte poderá se reparar naturalmente, guiado por proteínas como a queratina.
A tecnologia ainda está em fase experimental, testada apenas em laboratório, mas já abre caminho para tratamentos sem perfuração e menos invasivos.
Se der certo, pode representar o início de uma nova era; uma em que o barulho do motorzinho fique só na lembrança.
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