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Espondilite Anquilosante: conheça a doença que atinge a coluna vertebral
Você sabia que a espondilite anquilosante pode afetar pessoas jovens e causar grandes impactos na qualidade de vida? Esta condição inflamatória crônica, que atinge principalmente a coluna vertebral, pode levar à rigidez e à dor severa, afetando atividades diárias simples e comprometendo o bem-estar geral.
Neste artigo do SaúdeLAB, vamos explorar em detalhes o que é a espondilite anquilosante, uma doença que muitas vezes passa despercebida até causar sintomas significativos.
Discutiremos suas causas, fatores de risco, sintomas, métodos de diagnóstico, opções de tratamento e como é possível viver com essa condição de maneira mais saudável e produtiva. Compreender essa doença é essencial para o diagnóstico precoce e para a implementação de estratégias eficazes de manejo.
O que é Espondilite Anquilosante?
A espondilite anquilosante é uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente as articulações da coluna vertebral, mas também pode atingir outras partes do corpo.
Caracteriza-se pela inflamação das articulações sacroilíacas (localizadas na base da coluna) e pode levar à fusão das vértebras, resultando em rigidez e perda de mobilidade. Essa condição é uma forma de espondiloartrite, um grupo de doenças que causam inflamação nas articulações da coluna.
A espondilite anquilosante foi descrita pela primeira vez por médicos no século XIX, mas há evidências de que essa condição afetou pessoas muito antes disso. Antigos esqueletos mostram sinais de fusão vertebral que são típicos da doença.
A espondilite anquilosante foi inicialmente confundida com outras formas de artrite, mas ao longo do tempo, os avanços médicos permitiram uma melhor compreensão e identificação específica dessa condição.
Um diagnóstico precoce e um tratamento adequado podem ajudar a controlar os sintomas, prevenir complicações graves e permitir que as pessoas com essa condição mantenham uma vida ativa e saudável.
Causas e fatores de risco
A espondilite anquilosante é uma doença cuja causa exata ainda não é completamente compreendida, mas os estudos científicos mais recentes apontam que tanto fatores genéticos quanto imunológicos desempenham papéis cruciais em seu desenvolvimento.
A presença do gene HLA-B27 é um dos principais fatores associados à espondilite anquilosante. Cerca de 90% das pessoas com essa condição possuem esse gene, o que sugere uma forte predisposição genética.
No entanto, possuir o gene HLA-B27 não garante que a pessoa desenvolverá a doença, indicando que outros fatores ambientais e imunológicos também são importantes.
O sistema imunológico de pessoas com espondilite anquilosante reage de forma inadequada, causando inflamação nas articulações da coluna vertebral e em outras partes do corpo.
Essa resposta imunológica anormal pode ser desencadeada por infecções ou outros fatores externos, mas os mecanismos exatos ainda estão sendo estudados.
Fatores de risco
Agora vamos discutir quais são os principais fatores de risco para se desenvolver a doença:
- Histórico Familiar: Ter um parente próximo com espondilite anquilosante aumenta significativamente o risco de desenvolver a doença, devido à forte componente genética.
- Gênero: A espondilite anquilosante é mais comum em homens do que em mulheres. Homens são três vezes mais propensos a desenvolver a doença.
- Idade: A doença geralmente começa na adolescência ou na idade adulta jovem, entre os 15 e 30 anos. É raro o início após os 45 anos.
- Presença do Gene HLA-B27: Como mencionado, a presença do gene HLA-B27 é um fator de risco significativo. No entanto, nem todos os portadores do gene desenvolvem a doença, indicando que outros fatores também estão em jogo.
Sintomas
Entenda agora quais são os sintomas que podem acometer uma pessoa com espondilite anquilosante.
Sintomas iniciais
Os primeiros sintomas da espondilite anquilosante geralmente incluem dor nas costas e rigidez. A dor, que é tipicamente mais intensa no período da manhã ou após períodos de inatividade, é um dos sintomas iniciais mais comuns.
A rigidez matinal, que melhora com o movimento, é um sinal clássico. Além disso, a dor pode começar nas nádegas ou quadris e se irradiar para a parte inferior das costas.
Progressão dos sintomas
Com o tempo, a espondilite anquilosante pode causar um aumento da dor e rigidez. A dor pode se tornar mais intensa e persistente, afetando toda a coluna vertebral, enquanto a rigidez pode aumentar, limitando os movimentos.
Em casos avançados, as vértebras podem se fundir, resultando em uma coluna vertebral menos flexível e em uma postura curvada para a frente, conhecida como cifose. Outras articulações, como ombros, joelhos e tornozelos, também podem ser afetadas, causando dor e inchaço.
Sintomas sistêmicos
Além dos sintomas específicos da coluna, a espondilite anquilosante pode causar inflamação dos olhos, conhecida como uveíte, que pode resultar em dor, sensibilidade à luz e visão embaçada.
Algumas pessoas podem desenvolver doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn ou colite ulcerativa. A inflamação crônica e a dor contínua podem levar a níveis significativos de fadiga. Embora raro, a espondilite anquilosante pode afetar o coração, causando inflamação da aorta.
Diagnóstico
Veja agora como é feito o diagnóstico da doença.
Exames clínicos
O diagnóstico da espondilite anquilosante começa com uma avaliação clínica detalhada pelo médico, que inclui a coleta de um histórico médico completo. Durante essa etapa, o médico perguntará sobre os sintomas, quando começaram e se há algum histórico familiar de doenças autoimunes.
Além disso, um exame físico é realizado para verificar a mobilidade da coluna vertebral e das articulações. Testes de flexibilidade, como o teste de Schober, podem ser usados para medir a flexibilidade da coluna lombar. A sensibilidade ao toque em áreas específicas também é avaliada para identificar pontos de inflamação.
Exames de imagem
Para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da doença, são utilizados exames de imagem. Os raios-X podem mostrar alterações nas articulações sacroilíacas e na coluna vertebral, como erosões ósseas e fusão das vértebras.
No entanto, essas alterações podem não ser visíveis nas fases iniciais da doença. A ressonância magnética é mais sensível do que o raio-X e pode detectar inflamação precoce nas articulações antes que as alterações ósseas sejam visíveis. Esse exame é particularmente útil para avaliar a inflamação e a presença de líquido nas articulações.
Exames laboratoriais
Alguns exames de sangue podem ajudar no diagnóstico da espondilite anquilosante. A presença do gene HLA-B27 pode suportar o diagnóstico, embora não seja definitiva, pois nem todos os portadores desenvolvem a doença.
Além disso, exames de marcadores de inflamação, como a proteína C-reativa (PCR) e a taxa de sedimentação de eritrócitos (VHS), podem indicar a presença de inflamação no corpo. Níveis elevados desses marcadores podem sugerir uma condição inflamatória, como a espondilite anquilosante.
Tratamento
A boa notícia é que a doença tem tratamento, veja agora quais são os principais.
Medicamentos
O tratamento medicamentoso é fundamental para controlar os sintomas e a progressão da espondilite anquilosante. Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno e naproxeno, são frequentemente a primeira linha de tratamento para reduzir a dor e a inflamação.
Medicamentos antirreumáticos modificadores da doença (DMARDs), como sulfassalazina e metotrexato, podem ser usados em casos mais graves para reduzir a inflamação e retardar a progressão da doença.
Além disso, medicamentos biológicos, como os inibidores de TNF (ex.: infliximabe, adalimumabe) e os inibidores de IL-17 (ex.: secuquinumabe), são usados para pacientes que não respondem aos AINEs. Esses medicamentos ajudam a reduzir a inflamação e prevenir danos estruturais nas articulações.
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Fisioterapia
A fisioterapia desempenha um papel crucial na gestão da espondilite anquilosante, ajudando a manter a mobilidade e aliviar a dor. Inclui exercícios de alongamento e fortalecimento, que melhoram a flexibilidade da coluna e fortalecem os músculos ao redor das articulações.
A terapia aquática, que consiste em exercícios na água, pode ser benéfica devido à redução do impacto nas articulações. Técnicas para melhorar a postura e manter a mobilidade da coluna vertebral também são parte importante da fisioterapia.
Cirurgia
Embora rara, a cirurgia pode ser necessária em casos graves de espondilite anquilosante. A substituição articular pode ser indicada em casos de danos severos nas articulações, como nos quadris.
Além disso, cirurgias para corrigir a postura excessivamente curvada podem ser realizadas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Tratamentos complementares
Outras abordagens podem complementar o tratamento tradicional da espondilite anquilosante. Exercícios específicos, como yoga e pilates, podem melhorar a flexibilidade e reduzir a rigidez.
Manter um peso saudável, evitar fumar e adotar uma dieta equilibrada também podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a saúde geral. Terapias alternativas, como acupuntura e massagem terapêutica, podem oferecer alívio adicional da dor e da tensão muscular.
Complicações
Quando a doença não é controlada pode evoluir com complicações, saiba quais são as mais comuns.
Problemas posturais
A espondilite anquilosante pode levar a sérias complicações posturais, principalmente se não for tratada adequadamente. As inflamações contínuas podem causar a fusão das vértebras, resultando em uma coluna menos flexível e em uma postura curvada para a frente, conhecida como cifose.
Isso pode limitar significativamente a mobilidade e a capacidade de realizar atividades diárias. Além disso, a rigidez nas articulações pode levar à redução da amplitude de movimento, dificultando tarefas simples, como levantar-se da cama ou inclinar-se para amarrar os sapatos.
Complicações sistêmicas
A espondilite anquilosante não se limita apenas à coluna vertebral; ela pode afetar várias partes do corpo, causando complicações sistêmicas.
Cerca de 40% das pessoas com espondilite anquilosante podem desenvolver uveíte, uma inflamação ocular que pode causar dor, vermelhidão e sensibilidade à luz. Se não tratada, a uveíte pode levar a problemas de visão.
A inflamação crônica associada à espondilite anquilosante pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, incluindo inflamação da aorta (aortite) e doenças cardíacas.
A fusão das vértebras torácicas pode restringir a expansão dos pulmões, levando a dificuldades respiratórias. Além disso, alguns pacientes podem desenvolver doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn ou colite ulcerativa.
Prevenção e gestão
Embora não seja possível prevenir a espondilite anquilosante, algumas medidas podem ajudar a retardar a progressão da doença e minimizar os sintomas.
Procurar ajuda médica aos primeiros sinais de dor nas costas e rigidez pode permitir um diagnóstico e tratamento precoces, reduzindo o risco de complicações severas. Manter uma dieta equilibrada, evitar o tabagismo e praticar atividades físicas regulares pode ajudar a controlar a inflamação e promover a saúde geral.
Gestão da doença
Gerenciar a espondilite anquilosante envolve uma abordagem multifacetada. Praticar exercícios regulares, incluindo alongamento, fortalecimento e atividades de baixo impacto, como nadar e caminhar, pode melhorar a flexibilidade e reduzir a dor.
Adotar uma dieta rica em frutas, vegetais, gorduras saudáveis e peixes pode ajudar a reduzir a inflamação. Métodos como acupuntura, massagem terapêutica e técnicas de relaxamento podem oferecer alívio adicional dos sintomas.
Manter consultas regulares com um reumatologista é importante para monitorar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.
Viver com espondilite anquilosante
Apesar da espondilite anquilosante, é possível manter uma boa qualidade de vida. Manter-se ativo é crucial, por isso adotar uma rotina de exercícios de baixo impacto e alongamentos diários pode ajudar a preservar a mobilidade.
Trabalhar na manutenção de uma boa postura pode prevenir a curvatura excessiva da coluna, e o uso de equipamentos ergonômicos pode ajudar a adaptar o ambiente de trabalho e os móveis domésticos para suportar a coluna e evitar dores.
O suporte emocional e psicológico é essencial para lidar com uma doença crônica. Falar com um psicólogo pode ajudar a lidar com o estresse, a ansiedade e a depressão que podem acompanhar a espondilite anquilosante. Práticas como meditação, yoga e respiração profunda podem ajudar a gerenciar o estresse e a dor.
Ter uma rede de apoio forte pode fazer uma diferença significativa na vida de alguém com espondilite anquilosante.
O suporte de familiares e amigos pode fornecer encorajamento e ajuda prática. Participar de grupos de apoio com outras pessoas que têm espondilite anquilosante pode oferecer um espaço para compartilhar experiências e obter conselhos úteis.
A espondilite anquilosante é uma doença inflamatória crônica que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida. Compreender suas causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento é essencial para gerenciar a condição de maneira eficaz.
O diagnóstico precoce, combinado com um tratamento adequado e mudanças no estilo de vida, pode ajudar a controlar os sintomas e prevenir complicações graves.
Lidar com a espondilite anquilosante pode ser desafiador, mas com o conhecimento certo e o suporte adequado, é possível manter uma vida ativa e saudável. Não hesite em procurar ajuda médica ao notar os primeiros sinais de dor nas costas e rigidez.
Lembre-se de que a informação e o suporte são aliados poderosos na gestão de qualquer condição crônica.
E se você acha que pode estar apresentando sintomas dessa condição, consulte um reumatologista para um diagnóstico adequado e um plano de tratamento personalizado.
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