O que toda mulher com lipedema precisa saber sobre exercícios físicos

O tema lipedema e atividade física ainda gera muitas dúvidas entre mulheres diagnosticadas com a condição.

O lipedema é uma doença crônica que provoca acúmulo anormal de gordura em regiões específicas do corpo, como pernas, quadris e braços.

Além do aspecto estético, traz sintomas que impactam a qualidade de vida, como dor, sensação de peso, inchaço frequente e hematomas que aparecem com facilidade.

Embora não tenha cura, existem estratégias de tratamento que ajudam a controlar os sintomas. Entre elas, a prática regular de exercícios se mostra um dos pilares mais importantes.

Para explicar por que a atividade física faz diferença e quais cuidados são necessários, o SaúdeLab conversou com a fisioterapeuta Mariana Milazzotto, mestre em Ciências Médicas e especialista no tratamento clínico do lipedema.

Exercícios mais indicados para o lipedema e atividade física

Mariana ressalta que incluir o movimento na rotina é fundamental para qualquer paciente.

A escolha da modalidade, no entanto, deve respeitar tanto o estágio da doença quanto as limitações de cada pessoa.

De maneira geral, ao iniciar uma atividade física, a portadora de lipedema pode escolher exercícios de baixo impacto como caminhadas, exercícios na água, pilates ou yoga”, afirma a especialista.

Essas opções são consideradas de baixo impacto, ajudando a trabalhar a musculatura sem provocar sobrecarga nas articulações.

A fisioterapeuta Mariana Milazzotto também lembra que o corpo precisa de adaptação. Por isso, a progressão gradual é indispensável: aumentar a intensidade ou a carga aos poucos permite que a paciente evolua sem riscos de lesão.

Quais exercícios devem ser evitados

Se algumas práticas são benéficas, outras podem trazer mais problemas do que soluções.

Segundo a profissional, muitas mulheres com lipedema apresentam hipermobilidade, ou seja, articulações mais “soltas” do que o normal.

Essa condição aumenta a chance de dores e lesões em ligamentos e articulações, principalmente em atividades de impacto, como corrida para iniciantes, pular corda ou treinos com muitos saltos.

Exercícios de maior impacto, que oferecem estresse articular, devem ser evitados”, assegura.

Outro ponto é a fragilidade capilar típica do lipedema, que faz com que hematomas apareçam com facilidade.

Por isso, esportes de contato físico intenso (como artes marciais, futebol ou basquete) podem ser ainda mais prejudiciais.

Esse cuidado é importante para que a atividade física não agrave sintomas já comuns, como dor persistente e limitação de movimentos.

Corrida: pode ou não pode?

A corrida aparece com frequência entre as dúvidas das pacientes. Afinal, é uma modalidade acessível, mas que envolve impacto significativo.

A especialista destaca que não existe uma resposta única:

Aquela paciente que gosta de correr, se sente bem e sempre correu, provavelmente não terá problemas com essa prática.

Por outro lado, para quem está começando uma rotina de exercícios, a corrida não deve ser a primeira opção.

O organismo de uma paciente sedentária pode não responder bem à exigência física, aumentando o risco de dores e inflamações.

Nesse caso, é melhor começar com atividades de baixo impacto e, aos poucos, avaliar se há condições de inserir a corrida de forma segura.

A importância do fortalecimento muscular

Se há um consenso no tratamento, é a necessidade do fortalecimento muscular.

Mulheres com lipedema enfrentam mais dificuldade para ganhar massa magra quando comparadas a outras pessoas.

Estudos demonstram que esse grupo de mulheres apresentaram 30% menos força no quadríceps quando comparado a um grupo de pessoas obesas,” afirma Milazzotto.

Esse dado ajuda a entender por que muitas pacientes sentem que demoram a ver resultado nos treinos.

Apesar da dificuldade inicial, o fortalecimento faz parte do tratamento conservador.

Conforme a inflamação é controlada, o ganho de músculo se torna mais viável.

À medida que o tratamento conservador avança e a inflamação diminui, o ganho de músculo fica menos sofrido,” aponta a fisioterapeuta.

A musculatura mais forte não apenas melhora a funcionalidade e reduz dores, como também ajuda a proteger as articulações e aumenta a disposição para a prática regular de exercícios.

Exercício como aliado contra dor e inchaço

Os sintomas mais incômodos do lipedema (dor, edema e sensação de peso) também podem ser amenizados com o movimento.

A explicação está no funcionamento da musculatura das pernas, que atua como uma bomba natural de retorno venoso e linfático.

Segundo a profissional, “a musculatura da perna é uma excelente bomba, capaz de auxiliar no retorno venoso e linfático, diminuindo edema”.

Esse mecanismo contribui diretamente para o alívio do inchaço.

Além disso, a atividade física ajuda a reduzir a inflamação crônica, processo que está por trás da dor em muitas pacientes.

A combinação de melhora circulatória e diminuição da inflamação torna o exercício um dos recursos mais eficazes no dia a dia do tratamento.

Cuidados antes de começar a treinar

Apesar dos benefícios, não basta escolher uma atividade e iniciar sem orientação.

A especialista alerta que a avaliação inicial é determinante para garantir segurança.

É importante que o início da prática de atividade seja acompanhado por um profissional que entenda da doença. Uma avaliação postural, muscular e articular minuciosa é fundamental.”

A partir desse diagnóstico, adaptações podem ser feitas no treino, evitando sobrecarga e respeitando as particularidades de cada paciente.

O acompanhamento próximo também facilita ajustes ao longo do tempo, aumentando os resultados e o bem-estar.

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Michele Azevedo
Michele Azevedo

Formada em Letras - Português/ Inglês, pós-graduada em Arte na Educação e Psicopedagogia Escolar, idealizadora do site Escritora de Sucesso, empresária, redatora e revisora dos conteúdos do SaúdeLab.

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